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Kennedy: Não basta desmonetizar; precisa ver quem financia Brasil Paralelo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2022 18h53Atualizada em 18/10/2022 19h22

O colunista Kennedy Alencar afirmou, durante o UOL News, que a ordem para o YouTube desmonetizar o canal bolsonarista Brasil Paralelo não é suficiente para cessar as atividades do grupo. A decisão da Justiça Eleitoral atinge também outros três canais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) por difusão de conteúdos falsos contra o ex-presidente Lula (PT).

"A produtora Brasil Paralelo é uma difusora de fake news conhecida na praça", disse Kennedy. "Temos que aplicar o princípio 'follow the money', ou seja, siga o dinheiro."

"Não basta só desmonetizar o canal. Tem que ver quais são os empresários que financiam a produção de conteúdo falso, que não é só sobre o PT e o Lula. É conteúdo falso sobre a história do Brasil, racismo, minorias e direitos humanos", acrescentou.

"É uma organização de extrema direita que dissemina mentira no debate público brasileiro e precisa ser combatida", afirmou o jornalista.

Na mesma decisão, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, intimou o vereador Carlos Bolsonaro a se manifestar em uma ação da campanha de Lula sobre o disparo de fake news.

Para Kennedy, o Brasil Paralelo está associado com o filho do presidente. "O papel dessa produtora, que é uma ponta de lança do vereador Carlos Bolsonaro, o chefe das fake news do presidente da República, precisa ser bem investigado."

Carla: PP diz que Bolsonaro achou que venezuelanas estariam se prostituindo

A colunista Carla Araújo comentou sobre a representação que o PP (Progressistas) enviou à direção da Câmara dos Deputados para pedir a perda de mandato do deputado André Janones (Avante-MG).

No documento, o partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, destacou o caso das venezuelanas visitadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) justificando que a expressão "pintou um clima se refere única e exclusivamente a impressão que Bolsonaro teve de que as meninas venezuelanas estariam se prostituindo".

"Eu estava conversando com alguns membros do governo sobre esse documento do PP ter sido feito em comum acordo, mas eles disseram 'é coisa do partido'", afirmou Carla. "Só que o partido é comandado por Ciro Nogueira, que está dentro do governo e da campanha de Bolsonaro."

"Ou seja, é o partido aliado do Bolsonaro colocando essa versão para tentar inverter o jogo: dizem que o Janones está fazendo fake news, mas, no documento, demonstram o quanto esse caso está impactando a campanha do presidente", completou.

Ministro da Defesa deve lealdade à Constituição, não ao presidente, diz Kennedy Alencar

Kennedy Alencar repercutiu uma apuração da colunista Carla Araújo sobre o ministro da Defesa, Paulo Sérgio. O general informará ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que os militares não fizeram auditoria durante o primeiro turno das eleições, pois o trabalho da pasta, como entidade fiscalizadora, foi avaliar o sistema eletrônico.

"Ainda bem que o Brasil não está em guerra com país nenhum. Imagina se estivesse acontecendo uma batalha; o ministro da Defesa não iria mandar nenhum relatório para o quartel-general, ia ficar trocando tiro, provavelmente perdendo a guerra e o QG não ia ter nenhum informe", disse Kennedy.

"Ele está mentindo. [Os militares] pediram para participar da fiscalização do processo eleitoral. Agora, [o ministro] faz um jogo de palavras, diz que não é auditoria, é fiscalização. Se foi isso, já tem um resultado sobre o primeiro turno", completou.

Segundo o jornalista, a Defesa sabe que não houve fraude eleitoral. "O que eles estão fazendo é um jogo político para favorecer os interesses do presidente da República. O ministro está confundindo a lealdade que ele tem que ter com a Constituição e as Forças Armadas, e sendo leal a uma facção política", analisou Kennedy.

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