Topo

Moraes se reúne com redes sociais para aprimorar combate a fake news

2.out.2022 - O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, fala com a imprensa durante primeiro turno das eleições - Antonio Augusto / TSE
2.out.2022 - O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, fala com a imprensa durante primeiro turno das eleições Imagem: Antonio Augusto / TSE

Do UOL, em Brasília

19/10/2022 11h48Atualizada em 19/10/2022 16h21

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), se reuniu hoje (19) com representantes de oito redes sociais para discutir planos de combate à desinformação nas eleições e seu aprimoramento para o segundo turno. É o primeiro encontro presencial do magistrado com as plataformas desde que assumiu o comando da Corte, em agosto.

Participaram diretores do Google, Kwai, LinkedIn, Meta (Facebook, WhatsApp e Instagram), Tiktok, Twitch, Telegram e Twitter.

Nenhum novo acordo foi firmado entre o tribunal e as plataformas.

Agradecimento e segundo turno. O encontro teve a apresentação de um balanço das medidas adotadas para o combate às fake news e o que pode ser aprimorado para o segundo turno, marcado para o próximo dia 30.

"Nós avançamos muito no primeiro turno. Tivemos, graças ao apoio das plataformas e redes sociais, um primeiro turno bem dentro do razoável, talvez até melhor do que todos nós esperávamos. Mas estamos tendo um segundo turno piorando cada vez mais neste aspecto. E, isso, da parte do TSE vem demandando medidas mais duras", disse Moraes.

A equipe técnica do TSE levou ainda às plataformas as necessidades do tribunal para o enfrentamento à desinformação, como mais velocidade para a retirada do conteúdo e o combate à reprodução de conteúdos falsos idênticos, principalmente envolvendo candidatos à presidência da República.

O encontro também teve um momento de perguntas e respostas com os representantes das redes sociais.

Além de Moraes, estiveram presentes os ministros Sérgio Banhos, Carlos Horbach, Isabel Gallotti e Maria Claudia Bucchianeri, o secretário-geral do TSE, José Levi Mello do Amaral Júnior, e o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco.

A reunião durou aproximadamente uma hora e 20 minutos, e os representantes das redes sociais saíram sem falar com a imprensa.

Ofensiva contra fake news. O encontro ocorreu um dia depois de uma ofensiva do TSE contra fake news nas redes sociais.

Ontem, o ministro Benedito Gonçalves, corregedor eleitoral no TSE, intimou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), a se manifestar em uma ação da campanha do ex-presidente Lula (PT) que aponta um "ecossistema da desinformação" criado para atingir o petista.

Carlos teria um papel central no suposto esquema e deverá explicar sobre a "utilização político-eleitoral de seus perfis nas redes sociais" e o pedido da campanha do PT para que suas contas sejam suspensas.

Benedito também determinou a desmonetização de quatro canais de apoiadores do presidente no YouTube, incluindo o da produtora Brasil Paralelo. Assim, o YouTube fica impedido de repassar dinheiro aos donos dos perfis.

O ministro suspendeu ainda o lançamento de um documentário chamado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?", que seria exibido pela Brasil Paralelo no próximo dia 24, a seis dias do segundo turno. A ordem manda os donos da produtora deixarem de publicar o vídeo até 31 de outubro, dia seguinte à votação.

Benedito mandou ainda o Twitter identificar 28 contas que estariam compartilhando desinformação contra Lula de forma anônima. Se a plataforma não conseguir identificar os responsáveis, as contas devem ser excluídas.

Segundo Benedito Gonçalves, o pedido da campanha do PT foi apresentado com "farta prova documental" indicando o disparo de conteúdos falsos e apelativos e "numerosos exemplos de conteúdos ilícitos derrubados por ordem judicial, mas que seguiram disponibilizados em canais no Telegram".

"A partir do estudo do material apresentado, que confere densidade a fatos públicos e notórios relativos à atuação nas redes de Carlos Bolsonaro e diversos apoiadores do atual presidente, há indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação, que tem como principal alvo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva", disse o ministro.