Lula diz que eleição é 'anormal' e culpa Bolsonaro: 'Ele criou um ódio'
O ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a eleição deste ano é "anormal" e culpou seu adversário na disputa pelo Palácio do Planalto, o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), de criar um ambiente de ódio. Lula concedeu entrevista à Rádio Mix FM de Manaus na manhã de hoje.
"A gente está numa eleição um pouco anormal porque temos um cidadão anormal governando o país, que não conhece a Zona Franca de Manaus e que está se propondo a acabar com ela", afirmou Lula. "Ao mesmo tempo, esse cidadão falou que é para desmatar, que não tem coisa de proteger floresta."
"Ele criou determinado ódio que não existia nas eleições", afirmou ainda o candidato do PT à Presidência.
Na última segunda-feira (24), um apartamento com uma bandeira do MST foi alvo de um projétil em Curitiba. A família acredita que o disparo foi feito por um bolsonarista incomodado com o posicionamento político. Não é o primeiro caso de violência nas eleições.
"Antes, se disputava a eleição e quem perdia ia para casa lamentar e se preparar para a próxima. O Brasil voltava à normalidade. Agora, as famílias estão brigando, uma coisa absurda."
Não é uma eleição normal entre dois candidatos. É a escolha entre a manutenção e a conquista da democracia, por um país civilizado ou a continuidade da barbárie, representada pelo governo Bolsonaro, que não pensa em emprego, aposentadorias.
Ex-presidente Lula em entrevista à Rádio Mix FM de Manaus
Lula afirmou, em aceno indireto às dúvidas levantadas por Bolsonaro sobre o processo eleitoral, que aceitará o resultado das urnas.
"Bolsonaro sabe que vai perder e está procurando alguma coisa para culpar. Ele vai perder porque fez um mau governo, ele não entende de governo. Ele só conversa com a família dele e se prepara para contar mentiras nas lives."
Na frente das pesquisas de intenção de voto do segundo turno, Lula diz que o povo da Amazônia não pode votar num cidadão "que negou oxigênio ao estado e zombou de pessoas que estavam morrendo". O governo Bolsonaro sabia do risco da falta de oxigênio pelo menos seis dias antes do colapso em Manaus.
Ele acrescentou que o bolsonarismo vai continuar, assim como o fanatismo e o ódio. "Mas acho que vamos ter um processo de recuperação. Nasci na vida politica fazendo negociação e vamos estabelecer uma política de boa convivência", afirmou o petista.
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