'Saímos da exclusão': DF terá pela 1ª vez deputado nascido em Ceilândia
Pela primeira vez na história, a Câmara Legislativa do Distrito Federal terá um deputado nascido e criado em Ceilândia, a maior e mais populosa região administrativa do DF, conhecida pela alta concentração de nordestinos.
Max Maciel, do PSOL, foi o terceiro deputado distrital mais votado no Distrito Federal. No legislativo, quer trazer a periferia para o centro das discussões.
Filho de nordestinos, Max Maciel faz há mais de 20 anos atividades em defesa da juventude do Distrito Federal. É formado em pedagogia e especializado em gestão de políticas públicas de gênero e raça pela Universidade de Brasília (UnB).
Também foi membro do Conselho Nacional da Juventude e ajudou a criar a Política Integral da Saúde dos Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde.
Com propostas como o passe livre estudantil e fortalecimento do empreendedorismo local, Max alcançou 35 mil votos — quatro vezes mais do que conseguiu em 2018.
Nestas eleições, outros candidatos representaram Ceilândia, como o deputado distrital Chico Vigilante, natural do Maranhão, e o deputado federal Reginaldo Veras, do Ceará, mas ambos não são ceilandenses de berço como Max Maciel.
"É uma responsabilidade muito grande. Ceilândia é a maior cidade do Distrito Federal, é uma região rica em cultura e bastante diversa", diz Max Maciel, em entrevista ao UOL.
Ceilândia tem quase 500 mil habitantes e surgiu após a Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), em 1971 — por isso tem esse nome. A campanha consistia na remoção de famílias, retiradas dos arreadores de Brasília para áreas mais distantes.
Hoje, Ceilândia abriga uma das comunidades mais pobres do Brasil, a Sol Nascente.
Para Maciel, o surgimento de Ceilândia tem origem em "uma iniciativa segregadora do governo da época, que tirou os moradores da área central de Brasília, o Plano Piloto, para uma área a 30 km de distância".
Saímos de um processo de exclusão, de nos tirar do chamado centro, de nos chamar de invasores, para dizer 'a periferia é o centro. Max Maciel, eleito deputado no DF
Em 51 anos de existência, Ceilândia não havia eleito um deputado distrital. Por isso, a escolha agora é simbólica, segundo Maciel.
"Saímos de um processo de exclusão, de nos tirar do chamado centro, de nos chamar de invasores, para dizer 'a periferia é o centro'", afirma o deputado eleito.
Apesar de defender Ceilândia, Max diz que é preciso conversar com a população de outras regiões, além da sua, para compreender melhor as dificuldades de outros locais.
"Quero entender a realidade de cada território não com o objetivo de representá-lo, mas de encontrar as dificuldades e as potencialidades de cada região e de entender, minimamente, o que pode ser feito naquela cidade."
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