CEO da Quaest: Para 50% dos eleitores, Lula e Bolsonaro merecem 2ª chance

Metade dos eleitores brasileiros avaliam que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) merecem uma segunda chance de governar o país, segundo o CEO da Quaest, Felipe Nunes.

Pesquisa divulgada hoje pelo instituto para o segundo turno das eleições presidenciais mostra Lula na liderança, com 48% das intenções de voto no cenário estimulado, quando os eleitores recebem uma lista com os nomes dos candidatos. Bolsonaro somou 41%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

"No final do 1º turno, a Quaest capturou um efeito de quem merece a segunda chance para governar o Brasil. Naquele momento, embora só 38% diziam que votariam no Bolsonaro, 44% disseram que ele merecia uma segunda chance", disse Nunes, em entrevista ao UOL News.

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"Agora, Bolsonaro aparece com 41% dos votos totais, mas 50% dos brasileiros dizem que ele merece uma segunda chance como presidente — ou seja, há espaço para que crescimento de Bolsonaro", completou.

Lula também tem margem para crescer no segundo turno, segundo Nunes. "Lula tem 48% [das intenções de votos na pesquisa de hoje], e 51% dizem que ele merece segunda chance (antes era 54%). Portanto, para entendermos o que vai acontecer, temos que olhar para um eleitor: o pobre e cristão."

O executivo afirmou que é essa a parcela do eleitorado que está sendo cobiçada pelos dois candidatos. "O que está em disputa para esse eleitor é, por um lado, os valores cristãos, e, por outro, a questão econômica. Exatamente o motivo pelo qual esse eleitor está em disputa, pois os dois lados estão atraindo ele."

Bolsonaro cometeu erro político com fala preconceituosa sobre Nordeste, diz Kennedy Alencar

Ontem, durante uma live, o presidente Jair Bolsonaro citou o analfabetismo no Nordeste para comentar a derrota sofrida para Lula.

"Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste. Não é só taxa de analfabetismo alta ou mais grave nesses estados. Outros dados econômicos agora também são inferiores na região", disse Bolsonaro.

A região foi responsável pela liderança de Lula no primeiro turno das eleições de 2022. Lá, o petista teve 12,9 milhões de votos de vantagem em relação ao presidente.

"Não é a primeira vez que Bolsonaro é preconceituoso em relação ao Nordeste", disse o colunista do UOL Kennedy Alencar. "Ele faz uma clara associação do voto ao Lula com o analfabetismo e ainda fala de indicadores econômicos como se essa população fosse de segunda classe e não tivesse compreensão da realidade."

"Bolsonaro comete um erro político porque precisa melhorar a votação dele no Nordeste, se quiser vencer a eleição presidencial", acrescentou. "Há um reconhecimento do eleitor nordestino de boas políticas públicas que foram feitas nos governos do PT, o que explica a votação de Lula no Nordeste."

Kennedy: Centro-direita e direita democrática precisam sair da órbita do bolsonarismo

Kennedy Alencar também repercutiu a fala do candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, que criticou hoje os tucanos que manifestaram apoio a Bolsonaro e a Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu adversário no segundo turno das eleições.

"Uma centro-direita democrática é fundamental para a democracia brasileira. A gente tem que tirar a centro-direita e a direita democrática da órbita do bolsonarismo", disse o colunista do UOL.

"Nesse sentido, o Rodrigo Garcia, que é do PSDB, é um neo-tucano. Declarar apoio ao Bolsonaro e ao Tarcísio de Freitas contraria a história do PSDB. O PSDB é o partido da social-democracia brasileira. Foi fundado em 1988. Tem líderes políticos como o [Franco] Montoro, Fernando Henrique Cardoso, [Mário] Covas e o próprio [José] Serra", prosseguiu.

"A crítica que o Haddad faz ao PSDB está correta, ou seja, o partido, pela história que tem, não merecia estar ao lado de figuras do bolsonarismo e do próprio Bolsonaro nesta campanha", concluiu.

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