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Joel: Moraes inverte o jogo de Bolsonaro ao cobrar Defesa sobre urnas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2022 12h48

No UOL News de hoje, o comentarista do UOL Joel Pinheiro falou sobre a decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que deu um prazo de 48 horas para que o Ministério da Defesa apresente cópia de eventual auditoria das urnas eletrônicas. Para Joel, Moraes conseguiu inverter o jogo contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que constantemente questiona a integridade e segurança das urnas eletrônicas.

"Alexandre de Moraes está corretíssimo e inverteu o jogo. A presença das Forças Armadas ali era uma carta na manga do Bolsonaro para tentar causar problemas", disse.

Joel também afirmou que os próprios militares já chegaram a afirmar que não havia muito o que apresentar por não terem sido encontrados problemas. Ele ainda acrescentou que Bolsonaro não havia gostado de saber que tudo correu dentro da normalidade.

"Vamos ver o relatório dos militares, o que eles fizeram, qual foi o método que utilizaram e de onde veio tudo isso, como foi financiado tudo isso. Acho importantíssimo para o Brasil saber e mais, para o Brasil aumentar a segurança e a confiança que as pessoas têm no nosso sistema eleitoral", finalizou.

Sakamoto: Bolsonaro vai ser taxado de mentiroso quando relatório vier a público

"Esse relatório e resultados da auditoria já deveriam ter sido apresentados há muito tempo. Ele só não é apresentado porque, na hora que vier a público, Bolsonaro vai ser taxado de mentiroso", disse o colunista do UOL Leonardo Sakamoto.

Ele ainda destacou que Bolsonaro diz há anos que as urnas não são confiáveis e são suscetíveis a fraudes, e por isso, o próprio presidente pediu para que as Forças Armadas não divulgassem o resultado da auditoria.

"Militares vieram, fizeram a avaliação paralela deles, não descobriram nada e já vazou para a imprensa. Bolsonaro falou para segurar porque iria pegar mal para ele, afinal de contas dizia que não funcionava", encerrou.

Moro exercer papel de quase assessor de campanha para Bolsonaro é incoerente, diz Amoêdo

"Na minha avaliação [apoio de Moro a Bolsonaro] é muito incoerente. Obviamente estaria no direito dele de ir votar no Bolsonaro e até declarar o voto, exatamente como estou fazendo, mas ele tendo participado do julgamento do Lula já deveria ter se mantido em uma posição muito mais isenta. Isso não aconteceu quando ele foi para o governo", avaliou João Amoêdo sobre o apoio do ex-juiz Sergio Moro a Bolsonaro.

Amoêdo ainda relembrou críticas que Moro fez a Bolsonaro quando deixou o cargo de ministro da Justiça, citando aparelhamento das instituições e até mesmo os casos de rachadinha envolvendo a família do presidente.

"Um apoio agora explícito, virando quase um assessor de debate e fazendo campanha, me parece que é muito incoerente".

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