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OPINIÃO

Bombig: Disputa aperta e afeta posição mais confortável da campanha de Lula

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/10/2022 20h13

O colunista do UOL Alberto Bombig afirmou que o resultado da pesquisa Datafolha divulgada hoje deixa a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em posição desconfortável. A pesquisa aponta Lula com 52% das intenções de votos válidos e o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 48%. Os candidatos aparecem em empate técnico no limite da margem de erro, e para Bombig a campanha do petista terá que rever algumas estratégias.

"Não é uma situação confortável. Está na frente ainda, mas acabou qualquer possibilidade de gordura. Agora é hora de entrar em campo um pouco da reta final do que foi em 2014 entre Dilma e Aécio, está muito parecido o cenário", disse durante o programa Análise de Pesquisas.

Ele pontuou que o momento é de recalcular a rota para evitar uma derrota, afirmando que as armas que foram utilizadas pelo PT até agora no 2º turno não surtiram o efeito esperado.

"A campanha do Lula, não diria que estava de salto alto, mas estava em uma posição um tanto quanto confortável e agora acabou. É hora de sentar e conversar para ver o que fazer porque apertou de novo. Talvez mudar o formato do programa, talvez mudar a agenda do candidato. Enfim, precisa mudar a estratégia. A campanha que vinha sendo feita até hoje eu entendo que tem que mudar".

Bombig também indicou um caminho, que é correr atrás dos votos de indecisos ao invés de pregar para eleitores já convertidos. "Acabou qualquer gordura que o Lula pudesse imaginar que tinha, e agora tem que correr atrás de votos desse 1% de indecisos. Tem que correr atrás de indecisos, tem que virar voto do Bolsonaro e tem que trabalhar".

Toledo: Se Lula vencer Bolsonaro por pouco, '3º turno' é garantido

"A única certeza que eu tenho é que no melhor cenário haverá um 3º turno, porque se o Lula ganhar será por uma margem pequena o suficiente para o Bolsonaro contestar o resultado", afirmou o colunista do UOL José Roberto de Toledo sobre o resultado das eleições no dia 30 de outubro.

"A virada é possível e Bolsonaro sempre teve possibilidade de vitória. É claro que à medida que ele se aproxima do Lula essa possibilidade aumenta, mas continuo achando que o Lula é favorito. A gente está dizendo desde o começo que ia apertar, mas o Lula continua favorito", ponderou.

Toledo: TSE melhorou, mas não consegue conter rede de desinformação online

"O TSE melhorou. Ele se equipou melhor e o Alexandre de Moraes é muito mais proativo que gestões anteriores, às vezes até proativo demais, mas não dá para acusar Alexandre de Moraes de passividade. Pode acusar de qualquer outra coisa, mas passivo ele não é", disse Toledo sobre a tentativa de combater fake news pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ele, entretanto, ponderou que a disseminação de desinformação online é um tipo de monitoramento muito difícil de ser feito e, por isso, torna-se inviável que essa rede seja contida.

"Tem um limite, não tem como a Justiça Eleitoral dar conta da rede de desinformação que campeia nas mídias sociais, especialmente nas mídias que o monitoramento é muito difícil ou impossível de fazer, como é o caso do WhatsApp e do Telegram. Você não tem sequer acesso e não sabe exatamente o que está acontecendo".

O Análise de Pesquisas vai ao ar sempre após a divulgação de pesquisas Ipec ou Datafolha para presidência da República.

Quando: toda semana após divulgação de pesquisa Ipec ou Datafolha.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: