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Moraes dá 48 horas para Defesa entregar eventual auditoria das urnas

Do UOL*, em São Paulo

18/10/2022 10h01Atualizada em 18/10/2022 12h19

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou que o Ministério da Defesa apresente cópia de uma eventual auditoria das urnas eletrônicas em até 48 horas. De acordo com o Tribunal, o prazo vale a partir de amanhã.

O ministro atendeu a um pedido do partido Rede Sustentabilidade, que apontou que o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), defendeu uma checagem alternativa das eleições deste ano, e que essa auditoria não poderia ser financiada com recursos públicos.

Possível abuso de poder de Bolsonaro. Moraes diz que essa auditagem feita pelas Forças Armadas parece "demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder".

O presidente do TSE mandou que o Ministério da Defesa esclareça qual foi a fonte dos recursos usados. Além disso, pediu que Bolsonaro apresente defesa dentro de cinco dias.

As Forças Armadas fizeram uma fiscalização do funcionamento das urnas eletrônicas, através da análise dos boletins de urna, e também participaram do teste de integridade com o uso da biometria de eleitores —um dos pedidos feitos ao TSE. Até agora, no entanto, o Ministério da Defesa não tornou público o relatório.

TCU também cobrou relatório da Defesa

Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) deu 15 dias para que a Defesa entregasse o seu relatório sobre as urnas, sob a alegação de que as Forças Armadas eram uma das entidades fiscalizadoras do pleito e de que havia interesse público na divulgação.

Nos últimos anos, Bolsonaro fez uma série de ataques ao sistema de votação e chegou a insinuar que poderia não aceitar um resultado desfavorável nas eleições caso os militares não dessem o aval às urnas eletrônicas.

O UOL entrou em contato com o Ministério da Defesa. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.

*Com Reuters