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Oyama: Simone Tebet deve anunciar apoio crítico a Lula 'sem fazer o L'

Colaboração para o UOL

04/10/2022 11h06

O apoio da candidata derrotada do MDB à Presidência, Simone Tebet, ao ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já é tido como certo no 2º turno das eleições 2022. Mas, de acordo com a colunista do UOL Thaís Oyama, ainda há divergências sobre como e quando isso será feito. O mais provável é que seja um "apoio crítico", "sem entusiasmo" e sem "fazer o L".

"O que o MDB está querendo fazer é evitar que uma reunião executiva aconteça. Se acontecer, em um partido como o MDB, ele continuará dividido. É provável que uma parte queira liberar o partido nos estados, outra parte queira declarar apoio a Lula, notadamente os diretórios do Nordeste", explicou Oyama em O Radar das Eleições.

Diante desse impasse, uma solução seria Tebet anunciar o apoio a Lula antecipadamente para omitir a decisão do partido. Isso, contudo, teria restrições.

"É uma decisão corajosa, porque lembremos: Tebet é do Mato Grosso do Sul, um reduto do agronegócio bolsonarista. E ela já tem sido olhada feio, por causa das críticas a Bolsonaro", diz Oyama. "A partir do momento em que ela declarar apoio a Lula, será criticada no próprio estado. Até por causa disso, assessores dela dizem que vai ser um apoio crítico, que é um apoio sóbrio, sem entusiasmo e sem fazer o L, talvez sem tirar foto."

Oyama: 'Minas é o único pote de ouro no radar de Bolsonaro'

Thaís Oyama também comentou a campanha de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno e destacou a importância que o presidente dará para Minas Gerais. O presidente e candidato à reeleição já conseguiu o apoio oficial do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que venceu a eleição do estado no 1º turno.

"O raciocínio da campanha é que, com esse empenho do Zema, 15% dos que votaram em Zema e Lula podem vir parar no cesto do Bolsonaro. É nesse mercado de votos que eles estão mirando. É por isso que Minas é tão importante, até porque não existe muito mais coisas para Bolsonaro buscar."

Para a colunista, as chances de Bolsonaro vencer são "improváveis". Por essa razão, ele enxergaria Minas como um "pote de ouro": "Ele tem 6 milhões de votos de desvantagem. Para chegar, é um suadoro. É desafiador, uma missão quase impossível. E Minas, nesse contexto, aparece como único pote de ouro na campanha do Bolsonaro".

Kennedy: 'Bolsonaro teve desempenho melhor que PT esperava'

O colunista do UOL Kennedy Alencar também participou do O Radar das Eleições e afirmou que o desempenho de Bolsonaro nas urnas foi melhor do que o PT esperava. E que o partido de Lula não pretende subestimar as chances do adversário.

"O segundo turno é guerra de rejeição. Então, o horário gratuito eleitoral do Lula vai continuar com propaganda mantendo a rejeição do Bolsonaro no patamar mais alto que a do Lula. Isso é fundamental para Lula manter o favoritismo", contou Kennedy.

Kennedy disse que, para Bolsonaro vencer, é preciso conquistar votos direcionados a Lula no primeiro turno. O petista, por sua vez, deve manter o foco no Nordeste e nos mais pobres. "Lula precisa defender o voto que ele teve. Para o Bolsonaro ganhar, precisa tirar voto do Lula entre os mais pobres. Então, a segunda premissa do Lula é defender votos."

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