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OPINIÃO

Sakamoto: TSE usa saídas não convencionais contra hecatombe democrática

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/10/2022 14h37

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto participou do UOL News hoje e analisou a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que aprovou uma resolução que amplia o poder de polícia do tribunal e permite a retirada de conteúdos falsos e/ou descontextualizados repetidos que já tenham sido alvo de decisões pelo plenário da Corte. Apesar da crítica de alguns juristas e políticos, Sakamoto afirmou que a decisão foi necessária para salvar a democracia em tempos anormais.

"A alternativa da Justiça Eleitoral foi procurar soluções criativas e não convencionais para tentar fazer frente a um ataque institucional e generalizado à democracia brasileira. Ou seja, é uma questão que pode gerar incômodos, mas basicamente estamos a um passo de uma hecatombe democrática", disse.

Sobre o contexto de risco à democracia, Sakamoto citou ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra instituições e também novos tempos trazidos pelo uso excessivo das redes sociais. Além disso, falou em omissão do Congresso para que se pudesse impedir a disseminação massiva de fake news.

"A gente não está vivendo tempos normais. O presidente da República atacou as instituições loucamente nos últimos anos, nós temos um fenômeno novo das redes sociais alterando profundamente a democracia e trazendo não apenas benefícios, mas também riscos à democracia. O Congresso Nacional se omitiu loucamente de produzir legislação que pudesse enfrentar diretamente isso, e o próprio presidente enfraqueceu todo o processo ao fazer com que Ministério Público, entre outras instituições, fossem hiperpolitizadas".

Sakamoto: Questão do número de Tarcísio é muito forte; ele tem mais voto do que urnas entregaram

"O Tarcísio tem mais votos do que aquilo que as urnas entregaram, porque na prática meio milhão de pessoas queriam ter votado no Tarcísio claramente acabaram anulando o voto por falta de informação e da colinha. É uma informação que para a campanha do Tarcísio é muito boa e significa que não precisa convencer meio milhão de paulistas a votarem nele, precisa convencer a levar um papel no dia da votação", disse Sakamoto sobre a informação do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de que 521 mil eleitores digitaram 22 para o governo de São Paulo. O número de Tarcísio é 10.

Ele ainda destacou o próprio Bolsonaro, uma vez que muitos de seus eleitores achavam que seu número era o mesmo utilizado em 2018. "Essa questão do número é muito forte. O Bolsonaro mesmo, muita gente achava que o número era o 17 ainda por conta da campanha anterior".

Janones diz que 'só tem uma maneira' de Lula perder para Bolsonaro: 'Achar que jogo já está ganho'

"Eu tenho dito a seguinte frase nas nossas reuniões: 'o jogo está ganho, as eleições estão ganhas e só tem uma maneira de a gente perder, se a gente acreditar nisso que eu acabei de falar. Se a gente achar que está ganho e colocar o salto alto'. Então o meu objetivo e minha missão principal nesta reta final é arrebanhar um grande número de pessoas para contrapor ao exército deles, porque eles tem um exército para disseminar fake news", afirmou Janones em participação no UOL News.

Ele ainda disse que pretende fazer essa mobilização para combater mentiras e desinformações, e também se mostrou confiante em uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Concordo com o presidente Lula que é praticamente impossível eles virarem esse resultado, mas praticamente não significa impossível. Vez ou outra o imponderável bate à porta".

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