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Governo de SP: leia a íntegra do debate entre Tarcísio e Haddad na Band

Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante debate na Band - Reprodução/TV Bandeirantes
Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante debate na Band Imagem: Reprodução/TV Bandeirantes

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 00h19

O primeiro debate do segundo turno das eleições de 2022 entre candidatos ao governo de São Paulo aconteceu nesta segunda (10) e foi realizado pela TV Bandeirantes. Participaram do debate Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).

Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada na última sexta (7), Tarcísio lidera as intenções com 55% dos votos válidos, contra 45% de Haddad. Considerando os votos totais, o ex-ministro de Bolsonaro teve 50%, contra 40% do petista, enquanto brancos e nulos somaram 6% e, indecisos, 4%.

O primeiro bloco foi marcado pelas citações aos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), com os temas sobre segurança pública e saúde. Ainda no primeiro bloco, Haddad provocou o rival, que é carioca, falando sobre "bolacha" e "biscoito".

No segundo bloco, ambos os candidatos erraram os nomes dos bairros. Tarcísio chamou "Campos Elíseos" de "Campos dos Elíseos", ao falar de trazer a sede do governo paulista para o centro, e Haddad errou a pronúncia de "Anhangabaú".

No bloco final, os candidatos começaram a perder a paciência nas respostas, sem perder a cordialidade, com troca de provocações e novas citações a Lula e Bolsonaro. Haddad e Tarcísio ficaram frente a frente, fora dos púlpitos, durante as respostas. Tarcísio, que já foi ministro no governo de Dilma Roussef (PT) e Michel Temer (MDB), provocou Haddad afirmando que o petista está "preso no passado", ao relembrar as passagens como ministro da Educação de Lula e à Prefeitura de SP.

Leia aqui a íntegra do debate na Band:

  • Primeiro bloco:

[Rodolfo Schneider]: Boa noite. Depois da diversão com o maior comunicador da televisão brasileira, Fausto Silva, o Faustão na Band, começa agora o primeiro debate deste segundo turno entre os dois candidatos mais bem votados para o governo de São Paulo, reforçando a tradição do Grupo Bandeirantes de levar ao eleitor todas as informações que ele precisa para fazer a melhor escolha na urna. O programa é transmitido ao vivo no BandNews TV e nas rádios Bandeirantes e BandNews FM. Você também pode acompanhar pelo aplicativo Band Play, no Band.com.br, e no canal Band Jornalismo do YouTube. Candidatos ao governo do Rio Grande do Sul também se enfrentam neste momento em Porto Alegre. O debate que você pode acompanhar pelo portal da Band, Band.com.br. Eu agradeço a presença aqui no estúdio dos candidatos Tarcísio de Freitas, do Republicanos, e Fernando Haddad, do PT. Vamos acompanhar as regras que foram acertadas com as duas campanhas.

[Repórter]: Cada candidato, por ordem de sorteio, tem um minuto e meio para responder a uma mesma pergunta feita pelo mediador. Em seguida, o primeiro confronto direto, com banco de tempo. Os candidatos terão 15 minutos cada um para administrar entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. No segundo bloco, jornalistas do Grupo Bandeirantes fazem perguntas. Cada candidato terá um minuto e meio para responder. O terceiro bloco começa com o novo confronto seguindo as mesmas regras. Cada um terá 15 minutos para administrar como achar melhor. Na sequência, os candidatos terão um minuto e meio para as considerações finais.

[Rodolfo Schneider]: A primeira pergunta endereçada a ambos os candidatos é a seguinte: Candidatos, recentemente houve uma redução do ICMS, um imposto estadual, imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, nos combustíveis, caindo de 25 para 18%, impactando diretamente na bomba para quem está nos acompanhando. O senhor se compromete a manter a partir de janeiro, caso eleito, a tarifa em 18%? O primeiro a responder é Tarcísio de Freitas. Um minuto e meio, por favor.

[Tarcísio de Freitas]: Boa noite, Rodolfo. Boa noite ao Grupo Bandeirantes de Televisão, parabéns pela organização desse debate. Parabéns, Haddad, por estar aqui no segundo turno, e boa noite. E boa noite a você espectador que nos acompanha, que está acompanhando esse debate tão importante com a formação de convicção. Rodolfo, essa redução de ICMS foi uma briga comprada pelo presidente Bolsonaro, era para aliviar o cidadão, para aliviar o produtor, teve efeito, porque a gente percebe a inflação já reduzindo, e reduzindo de forma significativa. As previsões já dão conta que a inflação deve terminar o ano de 2022 na casa dos 5,5; 5,8%. O que representa uma inflação menor do que Estados Unidos, países da zona do euro e Reino Unido. O que isso significa para quem está nos assistindo? Significa que a comida vai chegar mais barata na mesa. Significa que os produtos vão chegar mais baratos. E a gente já está começando a perceber a redução dos preços na cesta básica.

Ou seja, a redução do combustível já está surtindo efeito, e nós nos comprometemos a manter essa redução do ICMS, não só a redução do ICMS do combustível, mas também alongar os prazos de pagamento do ICMS para o pequeno empreendedor. Nós vamos reduzir o ICMS na aquisição de bens de capital, nós vamos reduzir a alíquota para tornar o Estado de São Paulo mais competitivo. Porque isso vai gerar emprego. E a gente quer os pais de família trabalhando, a gente quer fazer a diferença. Então parabéns ao governo Bolsonaro por essa importante iniciativa.

[Rodolfo Schneider]: Sua vez, candidato Fernando Haddad, um minuto e meio, boa noite.

[Fernando Haddad]: Boa noite a você que nos acompanha, boa noite Rede Bandeirantes, boa noite, Rodolfo. É, na verdade, depois de quatro anos espoliando os consumidores brasileiros com aumentos sucessivos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, por desespero, o governo Bolsonaro, às vésperas da eleição, resolve fazer caridade com o chapéu alheio. Tomou dinheiro dos governadores para baixar durante as eleições o preço do combustível, prometeu ao Congresso que reporia esse dinheiro, e vetou dispositivo que previa a reposição. E agora o Congresso vai derrubar o veto do Bolsonaro porque a promessa foi reduzir o imposto, mas sem prejudicar a saúde e a educação que recebe a maior parte da arrecadação de ICMS.

A resposta objetivamente: eu vou manter a alíquota do ICMS e vou lutar junto a todos os governadores para que o veto do Bolsonaro, que foi um descumprimento do acordo feito com o Congresso Nacional, seja definitivamente derrubado. Mas vou lutar por mais. Vou lutar para que o Presidente Lula, empossado presidente, enfrente o lobby dos acionistas estrangeiros da Petrobras. Eles não podem ter mais de 100 bilhões de reais de lucros às custas do consumidor brasileiro.

[Rodolfo Schneider]: Bom, agora nós seguimos para o primeiro confronto direto com o banco de tempo. Cada candidato terá 15 minutos para administrar como preferir. É um debate livre. Pedimos apenas que evitem falar ao mesmo tempo para não prejudicar a compreensão de quem está nos acompanhando nesse momento. Quando o candidato não estiver falando, claro, o cronômetro estará parado. Pela ordem sorteada quem começa é o candidato Tarcísio de Freitas.

[Tarcísio de Freitas]: Candidato Haddad, queria começar falando sobre Segurança Pública, e comentando uma frase infeliz do candidato Lula, que ele diz: "Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial". Acho triste que o ex-presidente veja aqueles que arriscam suas vidas diariamente dessa forma, aqueles que vestem farda para nos defender. Queria ouvir sua opinião sobre essa afirmação, e mais: como você vai fazer, o que está no seu plano de governo para melhorar a Segurança Pública de São Paulo que tanto tem deixado pais, mães preocupados com seus filhos que saem à noite, que têm prejudicado a competitividade? E queria que você comentasse sobre Segurança Pública, seu ponto de vista sobre alguns pontos: maioridade penal, encarceramento, política penal, política prisional e a desmilitarização da PM.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, boa noite a você, obrigado pela pergunta. Olha, o presidente Lula já se desculpou por essa frase e explicou que o que ele quis dizer, na verdade, é que o Bolsonaro não gosta de gente porque gosta de milícia. Ele queria usar a palavra "milícia" e não "polícia", e se desculpou no dia seguinte. Porque uma característica do presidente Lula é voltar atrás quando por acaso ele foi? cometeu um erro, como foi o caso. Se desculpou. O que não acontece com o Bolsonaro. O Bolsonaro não se desculpa. O Bolsonaro, por exemplo, fez pouco caso de quase 700 mil pessoas que morreram. Soluçava, imitando a falta de ar de pessoas que estavam em leitos de UTI. Celebrou o suicídio, o aumento de suicídio de pessoas no Brasil. São coisas inimagináveis para um Presidente da República. Ofendeu chefes de Estado, ofendeu mulher de chefe de Estado, ofende diariamente jornalistas, e não faz nada para se desculpar, não pede perdão de nada. E sucessivos erros, um atrás do outro. No caso da Segurança Pública, eu sou contra a sua proposta de retirar as câmeras dos uniformes da Polícia. Isso tem reduzido a letalidade. A morte de policiais foi reduzida em 80%.

Como é que você, que se diz técnico, vai desafiar os dados que são da própria Polícia? Então, nós vamos manter o que está certo no Governo do Estado. São Paulo tem compromisso. Nós aqui, em São Paulo, respeitamos o serviço público. E a gente entende que a tecnologia tem que ser colocada a serviço do servidor, e isso foi aprovado pelos servidores, pelos profissionais da Segurança Pública, e eu vou manter essa política, mas vou valorizar a carreira. Esse, sim, um erro que precisa ser corrigido. Nós vamos contratar mais policiais civis para que haja investigação de crime. Não basta prender em flagrante e deixar a investigação para depois e não chegar no andar de cima da criminalidade, que é onde estão os aliciadores, os receptadores de celular roubado, de carros e motos roubados, e, também, dos estelionatos que estão sendo cometidos via celular.

O nosso plano de governo é bastante consistente na área da Segurança e foi feito com a participação de policiais civis e militares. Agora, eu te pergunto: você acha que a solução é botar arma na mão de todo mundo, é espalhar arma por São Paulo? Você quer trazer essa política para cá? Essa política não deu certo no Rio de Janeiro, e não dará certo em São Paulo. São Paulo não quer essa política, Tarcísio. Eu acho que você deveria rever a política armamentista do Bolsonaro e rever a questão das câmeras nos uniformes. São duas questões importantes para nós, paulistas, que vocês não deveriam trazer para cá esse tipo de política.

[Tarcísio de Freitas]: Bom, Haddad, vamos lá. Primeiro: meu governo vai focar muito a questão da segurança pública, que a gente quer restabelecer a segurança, a gente quer devolver a cidade para o cidadão. Isso é fundamental e não tem progresso se não houver ordem. Para ter progresso, tem que ter ordem, e a gente vai trazer a ordem de volta. A era de tratar o policial como suspeito e o bandido como parceiro vai acabar. Então, inicialmente, nós vamos trabalhar em coordenação, em conjunto com o Governo Federal para monitorar pontos críticos como aeroportos, como portos, que são pontos de chegada de drogas, de chegada de armas, de saída de drogas e que têm acessos que são estaduais; são instalações federais com acessos estaduais, e a atuação em conjunto é fundamental. Vamos coordenar o trabalho da inteligência, o trabalho do COAF para que a gente possa combater a lavagem de dinheiro, que é o que permite o crime organizado atuar no Estado de São Paulo — aliás, que nasceu aqui no Estado de São Paulo e que se perpetuou para o Brasil e hoje virou uma organização internacional; me refiro ao PCC.

Então, nós vamos combater asfixiando a lavagem de dinheiro, combatendo as quadrilhas de receptação. Vamos usar muito a tecnologia de informação. Olha o exemplo, por exemplo, de São José dos Campos, que criou centros de segurança integrados usando o geoprocessamento para identificar áreas que concentram crimes para dispor melhor o efetivo policial. Se a gente pegar o Vale do Paraíba, a gente vai ver que a ponta do Vale tem índices horrorosos de homicídios, e em São José dos Campos a gente não tem, é completamente diferente, graças ao uso da tecnologia. Então nós vamos investir muito em tecnologia e vamos valorizar o corpo policial em todas as suas dimensões: nós vamos aumentar o efetivo da Polícia Civil e o efetivo da Polícia Militar, diminuir os interstícios de promoção da Polícia Militar para praças e oficiais e diminuir os tempos de promoção para a Polícia Civil, para que o delegado, por exemplo, o investigador de polícia possa chegar à classe especial, que é fundamental. Eles têm que ter perspectiva de carreira. O Policial Militar tem que servir mais perto de casa. A gente tem que cuidar da saúde e dar assistência jurídica para esses policiais, para eles terem, para eles saberem que o Estado está por trás deles.

Com relação à política de câmeras, é o seguinte: nós não podemos ter o bandido em situação de vantagem em relação ao policial. Então, tirar a câmera é uma coisa já simbólica, que mostra o seguinte: o Estado está amparando esse policial. Nós não vamos mais admitir o crime no Estado de São Paulo. É um recado aos criminosos. Se a gente for olhar a produtividade, a gente vai ver que a produtividade dos batalhões, nas áreas de influência dos batalhões que estão com câmera caiu; a quantidade de roubos— de crimes contra o patrimônio aumentou, a quantidade de tentativa de estupro aumentou. Então, o que eu estou preocupado? Estou preocupado com a segurança do cidadão, porque a câmera não conseguiu restabelecer a segurança.

E eu pergunto a você que está em casa: você está se sentindo seguro? Com relação à política de armas do Governo Federal, que foi aprovada por um plebiscito em 2005 e que fez parte da campanha de 2018, eu quero dizer o seguinte: a arma sempre chegou ao bandido, agora ela está chegando ao cidadão de bem. Se a gente pegar a taxa de homicídios, nós temos a menor taxa de homicídio no Brasil desde 2011, e os homicídios caíram em 20 mil casos por ano. Então, é um resultado muito significativo, fora as invasões de terra, que diminuíram bastante, então uma política que teve efetividade. A gente tem que cultuar a liberdade. O brasileiro tem que ter liberdade de escolher, por exemplo, se vai andar armado ou não vai andar armado, e as regras estão claras para o porte e posse de arma. E aí você me dá a oportunidade também de estabelecer a verdade. Eu estou muito triste com as fake news que o PT vem circulando, por exemplo: "Ah, o presidente comemorou o suicídio"; não comemorou. O presidente alertou que haveria suicídios, alertou que os casos de depressão iam aumentar.

E, na verdade, ele estava dizendo o seguinte: "Eu alertei e ninguém me ouviu". Ele ironizou aqueles que o criticaram, porque a depressão, Haddad, é uma coisa muito séria. Eu já tive depressão, eu tive que buscar tratamento, e as pessoas muitas vezes não sabem que têm, e é por isso que a gente vai criar centros de atenção, centros de referência para tratar a depressão junto dos ambulatórios médicos de especialidade e cada escola vai ter um núcleo de atenção especializado para tratar a depressão nas famílias, porque a gente não pode deixar, não pode mais perder vidas para o suicídio. O presidente não imitou pessoas com falta de ar, ele estava criticando o ministro da saúde na época que disse que as pessoas só podiam procurar o tratamento de saúde quando tivessem falta de ar, e muita gente foi a óbito por causa disso. Então vamos restabelecer a verdade. E você não me respondeu o que pensa sobre a maioridade penal e nem como vai ser a sua política prisional.

[Fernando Haddad]: Eu queria falar com você que nos acompanha, falar em fake news em se tratando do Bolsonaro, é quase uma piada. Ele é a pessoa que mais promove a fake news, mas quando a gente leva um vídeo do próprio Bolsonaro para o público avaliar o que o presidente da república está falando, isso é chamado de fake news? É ele próprio que debochou das pessoas, ele chamou de "gripezinha" uma doença que matou 700 mil brasileiros pelo menos. Quatro vezes mais do que a média mundial. Não é simples o que está acontecendo no Brasil. Vejam vocês, meu adversário fala que as câmeras não deram certo. São os indicadores científicos que estão demonstrando que deram certo. Deram certo e precisam ser mantidas, e reavaliadas constantemente como toda a política pública, nós não podemos fechar os olhos às evidências, vamos pegar o caso da vacina.

Bolsonaro, meu adversário vai dizer que o Bolsonaro não fez pouco caso da vacina, vai dizer que ele não atrasou em 40 dias a aplicação da primeira vacina no Brasil? Vai dizer que nesse período apenas mais de 100 mil mortes poderiam ter sido evitadas, segundo organismos internacionais? Nós não podemos aqui em São Paulo, São Paulo é a terra do conhecimento, nós produzimos 50% do conhecimento científico do Brasil. ¼ do conhecimento latino-americano.

Nós vamos fechar os olhos à ciência, aos dados que dizem que as câmeras precisam ser mantidas? Aos dados de que a vacinação no Brasil está caindo? Está voltando a poliomielite. Isso é paralisia infantil. Doenças que estavam prescritas, estavam acabadas no Brasil estão com chance de voltar. A pólio está com 50% de cobertura. E não se faz campanha, se faz pouco caso. Eu queria perguntar para você, Tarcísio, sobre a vacina, se você tem a mesma opinião do Bolsonaro sobre a vacina. Como você tem sobre o armamento, e como você tem sobre as câmeras. Você se diz técnico. Eu repito, você simplesmente se nega a discutir as evidências empíricas que devem embasar as decisões políticas. É óbvio que a decisão política é política. Mas ela tem que ter base científica. Se a ciência está mandando você ir para um caminho, como é que você vai escolher um outro caminho que tanto prejuízo trouxe? E ele dizia, não, deixa morrer que nós temos que salvar a economia. A economia cresceu menos do que a média mundial nos quatro anos do Bolsonaro. Não dá para acusar a pandemia porque a pandemia aconteceu no mundo inteiro. E por que o Brasil cresceu tão pouco durante a pandemia? Tão menos, metade do que cresceu o mundo o Brasil cresceu nos quatro anos do Bolsonaro. Então, eu queria que você se debruçasse sobre esses dados. São dados oficiais do próprio governo. Eu não estou aqui trazendo fake news, eu estou trazendo dados oficiais para você comentar.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, a fake news está em você, por exemplo, pegar, fazer um recorte de uma gravação, o recorte de um filme e colocar na televisão, ah, o Bolsonaro zombou das pessoas que estavam com falta de ar. E se você pegar o filme inteiro, você vai ver que ele estava alertando: olha, pessoas que estão se sentindo mal, procurem imediatamente o médico, não esperem ter falta de ar porque senão vocês vão a óbito. Foi isso que o presidente fez. Como a questão do suicídio, ele disse: eu alertei que os casos de depressão iam aumentar. E os casos de depressão, de fato, aumentaram. E isso levou ao suicídio de pessoas, e ele falou que isso ia acontecer.

Eu pergunto para quem está nos assistindo, para um comerciante, para um empregado num restaurante, para o empregado no bar que hoje tem seu emprego porque seu negócio não fechou, porque contou com o Auxílio Emergencial, porque contou com o Pronampe, se o Pronampe, se o Auxílio Emergencial não foi importante. A mão do governo federal salvou milhares de empresas, milhares de empregos. Foi determinante para que o Brasil não tivesse um colapso. E quando a gente fala de crescimento, gente, o Brasil cresceu em 2019 e tudo indicava que ia crescer três pontos, três pontos e meio, talvez quatro pontos, em 2020, até março de 2020, quando veio a pandemia. E o fato é que o Brasil enfrentou a recessão na Argentina, enfrentou a pandemia do Covid, enfrentou o desastre de Brumadinho, enfrentou a crise hídrica, enfrentou a Guerra da Ucrânia, e hoje o Brasil está crescendo. Por quê? Porque está gerando oportunidades. Vamos lembrar do governo do PT que deu dois tombos seguidos. A gente caiu num ano 3.8%, no outro ano 3.6, perdemos três milhões de empregos e sem nenhuma crise internacional.

Nenhuma crise, Haddad, nós tivemos agora com todas as crises um crescimento importante, nós vamos crescer esse ano três pontos, 3.2%, é o que todo mercado já está calculando. A inflação está caindo, e nós estamos gerando emprego, sabe por quê? Porque nós acionamos as alavancas corretas, porque nós aprovamos a Reforma da Previdência, porque nós aprovamos o marco do saneamento, porque nós aprovamos o marco da cabotagem, porque nós aprovamos a autonomia do Banco Central, porque nós aprovamos a lei da liberdade econômica, e é por isso que a gente vai gerar empregos. E já que você não respondeu minha pergunta, eu vou dizer, nós vamos trabalhar para reduzir no Congresso Nacional, usando a liderança que o Estado de São Paulo tem, a maioridade penal. Assim como agora, no Congresso, nós vamos trabalhar para que a proposta que já foi aprovada na Câmara, de autoria do deputado Derrite, que trata das saidinhas, seja também aprovada.

Com relação à política prisional, a gente precisa construir mais presídios para o semiaberto, porque hoje aqueles presos que chegam no semiaberto têm de ficar... convivem com os presos do regime fechado, e recebem as missões desses presos do regime fechado. Ora, estou conversando com policiais todos dias, e os policiais falam, câmera incomoda, a câmera tira a liberdade, a câmera está inibindo o policial de atuar e eles estão sendo vítimas de iscas, a câmera está fazendo mal para a segurança pública, e é por isso que o cidadão de São Paulo está se sentindo inseguro.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, você desvia daquilo que te incomoda. Eu perguntei para você sobre a vacina! Se você concorda com a atitude do Bolsonaro em relação à vacina, ao atraso nas compras, à suspeita de propina no relacionamento com os laboratórios. Eu estou falando de coisas concretas, que afetam diretamente a vida da população. Você não teve uma palavra sobre Saúde, sobre o que você quer para a Saúde de São Paulo. Eu estou dizendo que vou levar 70 hospitais/dia para o interior do Estado porque hoje nós temos a maior fila do SUS da história do Estado de São Paulo. Porque o Governo Estadual e o Governo Federal simplesmente cruzaram os braços durante dois anos ao invés de preparar o SUS para o pós-pandemia. Todo mundo sabia que consultas, cirurgias e exames ficariam represados.

Todo mundo sabia que depois da pandemia nós íamos ter uma fila enorme; e o que o Bolsonaro e o Dória fizeram? Nada a respeito. Mantiveram a infraestrutura, e você fala de infraestrutura como se infraestrutura fosse asfalto. Asfalto, asfalto. Infraestrutura é hospital. É hospital/dia, é UPA, é UBS, é Céu, é escola, é instituto federal! É isso que é infraestrutura! É universidade! Isso tudo é infraestrutura, de cultura, de lazer. Braços cruzados. O menor investimento da história de São Paulo. Nunca tivemos tão pouco investimento do Governo Federal em São Paulo. E por quê? Por causa de uma briga boba, uma briga que não deveria acontecer entre governador e presidente. Governador e presidente precisam se entender por dever constitucional, como o Lula fez. Ele era presidente e aqui em São Paulo era governado pelo PSDB, como você sabe. Nunca houve uma acusação de um governador paulista de ter sido preterido porque o Lula presidia a República e era do PT. Nunca isso aconteceu! E não aconteceu porque a atitude do Lula é muito diferente da do Bolsonaro. Completamente diferente. O Lula não mistura estações.

Aliás, tem uma frase dele hoje que diz: "Depois da eleição não tem mais Lulista ou Bolsonarista, todos somos brasileiros". Isso é que é palavra de estadista, e não essa picuinha que se estabeleceu no Brasil. Não recebeu uma única vez os governadores de estado no meio de uma crise sanitária! Não fez uma reunião com reitores. Eu, como Ministro da Educação, recebia com o Lula, todo ano, os reitores. Vocês estão cortando essa semana verba de universidade pública. O Brasil precisando de ciência para se reindustrializar, e você cortando verba de universidade. Se os alunos não tivessem ido para a rua, se os professores não tivessem ido para a rua, vocês tinham capado o dinheiro da universidade. Tiveram que voltar atrás.

Nós, aqui em São Paulo, nós precisamos de ciência, respeito à universidade. Nós temos um patrimônio universitário que nos orgulha. Nós jamais admitiríamos o tratamento que o Bolsonaro vem dando às universidades federais. E quando o Lula era presidente nunca faltou recursos para as universidades federais ampliarem o seu atendimento para dar oportunidade para o jovem pobre, filho do trabalhador, pelo PROUNI, pelo Fies sem fiador, pelos Sisu fazer um curso superior e ter uma dignidade, esperança de dias melhores. Qual a proposta para Educação, Tarcísio? Se fixa em propostas para São Paulo. O que você vai trazer para cá, afinal? Qual a sua experiência na área da Educação?

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, eu vou fazer a diferença. Primeiro, respondendo com relação às vacinas, o governo do Presidente Bolsonaro comprou mais de 500 milhões de doses. Hoje, 80% dos brasileiros têm esquema vacinal completo. A gente trabalhou no Brasil com quatro imunizantes diferentes, de tecnologias diferentes. Se uma pessoa quisesse tomar uma vacina de RNA mensageiro, ela tomava, se quisesse tomar uma vacina de vírus inativado, tomava. O primeiro acordo para compra de vacina foi assinado em julho de 2020, que foi o acordo da AstraZeneca, e que previa transferência de tecnologia. Ou seja, a gente ia fabricar insumo farmacêutico ativo em território nacional, coisa que há muito tempo não acontecia. Não aconteceu no governo do PT, que se preocupa tanto com ciência, mas a gente estava importando IFA, e agora a gente está produzindo IFA em território nacional. Quase 30 bilhões de reais foram investidos em compras de vacina, que fizeram a diferença.

E o case de vacinação do Brasil foi um grande sucesso. Falar em investimentos no Estado de São Paulo? Vamos colocar as coisas às claras. Nós fizemos a concessão do aeroporto de Congonhas, três e meio bi de investimentos. Fizemos a concessão da Rodovia do Presidente Dutra, sete e meio de bi de investimentos só no Estado de São Paulo. Vamos ter quatro faixas. Investimento que vai ajudar o turismo religioso. Vamos quadruplicar toda a Dutra no Vale do Paraíba, mais via marginal. Vamos resolver o problema do Trevo de Bonsucesso, na chegada em Guarulhos; e a tarifa caiu! Eu até queria saber qual a opinião do Haddad com relação às tarifas de pedágio, aos contratos de concessão no Estado de São Paulo. Nós fizemos, por exemplo, a prorrogação da malha paulista. Nós estamos promovendo o renascimento do transporte ferroviário, seis bi de investimento, duplicação de Itirapina para Santos, contorno ferroviário de Catanduva, contorno ferroviário de Rio Preto.

Nós teremos a recuperação do ramal de Colômbia, recuperação do ramal de Panorama, ou seja, nós vamos conectar o setor produtivo às ferrovias, à produção, ao Porto de Santos via transporte ferroviário, isso faz a diferença. Concordo com você: infraestrutura realmente é saúde, é educação, mas quando ela acontece. Quando ela é de verdade. Porque não adianta dizer que "eu vou fazer isso, 70 hospitais/dias", porque quando você foi prefeito, de cada dez metas para Saúde, você só entregou uma. Você prometeu inaugurar o hospital de Parelheiros, Brasilândia, Vila Matilde, e não entregou. Você prometeu trabalhar na saúde mental, fazer 30 Centros de Atendimento de Atenção Psicossocial, e não entregou. Você prometeu oito unidades de referência à saúde do idoso, e não entregou. Prometeu centros de reabilitação especializados, e não entregou. Nos seus dois primeiros anos de gestão, dois anos e meio, você só usou 6,6% dos recursos. No final das contas, você cortou dinheiro da compra de medicamentos, porque quando chegou perto do final de 2016, chegou a zero. As pessoas tinham que tirar dinheiro do bolso para comprar medicamentos. Prometeu entregar 43 novas UBS, e não entregou.

Então, no final das contas, política pública para a Saúde, para a Segurança, é aquela que a gente entrega resultados. Você deixou milhares de cidadãos tendo que comprar remédios por conta própria. Tirou dinheiro da coleta do lixo, então, no final das contas, a minha política pública é aquela que propõe e entrega. Nós vamos, sim, restabelecer a educação de qualidade no Estado de São Paulo. Vamos investir na qualificação e na valorização dos professores. Vamos trabalhar no plano nacional de recuperação de aprendizagem, e nós vamos trabalhar a educação, primeiro, fazendo com que a gente recupere o tempo perdido da pandemia, combatendo a evasão escolar com política de transferência de renda, dando uma bolsa para permanência dos alunos no Ensino Médio. Isso é fundamental. Hoje só 300 mil alunos do Ensino Médio são contemplados com uma bolsa de 100 reais por dez meses.

Nós vamos dar a bolsa para todo o Ensino Médio, uma bolsa de 120 reais, que isso vai ser importante para a permanência dos alunos em sala de aula. Vamos ter os núcleos de atenção à família. Porque a gente vai manter o aluno na sala de aula cuidando também da sua família. Nós vamos verificar os conteúdos que precisam ser recuperados e trabalhar na conexão das escolas. Nós vamos investir na infraestrutura escolar. Vamos transformar as escolas de Ensino Médio em centro de formação profissional, trabalhando com as universidades e com a iniciativa privada, com as escolas técnicas. Vamos trabalhar muito com o Centro Paula Souza, que é um patrimônio, e cuidar da oferta de vagas direcionadas para as vocações econômicas de cada região.

[Fernando Haddad]: Bom, você me dá a oportunidade, Tarcísio, de agradecer o povo da Cidade de São Paulo, que me deu, no primeiro turno 44% dos votos contra 32 seus e menos ainda do Rodrigo Garcia. Obrigado, São Paulo. Porque São Paulo sabe que todas as obras que você citou estão concluídas, estão entregues e estão funcionando. E por que estão? Quem deu início a todas essas obras? Você que é de Parelheiros e viu toda a obra civil pronta quando eu deixei o meu mandato, faltando comprar cama e maca para abrir o hospital. Todos os hospitais citados — Brasilândia, Parelheiros —, está tudo entregue, está tudo funcionando.

Sabe por quê, Tarcísio? Ao contrário do Governo Federal, eu planejo obra, e eu começo a obra, e eu deixo para o sucessor dinheiro em caixa para terminar. Estão todas terminadas porque eu reduzi a dívida de São Paulo de 80 para 30 bilhões de reais. Eu dei um cheque para São Paulo de 50 bilhões de reais, que é cinco vezes o que se investe em São Paulo por ano. Cinco vezes. Isso significa dizer que você tinha toda a condição de entregar as UPAs, entregar os hospitais gerais, mas os hospitais-dia,

Tarcísio, esses eu entreguei todos. Imagina um prefeito, um prefeito de uma cidade entregar 35 hospitais-dia em quatro anos de mandato? E por isso que eu digo a você: eu vou entregar os 70 hospitais-dia sabe por quê? Está insuportável a fila do SUS. Um milhão e 200 mil procedimentos aguardando agendamento; nenhuma providência do Governo Federal, nenhuma providência do Governo Estadual. Ficaram de braços cruzados enquanto a pandemia transcorria e atrasava todos os exames, todas as consultas e as cirurgias eletivas também. Muitas pessoas que estão nos ouvindo têm parentes que estão com câncer porque desenvolveram a doença durante a pandemia e não estão tendo tratamento.

E você vem falar de remédio, Tarcísio? Pelo amor de Deus, vocês cortaram o Farmácia Popular. Ninguém mais acha remédio no posto de saúde! Pergunta para o paulistano se faltava os remédios que faltam hoje no posto de saúde. Você não manda mais, o Farmácia Popular acabou! Aliás, acabou o Farmácia Popular, acabou Minha Casa Minha Vida, a merenda escolar que está no seu plano de governo, você vai falar que vai melhorar a merenda escolar? Você está sabendo o que as crianças estão comendo na escola hoje? É suco e bolacha — ou biscoito, como vocês chamam lá no Rio de Janeiro. É outra coisa, mudou tudo! Para pior. Nós queremos resgatar esse país. Nós precisamos conciliar os interesses de São Paulo e do Brasil, remar todos para o mesmo lado certo da história, parar de briga, de controvérsia. Cada semana é uma invenção do Bolsonaro desviando a atenção do que interessa ao povo: comer, estudar, trabalhar.

A gente só quer falar disso. Nós não queremos trazer as pautas, outras pautas para cá, a gente quer se fixar no que importa para o povo de São Paulo. São Paulo em primeiro lugar, Tarcísio, é assim que tem que ser a vida de um governador. Eu queria perguntar para você, por fim, qual é o seu plano para cultura. Não falou uma palavra sobre cultura e eu queria debater, neste final, o que você pensa para a cultura de São Paulo. Quais são os seus planos para a cultura, que é uma área de desenvolvimento de emprego e renda muito forte no Estado de São Paulo.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, nós vamos investir muito na economia criativa. São Paulo tem um modelo de gestão de cultura publicizada e nós vamos manter esse modelo de gestão porque está funcionando, e é ele que vai permitir levar a cultura para o interior do Estado. Nós temos os melhores equipamentos culturais do Brasil, no entanto, as atividades culturais estão muito restritas à capital, e é uma demanda do interior levar os espetáculos para lá, e nós vamos levar os espetáculos para o interior de São Paulo. Nós vamos criar espaços culturais, porque a cultura, integrada com a escola, integrada com a educação, é fundamental. O que as pessoas querem é um espaço de convivência, um espaço de lazer para desenvolver as suas atividades artísticas, a sua atividade musical, a sua atividade cultural, então nós vamos levar o espaço cultural para Parelheiros, para o Grajaú, para Guaianases, para o Itaim Paulista, para Perus, ou seja, nós vamos levar para cada periferia, nós vamos levar para o interior os espaços culturais, ou seja, nós vamos substituir as fábricas de cultura por espaços culturais e trabalhar com a noção de escola integrada, onde a atividade cultural vai se dar na escola.

Nós vamos fazer com que, no contraturno, a gente possa ter educação por meio da música, educação por meio da arte, vamos fortalecer a cultura regional, a arte regional, fazer o investimento na preservação do nosso patrimônio histórico e levar cultura para todos os cantos. E com relação aos hospitais-dia, eu quero dizer: nós vamos transformar todas as AMEs em hospital-dia e vamos fazer mais 35 AMEs; isso vai querer dizer que a gente vai ter mais de cem hospitais-dia, que vão ser os hospitais estratégicos que vão nos ajudar a resolver as filas.

[Fernando Haddad]: Eu queria falar com você sobre cultura, porque nós vivemos um tempo no Brasil em que o ministro da cultura não era ninguém menos do que Gilberto Gil. Hoje você não sabe dizer quem cuida da cultura do governo Bolsonaro simplesmente porque não existe quem cuide de cultura. O Congresso teve que aprovar duas leis, Paulo Gustavo e Aldir Blanc, sabe o que o Bolsonaro fez? Vetou as duas leis. Artistas passando fome, no meio da pandemia, por óbvio: não tinham condições de se apresentar nos barzinhos, nos teatros, nas casas de show, estavam reclusos na sua casa sem poder lutar pelo seu ganha-pão.

O que fez o Bolsonaro? Sadicamente — porque isso só pode se explicar por sadismo; como ele não tem apoio da classe artística, aí ele quer espezinhar a classe artística —, vetou as duas leis aprovadas pelo Congresso Nacional. O que o Congresso teve que fazer? Derrubar os vetos do Bolsonaro. Como vai ter que fazer, derrubar o veto de reposição do dinheiro que ele tomou do ICMS para baratear a gasolina durante o período eleitoral. Não é assim que se administra um país da importância do Brasil. Nós precisamos de um estadista lá, nós precisamos de um estadista aqui fazendo parceria para o bem do povo. E a cultura, o interior vai conhecer a experiência do CEU, que foi— eu sou um dos idealizadores do CEU na gestão da Marta e quero levar essa experiência para o interior de São Paulo. Obrigado.

[Rodolfo Schneider]: Ufa! No caso, para eles, para os candidatos, que precisam agora tomar uma água, respirar um pouquinho, porque chega ao fim esse primeiro bloco. E eu aproveito para reforçar que, no domingo que vem, às oito da noite, aqui nesse mesmo estúdio, acontece o primeiro debate entre os candidatos tão citados aqui nesse primeiro bloco à Presidência. Vamos a um intervalo e, na volta, Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad respondem a jornalistas do Grupo Bandeirantes. Olho no voto, olho na Band.

  • Segundo bloco:

[Rodolfo Schneider]: De volta com o primeiro debate entre os candidatos ao Governo do São Paulo. Você acompanha também pelas rádios BandNews FM, Bandeirantes, pelo canal BandNews TV, além das nossas plataformas digitais. Vamos então para as sequências de perguntas de jornalistas do Grupo Bandeirantes de Comunicação, cada jornalista faz uma pergunta que será respondida pelos dois candidatos. O tempo para a resposta é de um minuto e meio, e quem começa é a jornalista Thays Freitas, da Rádio Bandeirantes, você pode acompanhá-la todos os dias Thays, às oito da matina, de segunda a sexta, no programa Gente. Thays, sua pergunta. Boa noite para você.

[Thays Freitas]: Boa noite, Rodolfo. Boa noite aos candidatos. Minha pergunta é na área de segurança de um problema que afeta enormemente a população de São Paulo, essa onda de furtos e roubos de telefones celulares e que vem junto com ela com essa onda também agora de sequestros, era um crime sequestro-relâmpago, parece que tinha sido já riscado do mapa, mas voltou agora com esse tipo de sequestro por causa do chamado Golpe do Pix, é um tipo de crime que afeta a todas as classes sociais, idades, atinge muitas cidades do Estado de São Paulo. Queria ser saber, objetivamente, de cada candidato, se eleito, qual vai ser sua ação para fazer com que esse problema seja pelo menos minimizado.

[Rodolfo Schneider]: O candidato Fernando Haddad tem um minuto e meio, começa respondendo.

[Fernando Haddad]: Muito obrigado, Thays. Boa noite a você. Nós estamos cometendo um erro estratégico aqui em São Paulo. De cada três celulares roubados no Brasil, um é em São Paulo, de cada três golpes do Pix, ou do WhatsApp, do Brasil, um acontece em São Paulo. O que está acontecendo? Está acontecendo que as prisões em flagrante não dão sequência a uma investigação para você chegar num andar de cima da criminalidade, que é a organização criminosa que alicia pessoas para o crime, e que, na verdade, são os receptadores do que é roubado justamente para repassar ou para desmontar, para desmanchar ou até para contrabandear para outros países.

Sem uma polícia civil investigativa, fortalecida, da mesma maneira como nós fizemos com a Polícia Federal no nosso tempo de governo, que tinha autonomia, tinha força e tinha investimento. Com uma polícia civil forte e integrada à polícia militar, com círculos de segurança do meu plano de governo, o ponto focal, depois você tem o patrulhamento a pé e o patrulhamento motorizado, são três círculos de segurança, essa proposta com a integração à polícia civil, aí sim você vai combater o crime organizado e vai diminuir a incidência dos crimes patrimoniais. Inclusive, na área rural, que está muito grave aqui em São Paulo.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Tarcísio de Freitas, um minuto e meio.

[Tarcísio de Freitas]: Boa noite, Thays. Olha, nós temos que investir pesadamente em segurança pública, não é admissível que, por exemplo, a dona Regina que acabou de comprar um celular, está pagando ainda no crediário, tenha esse celular furtado, e que as pessoas voltem a ser vítimas de sequestro. Nós vamos aumentar o efetivo policial por meio de concursos, e vamos valorizar as polícias por meio do aumento de salário, por meio da assistência jurídica, por meio da melhoria dos programas de saúde, por meio dos planos de carreira. Além disso, vamos investir pesadamente em tecnologia para monitorar as áreas de maior incidência de crimes, para a gente melhor dispor o efetivo policial.

Então é fundamental usar a tecnologia para coibir esse tipo de roubo. Vamos combater pesadamente, usando a inteligência, as quadrilhas de receptação, que se a gente não atuar no receptador, nós não vamos ter êxito. Agora, tem duas questões que são fundamentais também para que a gente não fique enxugando gelo. E São Paulo tem que exercer a liderança para mudar a legislação federal. Uma, é acabar com a audiência de custódia. Porque o preso, ele é preso, ele é detido, e na hora seguinte ele é liberado, e vai roubar de novo, ainda vai debochar do policial. A segunda coisa, é a redução da maioridade penal. Para desestimular o uso de menores infratores na realização desses crimes. Então essas duas medidas, de mudança na legislação federal, são fundamentais e têm que contar com a atuação do governo do Estado.

[Rodolfo Schneider]: A próxima pergunta é do jornalista Joel Datena. Você assiste às oito da manhã no Bora Brasil, na tela da Band e também a uma da tarde na Rádio Bandeirantes. Sua pergunta, Joel, boa noite.

[Joel Datena]: Boa noite, Rodolfo. Boa noite, candidatos. Boa noite a todos que nos acompanham. A minha pergunta é ligada ao agronegócio. Nós sabemos que o Estado de São Paulo é uma das regiões que mais produz alimentos para o mundo, não somente para o Brasil. E às vezes a gente se esquece que o alimento, ele sai da propriedade rural, ele sai das mãos do produtor rural, que enfrenta inúmeras dificuldades, a começar pelo ativismo ambiental mesmo, muitas vezes punidor. Um exemplo, o nosso clima está cada vez mais seco, cada vez mais severo, se o produtor rural não se preparar para o período de sequidão, talvez aumentando um reservatório, ou criando um reservatório, ele não terá condição de produzir os alimentos tão necessários. A minha pergunta é a seguinte: o que fazer não para ajudar o produtor rural, mas para não atrapalhar o produtor rural? Tem aquela velha frase: "Quem não pode ajudar, que não atrapalhe".

[Rodolfo Schneider]: Começa com o candidato Tarcísio de Freitas, um minuto e meio.

[Tarcísio de Freitas]: Caro Joel, boa noite. Nós temos que ajudar, sim, o produtor rural. O grande produtor rural e o pequeno produtor rural, que precisa da mão do Estado. Precisa contar com a segurança jurídica. Então, ele precisa, no final das contas, da regularização fundiária, da regularização ambiental, precisa da assistência técnica. Então, a gente precisa rever, revigorar os centros de assistência técnica e integral. Eles precisam da mão do Estado na questão do crédito rural e do seguro agrícola e eles vão precisar também de facilidade para ter o licenciamento. O licenciamento ambiental é um instrumento de gestão de risco ambiental.

E é fundamental que a gente elimine a burocracia e tenha critérios que sejam muito claros para que a gente possa, por exemplo, fazer o licenciamento de empreendimentos hídricos para reservação. Porque é fundamental que a gente tenha as culturas irrigadas, principalmente, no Estado, onde falta água! Falta água em Salto, falta água em Ourinhos, falta água em Ribeirão Preto, falta água em Itu. Então, no final, para a gente ter a cultura irrigada - falta água em Indaiatuba - é fundamental que a gente possa trabalhar nesse licenciamento, que tem que ser racional. A gente tem que confrontar o potencial degradador do empreendimento com a resiliência do meio ambiente, seguindo uma curva de aumento de complexidade gradativa, de maneira que os empreendimentos simples possam ser facilmente licenciados. Vamos investir também na questão da tecnologia e da pesquisa no setor do agro.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Fernando Haddad.

[Fernando Haddad]: Joel, boa noite. Você tem toda a razão em se preocupar com essa questão por dois motivos: primeiro, os órgãos de licenciamento ambiental foram desmontados nos últimos quatro anos. Nós vamos ter que reaparelhar o Estado para fazer o licenciamento ambiental rapidamente, como eu fiz aqui, na Prefeitura de São Paulo, nos empreendimentos imobiliários. Antigamente você levava um ano para aprovar um empreendimento, e hoje em poucos dias você aprova um empreendimento e gera empregos na construção civil, com empreendimentos espalhados pela cidade toda. Mas tem um segundo ponto que as pessoas precisam compreender porque diz respeito à sua qualidade de vida, você que nos acompanha, a mudança do regime de chuvas aqui em São Paulo tem a ver com o desmatamento na Amazônia.

Nós desmatamos, durante o governo Bolsonaro, foram? Nós desmatamos uma Bélgica! Na Amazônia! Isso está afetando o regime de chuvas aqui. Isso implica construir reservatórios de água porque não haverá água para irrigação. E o grande consegue fazer o reservatório. O pequeno não. E é por isso que está faltando feijão, arroz, mandioca a preço baixo na sua mesa, porque o governo não tem uma visão global do problema ambiental. É um problema mundial, mas tem um problema nacional que precisa ser resolvido, e nós não podemos ser parte do problema. O Brasil tem que ser parte da solução, e São Paulo junto.

[Rodolfo Schneider]: Quem pergunta agora é a jornalista Sheila Magalhães, no ar na Bandnews FM a partir das sete da matina. Boa noite, Sheila.

[Sheila Magalhães]: Boa noite, Rodolfo. Boa noite aos candidatos, boa noite a você que nos acompanha. Todos os dias na Bandnews FM, a gente recebe mensagens de ouvintes com queixas, e são muitas as queixas em relação a atrasos e falhas na circulação de trens do Metrô e da CPTM. Quando eu digo "todos os dias" não é uma força de expressão, todos os dias interferindo, é um dado de realidade, interferindo na rotina das pessoas, na produtividade, no trabalho, na qualidade de vida, enfim, de que maneira os senhores pretendem melhorar essa situação, garantindo mais previsibilidade às pessoas, e que planos os senhores têm para levar o transporte sobre trilhos de passageiros para além da Região Metropolitana?

[Rodolfo Schneider]: Candidato Fernando Haddad.

[Fernando Haddad]: Sheila, muito obrigado pela pergunta. Olha, eu não tenho nenhum preconceito contra parcerias público-privadas, inclusive eu sou autor da lei que regulamentou as parcerias público-privadas no Brasil, e eu e a minha companheira Ana Estela inclusive criamos o PROUNI, que é a maior parceria público-privada já feita no Brasil, que atende o estudante de baixa renda que não pode pagar a faculdade e faz uma parceria com as instituições privadas. Agora, você tem que saber fazer parceria, porque se você não souber fazer parceria, acontece o que está acontecendo em São Paulo.

Existe uma coisa quando você faz a concessão que chama caderno de encargos. Nesse caderno de encargos tem que estar estabelecido quais são os compromissos que vão ser assumidos por cada concessionária, e isso tem que ser regulado, cobrado periodicamente, e isso não está acontecendo. Eles estão privatizando o filé mignon, estão ficando com o osso e não estão investindo dinheiro público naquilo que fica com o Estado e o sistema está se desorganizando ao invés de se organizar. Nós vamos ter que contar com mais investimentos em trilhos, inclusive intercidades, e eu tenho certeza que o Presidente Lula fará um grande investimento em trilhos aqui em São Paulo. Sentei com ele, pactuamos um plano de metas aqui para São Paulo para levar o metrô para a região metropolitana, para sair da capital, mas também para fazer o trem intercidades para a gente relembrar os bons tempos em que eu ia para a cidade do interior de trem para ver meus parentes.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Tarcísio de Freitas.

[Tarcísio de Freitas]: Olha, é inadmissível os atrasos na circulação de trens da CPTM e no metrô. A gente viu recentemente muitas falhas na Linha 8, na Linha 9, que foram recentemente concedidas, e a gente tem que cobrar imediatamente o cumprimento do contrato de concessão. Existem lá várias cláusulas que precisam ser cumpridas, e se não forem cumpridas a gente tem que entrar com as punições, com as multas e até com a declaração de caducidade, a realização de um novo contrato de concessão ou mesmo a gestão pública daquela linha, não é? Retornar aquilo para a CPTM. Então, nós vamos atuar para que os contratos sejam cumpridos, e eu tenho certeza que eles serão com uma ação firme. E é fundamental expandir o transporte sobre trilhos.

No nosso governo, nós vamos tirar a Linha 2, que precisa sair da Vila Prudente e chegar na Penha, sair da Penha, chegar lá no Bairro do Pimentas, lá em Guarulhos; a gente vai atender Guarulhos, a gente vai atender expandindo a Vila... a Linha 4 da Vila Sônia até Taboão, fazer com que a Linha 15 chegue até Cidade Tiradentes, que é fundamental, compromisso de muito tempo, terminar a Linha 17, que vai ter que se ligar à Linha 1, Jabaquara, até a Linha 4 para atender também Paraisópolis. E vamos investir nos trens intercidades. Está fácil fazer. O primeiro leilão que nós vamos fazer vai ser do trem intercidades Campinas-São Paulo, porque nós já tomamos todas as providências, com a prorrogação da malha paulista e a renovação do contrato da MRS, para tirar esse projeto do papel.

[Rodolfo Schneider]: O próximo a perguntar é o jornalista Marco Antônio Sabino, apresentador do programa Olhar de Repórter, na tela da Band, todos os sábados, às nove da manhã, discutindo os problemas de São Paulo. Fala, Sabino, boa noite para você, sua pergunta.

[Marco Antônio Sabino]: Boa noite, Rodolfo, boa noite, candidatos, boa noite àqueles que nos acompanham. Muitas cidades no mundo conseguiram recuperar suas regiões centrais, o centro da cidade. No entanto, aqui em São Paulo se fala, há muito tempo— São Paulo capital, há muito tempo se fala isso e nada efetivamente aconteceu. Como é que o Governo do Estado pode colaborar para que isso, de uma vez por todas, aconteça e São Paulo tenha um centro melhor para se viver, para se visitar, para se circular? Como o Governo do Estado ajuda efetivamente e em quanto tempo vocês acreditam que se possa ver um centro da capital melhor do que está hoje?

[Rodolfo Schneider]: Agora quem começa é o candidato Tarcísio de Freitas, um minuto e meio.

[Tarcísio de Freitas]: Boa noite, Marco Sabino. Uma pergunta fundamental, porque ela tem a ver com segurança, ela tem a ver com saúde pública, ela tem a ver com o turismo de compras, com o turismo de negócios na Cidade de São Paulo. A gente tem uma proposta muito importante de construir o centro administrativo de São Paulo na região da Praça Princesa Isabel, trazendo o centro do governo de São Paulo para o Campos dos Elísios, e isso é fundamental, porque significa levar o poder para o Centro. Quando você leva o poder para o Centro, você traz um centro de urgência e você fica comprometido com o problema. Isso é uma componente fundamental, por exemplo, para você resolver o problema da Cracolândia. Então, essa chegada do poder no Centro, juntamente com habitação de médio padrão, com habitação de interesse social, ela é fundamental para a gente reabilitar o comércio, para que o comércio possa funcionar até mais tarde, para que a segurança volte a imperar, para que a gente devolva a cidade para as pessoas.

Temos outros projetos interessantes: o rebaixamento da linha férrea, por exemplo, que vai da Lapa até o Campos dos Elísios, passando pela Barra Funda, isso cria um espaço que pode ser aproveitado, e nós temos que adensar a população naquelas áreas onde a gente tem infraestrutura de saneamento e infraestrutura de transportes, e isso vai relativizar o Centro da cidade, vai trazer novos negócios e vai ter um papel fundamental no restabelecimento da atividade econômica, no restabelecimento e no resgate dos empregos, que a gente vai ver o comércio funcionando com terceiro turno e muita gente sendo contratada.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Fernando Haddad?

[Fernando Haddad]: Bom, concordo que é prioridade recuperar o centro de São Paulo, que está abandonado há praticamente seis anos. Os projetos que Marta Suplicy, eu, José Serra, fizemos aqui novo centro de São Paulo, estão praticamente abandonados. Não se faz mais nada no centro de São Paulo. E, ao contrário, hoje você tem o dobro ou o triplo de pessoas em situação de rua, sem que o Poder Público — Estado, Governo Federal ou Governo Municipal tomem qualquer providência. Agora, eu sou contra levar o Palácio dos Bandeirantes para o centro de São Paulo. Você vai gastar um dinheirão para fazer outro palácio e não vai acontecer nada no centro de São Paulo, porque o centro de São Paulo está precisando de morador. É o contrário. Tem muito emprego no centro de São Paulo, não tem é morador.

Nós precisamos relativizar o centro o dia inteiro, e não só no período diurno. Nós precisamos ter moradores, e temos um ambiente em que as pessoas possam conviver, e para isso você precisa recuperar planos habitacionais consistentes, resgatar o Minha Casa Minha Vida, que acabou sobretudo para a população de zero a três salários mínimos, que não vê a cor do Casa Verde e Amarela, e tinha muito investimento do Minha Casa Minha Vida, justamente para essa faixa de renda. E São Paulo precisa ter um mix, gente de todas as classes sociais morando no centro de São Paulo, recuperando aquilo tudo, como nós estávamos fazendo em relação ao minhocão, Vale do Anhangabaú, assim por diante. Nós precisamos recuperar esses projetos, e recuperar a produção de moradia no centro de São Paulo.

[Rodolfo Schneider]: E agora, para terminar essa rodada, quem faz a pergunta é a jornalista Paula Valdez, do canal BandNews, 24 horas por dia de notícias. Acordou cedo, Paula está lá às seis da manhã já no BandNews TV. Sua pergunta. Boa noite, Paula.

[Paula Valdez]: Boa noite, Rodolfo. Boa noite, candidatos. Boa noite a todos. A minha pergunta é sobre a educação, vocês até falaram um pouquinho no primeiro bloco, mas não falaram dos projetos de vocês. Eu, inclusive, antes de vir pra cá, eu abri nas redes sociais essa pergunta para que os eleitores, as pessoas fizessem, e elas mais querem saber a respeito de defasagem e qualidade do ensino. Defasagem a gente sabe que na pandemia, no Brasil como um todo, a gente teve aí o seu aumento, muita gente saiu da educação ou porque precisava trabalhar, ou porque não tinha condições de acompanhar suas aulas online. Qualidade de ensino, a gente tem um estudo que mostra que inclusive muitas pessoas que saem das escolas não sabem fazer uma conta básica de matemática. Isso sem falar na infraestrutura, também mencionada por vocês aqui, várias escolas do Estado de São Paulo prestes a fechar porque as verbas destinadas a elas ou não chegam ou não é suficiente. Então eu pergunto para vocês, educação como base e como futuro, qual o projeto de vocês?

[Rodolfo Schneider]: Candidato Fernando Haddad começa.

[Fernando Haddad]: Nós temos algumas questões emergenciais para resolver imediatamente. Primeira delas: alfabetização de crianças até dez anos. De novo, os governos cruzaram os braços, eu vou lançar logo em janeiro com os prefeitos um plano de alfabetização. Metade da matrícula do fundamental I é estadual, metade é municipal.

Vamos fazer um grande plano de alfabetização para recuperar o tempo perdido na pandemia. Segundo plano emergencial: evasão de jovens, do ensino médio e do ensino universitário, da educação superior. Precisamos trazê-los de volta com programas de bolsa, estágio, aprendizagem, que nós fazíamos no Ministério da Educação quando eu fui ministro por sete anos, portanto, eu tenho uma experiência muito rica na educação, e vamos fazer muitas parcerias com os melhores educadores do país.

Terceiro lugar: Garantir autonomia universitária. Não fazer o que está acontecendo hoje no Brasil, de ameaçar as universidades. As universidades são um patrimônio desse país. E elas formam os nossos professores. Nós vamos ter a compreensão do papel delas em relação à educação básica. Não há como a educação básica ser boa se nós não tivermos um magistério qualificado nas nossas principais universidades, nós precisamos recuperar isso e valorizar o magistério. O magistério foi destroçado, confiscado nos seus direitos, desrespeitado no seu plano de carreira. Não há educação sem parceria com as nossas professoras. E nós vamos recuperar a confiança delas para fazer um grande trabalho pela educação paulista.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Tarcísio de Freitas.

[Tarcísio de Freitas]: Boa noite, Paula. Tema fundamental, nós vamos trabalhar na educação, que é a base, o nosso futuro. Nós precisamos, no final das contas, disponibilizar uma educação de qualidade, não adianta ficar restrito aquilo que é competência do Estado, porque, realmente, se a gente não cuidar do ensino básico, se a gente não cuidar da alfabetização, quem vai chegar no fundamental II, quem vai chegar no ensino médio? Nós precisamos recuperar o tempo perdido, porque o Brasil foi campeão em afastamento de sala de aula. Dois anos com os alunos afastados em sala de aula. Não aconteceu isso em lugar nenhum do mundo. E essa recuperação vai se dar em cima de quatro pilares.

O primeiro: política de transferência de renda para combater evasão escolar. Nós vamos dar uma bolsa para todos os alunos do ensino médio de 120 reais ao longo dos 12 meses. Para reter os alunos na sala de aula. E ajudar as famílias, para que os pais tenham tranquilidade. Hoje são 20 mil famílias assistidas com 500 reais, nós vamos passar isso para 100 mil famílias assistidas com 500 reais, ou seja, vamos aumentar a transferência de renda.

Segundo: Criar o núcleo de assistência às famílias, para combater problemas como a depressão, para fazer com que as famílias percebam a importância de ter o aluno em sala de aula.

Terceiro: Nós vamos aderir ao plano nacional de recuperação da aprendizagem para selecionar aquilo que vai ser recuperado de forma imediata.

E quarto: Investir na infraestrutura escolar. E nada disso vai funcionar se a gente não cuidar do professor. Se a gente não rever o piso do professor, não rever a lei complementar 1374 de 2022, não cuidar da remuneração dos professores, do confisco dos aposentados que a gente vai acabar e do IAMSPE, do tratamento médico dos servidores.

[Rodolfo Schneider]: Com isso, chegamos ao final desse bloco. Aproveito para reforçar que no próximo domingo, atenção, já anota, reserva o seu domingo, oito da noite, o confronto será entre os candidatos à Presidência. Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro vão se encontrar neste mesmo estúdio para o primeiro debate do segundo turno. Vamos a um rápido intervalo e na sequência mais um confronto direto entre os candidatos ao Governo de São Paulo. Olho no voto, olho na Band.

  • Terceiro bloco:

[Rodolfo Schneider]: Voltamos ao vivo com o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao Governo de São Paulo. Esse programa é transmitido também pelo Bandnews TV e pelas rádios Bandeirantes e Bandnews FM. Agora mais um confronto com banco de tempo entre os candidatos Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad. Seguindo as mesmas regras do primeiro bloco, cada um terá 15 minutos para administrar como preferir. A ordem agora é invertida, então quem começa com a palavra é Fernando Haddad. Bom debate, por favor, candidato.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, até em respeito ao eleitor que está nos acompanhando, eu fui ler o seu plano de governo e me deparei com algumas propostas que me são muito caras, e dizem respeito até coisas que eu lidei pessoalmente, por exemplo, merenda escolar, assistência farmacêutica, moradia para baixa renda. E nós sabemos, nós temos muito orgulho aqui de São Paulo, porque São Paulo é um estado forte, é um estado que pode fazer políticas com as próprias pernas, é quase um país. É um país o Estado de São Paulo. Nos orgulha. Mas nós estamos dentro de uma federação, e esses programas, eles são federativos. Contam com o apoio do município, do Estado e da União. E quando eu olho o orçamento federal que foi encaminhado para o Congresso, já está lá, é o orçamento do seu governo, não existe verba para nada disso.

Ou seja, não existe pacto federativo para você garantir moradia para população de baixa renda, para você garantir uma merenda que seja saudável, não a que hoje está sendo oferecida, 36 centavos por dia por aluno? É o que está sendo pago hoje. E, sobretudo, a questão dos medicamentos que estão faltando em todos os Postos de Saúde. Qual é o milagre? Como é que o seu plano vai se realizar se você não tem o pacto federativo com prefeitos e com Governo Federal previsto no seu plano de governo?

[Tarcísio de Freitas]: Vamos lá, Haddad, vamos falar de merenda escolar, de assistência farmacêutica. Primeira coisa que eu preciso dizer, não vai faltar dinheiro para a merenda escolar, não vai faltar dinheiro para a farmácia popular. A gente percebeu muito bem o que aconteceu no orçamento. A partir do momento que eu tenho um teto de gastos e a despesa obrigatória vem crescendo, diminui o espaço para a despesa discricionária; e hoje nós temos a emenda do relator. Aquilo que saiu da despesa discricionária foi acrescido na emenda do relator e vai ser uma decisão do Congresso Nacional manter. Agora, se o Congresso Nacional não tomar essa posição, uma mensagem modificativa vai ser enviada pelo governo do Presidente Bolsonaro ao Congresso para restabelecer os valores da merenda escolar e da farmácia popular, isso é fundamental. E o Presidente Bolsonaro vai garantir, já disse: "Vou garantir o recurso da merenda escolar, vou garantir a farmácia popular".

No nosso governo também não vai faltar merenda, porque a segurança alimentar é uma questão fundamental. Então, primeiro, nós vamos aumentar a rede de bom prato, porque ainda é muito tímido, nós temos pouco mais de 60 bons pratos no Estado de São Paulo, nós vamos dobrar essa quantidade de bons pratos no Estado de São Paulo; nós vamos também fazer com que a merenda escolar aconteça nos doze meses do ano, inclusive nos períodos de recesso escolar. Isso vai ser fundamental. Eu me lembro que na sua gestão, na Prefeitura, no final da gestão, havia a compra de salsicha e com 35% acima do valor, isso não vai acontecer na nossa gestão. E nós vamos garantir a transferência de renda, vamos ter parcerias com Ceasas, nós vamos combater o desperdício, vamos trabalhar com organizações do Terceiro Setor para fazer com que o alimento chegue na ponta. Além disso, com relação a medicamentos, nós vamos trabalhar muito com a tecnologia, com a telemedicina, e isso vai facilitar a dispensação de medicamentos. O medicamento vai chegar na ponta da linha e vai ser entregue em casa, vai ser entregue para o doente, para o hipertenso, vai ser entregue para o diabético.

Porque o uso da tecnologia, a medicina 5G vai fazer no final das contas com que a gente diminua? com que a gente tenha um aumento de eficiência com relação a recursos, e isso vai fazer com que a gente diminua, descomprima as urgências e as emergências no Estado, porque nós vamos tratar com antecedência. O médico de família vai ser assistido por telemedicina, vai ser assistido remotamente. Nós vamos verificar qual medicamento é necessário e se aquele medicamento está sendo administrado e se aquele medicamento vai chegar na casa do doente, e isso vai fazer a diferença.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, primeiro te esclarecer que eu não compro comida porcaria para a merenda, não. Quando eu era prefeito, eu comia... comprava coisas da melhor qualidade e fui dos primeiros prefeitos a introduzir alimento orgânico na merenda escolar. Alimento sem agrotóxico. Não sei o que você acha disso, porque vocês gostam de um agrotóxico, botar um veneninho nas plantas, mas nós, não: a gente gosta de coisa saudável, a gente gosta de coisa de primeira qualidade. Mas eu queria pedir a sua paciência para você compreender desse discurso bonito, e é bonito, o que de fato ele falou. Sabe o que ele falou? Que o dinheiro não está no orçamento porque está na mão do relator. É o tal orçamento secreto.

E vai depender do relator repor ou não o dinheiro da farmácia, o dinheiro da moradia, o dinheiro da merenda. E se o relator resolver gastar o dinheiro com outra coisa, aí o governo vai saber... vai fazer alguma coisa depois. Isso nunca aconteceu na República! O orçamento chama orçamento público! Ele não é secreto. Esse negócio de sigilo de cem anos, essas coisas não existem em uma república! As coisas têm que ser preto no branco, tem que estar tudo claro ali, à luz do dia! Agora, não. Bota 30 bi na mão do relator, sabe Deus o que vai ser feito com esse dinheiro que é seu! Não é meu, não é do Bolsonaro, não é do Tarcísio, é seu dinheiro, é do contribuinte. Você só vai saber depois, você não fica sabendo agora como o orçamento vai ser aprovado. Isso não tem cabimento, minha gente. Um orçamento se faz estabelecendo prioridades.

Quer ver uma coisa? Tarcísio, confesse aqui, o que está acontecendo com o seu orçamento na Infraestrutura? O que é decisão sua executar e o que é decisão do relator? Você é o ministro. Eu, quando era ministro, eu definia o meu orçamento ouvindo a sociedade, participativamente. Eu não ouvia ao relator, eu ouvia a sociedade; o que vocês precisam? Creche? Pró-infância. Ônibus? Caminho da escola. Escola técnica? Instituto federal. Universidade? REUNI. Era ouvindo a sociedade e construindo políticas públicas. Qual é a parte do orçamento que cabe a você decidir e qual é a parte do orçamento que cabe ao relator?

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, observe que realmente a gente teve um espaço orçamentário menor, e não vamos nos esquecer que o Brasil enfrentou a pandemia do Covid. 700 bilhões de reais foram aplicados para salvar a população brasileira. Foram aplicados no combate direto, no enfrentamento à pandemia, foram aplicados na compra de vacina, foram aplicados na ajuda direta a estados e municípios. Aliás, Haddad, se essa ajuda não tivesse acontecido, vários municípios não teriam pago o salário dos servidores — isso é uma história que ninguém conta.

Estados e municípios não iam conseguir pagar salários, e pagaram porque o Governo Federal aportou recursos diretamente, postergou o pagamento do serviço da dívida, que o Governo Federal conseguiu dar essa assistência direta, manteve os saldos do fundo de participação de estados e municípios nos mesmos patamares de 2019, independente da queda de receita. Foi graças ao Pronampe e ao benefício emergencial que as empresas não quebraram, então várias pessoas, você que está nos assistindo, que trabalha no comércio, vocês tiveram seus empregos preservados graças a esses recursos. E a partir do momento que a gente percebeu que nós tínhamos pouco dinheiro público para fazer investimento em infraestrutura, nós recorremos à iniciativa privada, e aí está uma grande diferença da nossa linha de ação para a linha do PT: a gente tem certeza que vai criar empregos a partir do capital privado, que nos blinda das oscilações do orçamento. E o que nós fizemos? Vários leilões de infraestrutura.

O Governo Federal fez 167 leilões de infraestrutura nesse período, mesmo enfrentando a pandemia, e contratou 900 bilhões de reais de investimentos. E o que vai acontecer nos próximos anos no Brasil? O Brasil vai virar um canteiro de obra. Nós vamos ter forte geração de emprego, são vários pais de família que vão trabalhar nesses canteiros de obra, que vão levar seus sustentos para suas casas. Então a gente não ficou parado, sentado, esperando, a gente recorreu à iniciativa privada. E o presidente Bolsonaro já garantiu: não vai faltar dinheiro para Farmácia Popular, não vai faltar dinheiro para merenda, ele vai complementar o recurso, porque é compromisso do presidente, porque foi ele que olhou pelo social.

Olha quantos pais de família sobreviveram graças ao Auxílio Emergencial? Nós atendemos 68 milhões de famílias, quase um a cada três brasileiros, e agora o Auxílio Brasil, que substituiu, que é um plano de transferência de renda emancipatório: 600 reais todo mês mais 200 reais quando a pessoa arruma um emprego, ou seja, ela não perde o benefício quando ela está empregada. E é esse exemplo que nós vamos seguir: transferência de renda, capital privado. Nós precisamos, Haddad, saber como buscar o emprego. Me surpreendeu outro dia uma declaração do presidente Lula, que disse o seguinte: "Eu vou gerar emprego, mas eu não sei como. Nós vamos tornar o brasileiro mais feliz, mas eu não sei como".

E eu vou dizer para vocês: nós sabemos como, o presidente Bolsonaro sabe como, porque ele mexeu as alavancas do desenvolvimento, ele mexeu as alavancas do crescimento sustentável, e o Brasil está gerando emprego porque a gente achou o caminho. A gente sabe fazer. E até me preocupa essa questão do Congresso que você colocou, porque como é que vai se governar com um Congresso que agora é todo centro-direita e hoje tem muito mais autonomia, tem emenda impositiva; as ferramentas do passado já não funcionam mais.

[Fernando Haddad]: Mas você vai trazer esse modelo para São Paulo? Você pretende trazer o orçamento secreto para São Paulo porque não tem outro jeito? O papel do chefe do Executivo é lutar contra isso. O papel do chefe do Executivo é não deixar isso acontecer, é defender o orçamento público, é mostrar para o cidadão onde é que está indo o dinheiro dele. Se você ficar refém do Centrão, nós estamos fritos. Estamos roubados. Literalmente roubados. Porque não vai acontecer nada de bom. Tanto é que a gente não encontra as tais obras.

Bolsonaro até hoje tem que festejar a transposição, foi a obra que ele concluiu depois de 95% feito, aí ele foi lá, fez 5% e tem que fazer assim, tirar foto. Não funciona assim. Não vai funcionar assim. Orçamento não funciona assim. Isso não vai dar certo. Se o chefe do Executivo ficar refém do Congresso Nacional, se o governador de São Paulo que nunca ficou, vai ficar refém da Assembleia Legislativa, vamos trazer para cá a péssima experiência? Onde existe no mundo orçamento secreto? Me conta isso. Onde tem orçamento secreto? Desculpa te interromper, só para concluir o raciocínio, você não tem orçamento secreto. É ilegal.

Na maior parte do mundo desenvolvido é ilegal. Nós precisamos dar transparência para as coisas. Esses decretos de sigilo de 100 anos, você adotaria aqui? Você governador, 100 anos de sigilo nas compras do Palácio dos Bandeirantes. Você vai adotar aqui um troço desse? Sinceramente, eu te pergunto. Você vai trazer essa prática pra cá? Eu não vou ter sigilo nenhum, não tenho nada na minha vida que é sigiloso, nem quando eu estava no governo, nem quando eu estou fora. Tenho 59 anos, você vasculha a minha vida inteira, pode procurar. Fui lojista, fui construtor, fui consultor, fiz a tabela FIPE, fiz prédio, fiz uma porção de coisas, vendi tecido, fui chefe de gabinete, fui ministro, fui prefeito.

Abre, escancara, pode vasculhar minha vida. Vai trazer pra cá o segredo do sigilo de 100 anos? Se continuar o desmatamento da Amazônia, não sei se a gente vai abrir esse sigilo. Para que isso? Isso é republicano? Para quê? Nunca teve isso. Nem na ditadura era assim. Qual é? Por que essa prática? E você não me respondeu, quantos por cento do teu orçamento, teu, você executa que não é do relator? Que você decidiu? Com base em critério técnico? Quantos por cento?

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, a proposta orçamentária que fui para o Congresso, dentro do limite estabelecido pela economia, foi cumprida integralmente, a gente teve uma execução de 99% do orçamento, aliás, ao contrário da sua gestão na Prefeitura, como eu falei, nos dois anos... nos dois anos e meio primeiros da sua gestão na Prefeitura, para recurso da saúde, você só usou 6,5% daquilo que estava destinado, ou seja, baixa eficiência no gasto, se você tem baixa eficiência no gasto no começo da gestão, você vai ter falta de qualidade de gasto no final da gestão, muito provavelmente.

A questão da emenda do relator foi decidida pelo Congresso, que hoje tem mais autonomia para definir a despesa, e eu tenho certeza que ela vai demandar ajuste porque o próprio Congresso não está satisfeito com ela. O que a gente defende para o orçamento, ao contrário, é menos vinculação de receita, um orçamento mais livre para que os gestores possam definir a política pública e levar a política pública para a ponta. E a gente não pode ficar também só escravo do orçamento, por isso a gente correu atrás da iniciativa privada. Eu prezo muito pela iniciativa privada. Eu prezo muito pelo papel do capital privado. E até me preocupo porque nós temos, por exemplo, um grande projeto em Santos, que é a desestatização do Porto de Santos que vai representar a redenção da baixada santista.

A desestatização de Santos vai trazer 20 bilhões de investimento, aprofundamento do canal de 15 para 17 metros, vai trazer mais quatro berços para turismo, o turismo é fundamental para o emprego daquela região. Vai trazer divisas. E a outorga de Santos vai ser usada para construir o túnel do Maciço, a ligação Santos-São Vicente, para construir o viaduto da Alemoa, para fazer a travessia seca Santos-Guarujá, que é esperada há tanto tempo. Ou seja, investimentos importantes para a mobilidade, investimentos importantes para o emprego. E eu já vi uma colocação sua dizendo que você é contra a desestatização do porto, eu queria entender, por quê? Será que essa desestatização está em perigo com o governo Lula? Será que a gente não vai ver os empregos? A gente não vai ver o investimento? A gente não vai ver a travessia seca Santos-Guarujá?

[Fernando Haddad]: Eu já falei aqui e repito, não tenho dogmatismo em relação a essa questão. Eu fiz o PROUNI com a minha esposa, que está aqui inclusive, me acompanhando. Minha companheira. Fizemos o PROUNI no Governo Lula. Lula pôs o projeto debaixo do braço. Três milhões e quatrocentas mil pessoas de baixa renda, em parceria com o setor privado. Não tenho esse problema nenhum.

Agora, você quer privatizar não os terminais, que já são privados, você quer privatizar a autoridade portuária. E eu quero que você me dê um exemplo no mundo onde a privatização da autoridade portuária deu certo. É outra coisa. Você quer privatizar a Sabesp. Você, toda vez que você é perguntado, você não responde. Você tergiversa, você não fala o que vai fazer. Por quê?

Eu estou falando: não vai se privatizar a Sabesp. A privatização da Sabesp vai aumentar a conta de água, que é essencial para a vida humana. Já estão pagando absurdo no alimento, vão pagar absurdo na água? Você pode fazer debaixo do guarda-chuva a Sabesp, que é uma empresa enorme, as parcerias embaixo, sem perder o controle da situação. Você pode fazer PPPs, você pode fazer emissão de debêntures, pode fazer empréstimo, você pode fazer tudo dentro da Sabesp como ela está organizada, vender o controle acionário de uma empresa gigante? E você não fala o que você vai fazer. Eu acho que você vai privatizar porque você já falou que ia privatizar. Aí você falou que voltou atrás.

Aí você voltou a falar que está pensando, mas a gente não sabe o que você quer fazer com o maior patrimônio estatal paulista. E as universidades? E a Fapesp? E o Butantã? O que vai ser do Butantã, por exemplo? Que foi enxovalhado pelo Bolsonaro. Criticou a vacina chinesa? Gente do céu, isso aqui é um estado muito importante! Muito importante! São Paulo é considerado um país para quem mora fora do Brasil, pela sua força. Nós não podemos perder essa energia. Então eu volto a te falar, eu acho que nós vamos encontrar um caminho de dar transparência para o orçamento. Sabe por quê?

O interior precisa de investimento. Outro dia, eu vi você falando que você não vai fazer o hospital de Franca e você falou das santas casas. Vou ser justo com o que eu ouvi. As Santas Casas nós vamos recuperar com a Nota Fiscal Paulista, que foi liquidada por esse governo. Uma ideia do Serra, boa ideia. Eu falei: "Vou recuperar a Nota Fiscal Paulista". Tem como arrumar dinheiro para as santas casas, entre outras entidades, que precisam de apoio estatal. E o contribuinte pode ser um parceiro do Estado pedindo nota.

Aumenta a arrecadação, você transfere para uma entidade beneficente. Agora por que cancelar um anúncio feito pelo governador que está te apoiando agora? E você: "Não vou fazer o hospital de Franca". Por quê? De onde você tirou? Você? Não falo isso para? você está chegando no estado, fala: "Vou cancelar o hospital". Você não se debruça sobre os dados para saber o que está acontecendo? Por que as pessoas de Franca, que estão perdendo indústria por causa do ICMS, o setor calçadista está indo embora, nós temos que trazer de volta, e muitas cidades estão vivendo isso, Birigui, Jaú.

A região do ABC precisa de apoio, a região do Vale do Paraíba precisa de apoio. Nós precisamos trabalhar isso, e aí você vai lá e anuncia o cancelamento de um hospital? Quer dizer, um investimento da Saúde importante. Sem transparência no orçamento nós não vamos ter dinheiro para fazer nada. Não vai acontecer. Se deixar na mão do relator, acabou o orçamento. Eles é que vão decidir o que fazer, e não a população em parceria com o Estado.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, você deixou muito claro aí a diferença de caminhos que existem entre a sua gestão e a minha gestão. A forma como você espera resolver os problemas e a forma como eu espero resolver os problemas. Está muito nítido, está muito claro. Eu acredito muito no potencial do setor privado. Por exemplo, quando você se refere à Sabesp, eu vou pegar o exemplo da Eletrobras, que você disse que era contra a privatização da Eletrobras, mas a privatização da Eletrobras está resgatando a capacidade de fazer investimento, está aportando muitos recursos, e 33 bilhões foram arrecadados pelo Tesouro, e mais 32 bilhões estão sendo aportados na conta de desenvolvimento energético. Sabe o que isso significa? Que a conta de luz vai baixar.

A privatização da Eletrobras está fazendo com que a conta de luz reduza de preço, sacada do Governo Bolsonaro. Isso é modelo. Sabe por que ela está baixando? Porque houve a renovação dos contratos de concessão, e esse valor gerado pela renovação dos contratos de concessão está sendo aplicado na conta de desenvolvimento energético para baixar a conta de luz. Isso te lembra alguma coisa? Na verdade, você pode fazer a mesma coisa na Sabesp. Porque no final...

[Fernando Haddad]: Então você vai vender.

[Tarcísio de Freitas]: Um dos grandes patrimônios da Sabesp são os contratos de concessão. Eles geram muito valor. E esse upside pode ser aplicado, esse dinheiro que vai ser arrecadado pode ser aplicado para reduzir a conta de água. A conta de água vai ficar mais barata.

O que eu estou querendo dizer é que a gente vai estudar com muito esforço, com muito carinho, todas as alternativas para, primeiro, diminuir, comprimir a meta de universalização do saneamento. A gente tem que ver que a despoluição do Tietê, a despoluição do Pinheiros é fundamental para a segurança hídrica. São Paulo tem problema com abastecimento de água. Nós temos que fazer mais ligações, mais rede coletora, mais interceptadores. Nós temos que tratar o esgoto da Região Metropolitana de São Paulo, tratar o esgoto de Guarulhos, para que a gente possa reduzir a mancha de poluição e ter disponibilidade hídrica.

E aí, qual o cenário melhor para encurtar em alguns anos a meta de universalização de saneamento, que, pelo marco, é 2033? É injetando mais capital. Qual é o caminho para esse capital chegar? Quando avalio o custo operacional Sabesp com o custo regulatório, eu vou ver que o custo está 20% maior, 17% maior. Isso significa que o acionista está perdendo valor. Custo por ligação Sabesp versus curso por ligação da iniciativa privada.

Eu tenho ali também uma desvantagem, então, significa que há ineficiência. Então, ou a gente vai tratar essa ineficiência, ou a gente vai ter problema para atingir a meta de universalização do saneamento. E esse tratamento da ineficiência pode se dar pela via pública ou pela via privada, mas eu tenho que estudar a via privada, e eu acredito nela, sim. Por exemplo, fui um dos patrocinadores do projeto de privatização da Eletrobras, e funcionou. A Eletrobras vai restabelecer o seu poder de fazer investimento. Isso significa segurança energética, significa mais investimento, significa mais emprego; e como houve inteligência na modelagem, vamos lembrar que aquela medida provisória da Dilma, lá atrás, arrebentou o setor elétrico e fez as contas de energia subir, agora a gente está restabelecendo, aplicando a tecla reset.

Quando a gente faz a privatização da Eletrobras, a gente devolve ela para o cenário energético brasileiro, com capacidade de fazer investimento e reduzindo tarifa. Então, isso é uma coisa muito importante. Na questão do hospital de Franca, o que eu disse é o seguinte, exatamente: "Antes de decidir pela construção de um hospital, a gente tem que ver se não existe saturação na rede ou se existem leitos sobrando na rede". Existem várias situações, e foi isso que eu disse, que nós temos muitos leitos sobrando nas santas casas que precisam de investimentos, e que a gente tem que avaliar se há disponibilidade de leito para ser recuperado, porque vai sair mais barato, do ponto de vista de custeio, antes de decidir construir um novo hospital. Ora, eu não vou descontinuar, e tenho falado isso para todo mundo, nenhum projeto da atual gestão, principalmente os bons projetos, as boas políticas públicas. Nosso governo não vai ser o governo do cavalo de pau, vai ser o governo da continuidade do que é bom e da velocidade naquilo que está faltando. Está faltando um hospital em Itapetininga. Nós vamos fazer.

Está faltando a duplicação Itapetininga-Ourinhos. Nós vamos tomar conta desse projeto. Está faltando investimentos na Santos Dumont, na Ademar de Barros, na chegada em Campinas, nós vamos fazer. Está faltando investimento no HC de Campinas, da Unicamp, nós vamos fazer. Está faltando investimento no HC de Ribeirão Preto, nós vamos fazer. Está faltando o Metrô chegar em Guarulhos.

Nós vamos fazer o Metrô chegar em Guarulhos. Está faltando o Metrô chegar no ABC, da Lapa par São Bernardo do Campo, nós vamos tirar esse projeto do papel, ou seja, nós vamos fazer aquilo que é importante para o Estado de São Paulo no campo da infraestrutura, no campo do emprego, reduzindo a carga tributária para salvar cidades como Franca, Jaú, Birigui, que a gente está vendo o Paulo Calçadista indo embora, a gente está vendo as empresas da Alta Paulista do Oeste saindo para o Mato Grosso do Sul, saindo para o Paraná, saindo para Santa Catarina, a gente está vendo a indústria automobilística de São Paulo indo embora para Goiás, indo embora para o Nordeste por causa da questão do ICMS, então, nós vamos reduzir a carga tributária para devolver a competitividade para o Estado de São Paulo porque isso significa emprego para o pai de família.

Nós também vamos alongar o prazo de recolhimento do ICMS, porque isso vai ser importante para o pequeno produtor, vai ser importante para o pequeno comerciante. Nós vamos diminuir o ICMS para a aquisição de bens de capital para dar o alívio para as pessoas, para dar o alívio para aquele que quer fazer investimento. Vamos devolver os créditos de ICMS que estão investidos, porque isso vira investimento na mesma hora em compra de máquina, terceiro turno, isso vira emprego, e vamos trabalhar o crédito para o pequeno e para o microempreendedor, principalmente, usando o Desenvolve São Paulo em articulação com o sistema financeiro e dando a garantia estatal, e assim nós vamos restabelecer o emprego. Esse é o caminho do emprego.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, sinceramente, eu acho que por melhor que sejam suas intenções, você não vai tirar essas coisas do papel simplesmente porque elas não estão no orçamento federal nem no estadual. Não há conversa, não há diálogo entre os dois orçamentos. O que há é dinheiro na mão do relator. O que há é dinheiro na mão do centrão. Não tem, o dinheiro não está na mão do ministro para tomar uma decisão política e técnica com a benção do Presidente da República e a vigilância da sociedade. Esse sistema está... faliu.

Nós vamos ter que recuperar o orçamento público. Presidente Lula tem falado muito de orçamento participativo. As conferências, as pessoas precisam se reapropriar do orçamento. Você falou da Dilma, você tem elogiado muito a Dilma porque você trabalhou quatro anos no governo da Dilma. Eu trabalhei menos que você, eu trabalhei um; você trabalhou quatro. Então você sabe que... e você já fez várias declarações elogiosas à correção dela. Uma mulher correta, honesta, não é? Vamos recuperar isso, essa passagem trágica da história brasileira em que se violou a Constituição para arrancar um mandato de uma pessoa eleita. Não se faz isso. Agora, você trabalhou quatro anos ali.

A Eletrobras, pelo que foi vendida, dá um ano de orçamento secreto. Você está falando 30 bilhões; um ano de orçamento secreto, sumiu a Eletrobras, está na mão privada e você não sabe o que foi feito com o dinheiro. Se você pegasse esse ativo e produzisse um volume de recurso, colocar na conta... nas costas da Dilma a conta de energia elétrica da privatização malfeita lá nos anos 90? Pegue qualquer pessoa, pode pegar os indicadores de preço de energia elétrica do dia que privatizou para cá, basta ver o que aconteceu, depois que privatizou nos anos 90 para cá, o que aconteceu com a conta de luz. Ninguém pensava em pagar conta de luz nos anos 90, você tirava do bolso e pagava. Hoje você tem que fazer empréstimo bancário para pagar a conta de luz. Você tem que entrar no cartão de crédito para...

E vai acontecer com a água a mesma coisa. Não precisa vender o controle acionário da Sabesp, você sabe disso. Você tem conhecimento para saber disso. Isso aí é pressão do mercado financeiro que quer ganhar uns trocos com a venda do controle acionário. Esse povo já está rico! Eles não precisam de mais dinheiro. Quem está precisando de um olhar, um salário mínimo decente, quem está precisando acabar com o ICMS da carne, da cesta básica é o pobre! É o sujeito que não está chegando no final do mês. É o sujeito que está ganhando 1.283 reais de salário mínimo em São Paulo, quando o salário mínimo de São Paulo sempre foi 20% acima do salário mínimo nacional.

E o Bolsonaro não deu ganho real e o Doria deu ganho abaixo da inflação. Tirou poder de compra ainda mais. Lembrando que os alimentos subiram muito mais do que a inflação oficial. A inflação oficial, quando é de 10, o alimento subiu 20, subiu 30. Toda dona de casa sabe disso. Quem foi no mercado hoje sabe disso, basta comparar o preço. Então eu acho que está tudo errado, nós precisamos refazer o modelo econômico. Nós temos que atender a base da pirâmide. Ela é que vai fazer a roda da economia rodar, é assim que se gera emprego.

Você falava... lembrava uma brincadeira do Lula, ele falou: "Eu não sei como gera emprego". Ele falou aquilo porque ele gerou 22 milhões de empregos. Ele é o presidente recordista — recordista — da história em geração de emprego, e nós precisamos disso: parceria São Paulo e Brasil. Precisamos disso para voltar a sonhar com dias melhores, e está na nossa mão. Aí o dia 30, vamos resolver isso no dia 30, se Deus quiser.

[Tarcísio de Freitas]: Haddad, eu estou achando que você está preso ao passado, ao tempo que você foi ministro. Eu quero lhe lembrar que você agora é candidato ao Governo do Estado de São Paulo, e a gente está falando de geração de emprego em São Paulo. Eu estou falando que eu vou gerar emprego diminuindo a carga tributária, eu estou falando que eu vou gerar emprego dando crédito para o micro e para o pequeno empreendedor, investindo pesadamente em infraestrutura, investindo pesadamente em capacitação profissional, aumentando a oferta de vaga direcionada a cada vocação econômica, não é?

Para que a gente possa fazer a diferença. Investindo na desburocratização, no governo digital, na facilidade de licenciamento para que a gente possa gerar muitos postos de trabalho. A gente vai recuperar a potência que é São Paulo, a gente vai recuperar, restabelecer a competitividade no Estado de São Paulo, e nós vamos fazer isso com o orçamento do Estado de São Paulo, sem problema nenhum, isso não tem nada a ver com orçamento secreto, isso tem a ver com gestão, isso tem a ver com caminho escolhido, isso tem a ver com trazer o capital privado para cá, e olha só: isso não tem nada a ver com, por exemplo, mercado financeiro.

[Fernando Haddad]: Tarcísio, eu fico feliz de você ter afirmado que não vai trazer o orçamento secreto pra cá, se você fosse eleito. Seria um descalabro, que é o que está acontecendo em Brasília. É o que está acontecendo em Brasília. E sabe por que eu lembro dos bons tempos dos oito anos do Governo Lula?

Simplesmente porque nós crescíamos a 4% ao ano quando o mundo crescia a 2,5. E agora o mundo cresce a 2, e o Brasil no governo Bolsonaro cresce a 1. Não existe geração de emprego crescendo 1% ao ano, em média. Nós temos que mudar o modelo econômico. Nós temos que botar o pobre no orçamento. Ele que faz a roda da economia girar. É assim que nós vamos gerar emprego, com um mercado de consumo de massa, é isso que vai recolocar o Brasil na trilha do desenvolvimento e da justiça social.

[Rodolfo Schneider]: Olha, chegou a hora das considerações finais. E pelo script do debate, os candidatos deveriam voltar para os seus púlpitos, mas ficaram tão à vontade aqui, que eu até convido, o diretor talvez me mate aqui no ponto, mas dizer que, como a gente tem agora um minuto e meio para cada um, se quiserem ficar aqui, se aproximando mais da câmera, fiquem à vontade, o estúdio é de vocês. A gente começa, pelo que já foi acordado com as campanhas, com o candidato Fernando Haddad. O senhor tem um minuto e meio, candidato.

[Fernando Haddad]: Rodolfo, Tarcísio, eu agradeço muito a oportunidade que a Rede Bandeirantes nos deu, a mim e a ele, de apresentar as nossas ideias, as nossas visões de mundo. No fundo, o que a gente quer é que as pessoas nos conheçam um pouco mais, conheçam as soluções que a gente tem a apresentar para vocês, uma vez que estamos vivendo um momento em que tem muita gente sofrendo e que precisa de um atendimento prioritário. Nós não falamos de vários temas muito importantes aqui, teremos oportunidade nesse segundo turno de desenvolver e detalhar melhor.

Não falamos da explosão do número de pessoas em situação de rua no Estado de São Paulo, era um problema de um tamanho, ficou um problema de uma escala que o governador precisa assumir a responsabilidade. Parar de ficar jogando responsabilidade no colo do prefeito, chamar no Palácio dos Bandeirantes, conversar, ter parceria com prefeito e com o presidente da República, ter as portas do Palácio do Planalto abertas para a gente levar as nossas reivindicações justas, sempre com transparência, sempre com objetividade, sempre com a população acompanhando os nossos passos. Sem decreto secreto, sem nada disso.

A gente pode viver num mundo mais transparente. O dinheiro, ele sai daí, ele sai de uma política econômica correta, da atenção aos mais pobres, às famílias que mais precisam, e do bom uso, do bom trato da coisa pública com muita transparência. Eu peço que você acompanhe os debates de segundo turno porque eu tenho certeza que no final do mês você vai chegar a melhor conclusão para você e sua família.

[Rodolfo Schneider]: Candidato Tarcísio de Freitas, um minuto e meio para suas considerações finais.

[Tarcísio de Freitas]: Queria agradecer ao Grupo Band. Obrigado, Rodolfo, obrigado, Haddad, e agradecer principalmente você que está em casa que nos acompanhou. Não sou político profissional, não sou um teórico, sou engenheiro, mão na massa, passei minha vida toda trabalhando para fazer infraestrutura, aprendi muito com os mais simples e é pelos mais simples que eu quero trabalhar. Nosso programa de governo está muito bem construído e vai focar principalmente o social. Vamos cuidar das pessoas em situação de rua, com um grande programa habitacional aumentando muito a quantidade de habitações que serão produzidas, habitação de interesse social que é o que a nossa população está precisando.

Vamos olhar para aqueles pacientes, o doente renal crônico do fundo do Vale do Paraíba que está precisando fazer hemodiálise em Guarulhos, porque não tem Santa Casa à disposição, porque não tem o Frei Galvão lá em condições de atender a demanda.

Vamos olhar para o paciente de câncer que está saindo lá de Presidente Prudente porque o Hospital de Esperança não está funcionando dentro da sua característica, dentro da sua plenitude, para viajar para Jaú, ou para Barretos para fazer quimioterapia.

Vamos olhar para o jovem, porque eu quero que o jovem tenha perspectiva, quero que o jovem tenha a porta do mercado de trabalho aberta, e nós vamos fazer isso com o programa de aprendiz.

Vamos olhar para as cidades onde têm enchentes, nós vamos ajudar a combater as enchentes e vamos olhar para as cidades onde está faltando água. Segurança hídrica é fundamental e eu quero que a água chegue mais barato na torneira do cidadão, é com isso que estou preocupado. Portanto, dia 30, vote Tarcísio governador dez, e Bolsonaro presidente, 22.

[Rodolfo Schneider]: Olha, antes de chegar ao fim aqui do debate, eu vou fazer um adendo elogioso aos dois, candidato Fernando Haddad, candidato Tarcísio de Freitas, por um debate com ampla abertura, com muito tempo, e em nenhum momento de um interrompendo a fala do outro, fazendo embates, independente de quem vai votar, condições, ideologia, mas com propostas, com ideias, com respeito ao espaço do outro, que é uma tradição inclusive da Band há 40 anos, o espaço democrático, a casa da democracia, e os senhores deram um belo exemplo.

Queria, antes de mais nada, parabenizá-los e agradecê-los pela presença aqui no debate. Com isso, chega ao fim mais um debate essencial na tela da Band, reforçando essa tradição democrática do Grupo Bandeirantes, ajudar você eleitor a escolher seu voto.

E eu lembro que no próximo domingo, às oito da noite, vão se encontrar nesse mesmo estúdio os candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, para um debate realizado em pool pela TV Cultura, UOL, e o jornal Folha de S.Paulo, o primeiro desse segundo turno. Eu gostaria de agradecer mais uma vez a presença dos candidatos Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad, e principalmente a você, a sua audiência aqui na Band, na BandNews FM, na rádio Bandeirantes, no BandNews TV e nos nossos canais digitais. Eleições 2022, você decide, claro, aqui na Band. Boa noite. Tchau, tchau.