Topo

Assédio eleitoral: patrocinadora de Corinthians e CUT não chegam a acordo

Empresa investigada pelo MP aparece no uniforme e tem produtos exibidos durante entrevistas coletivas do Corinthians - Reprodução/YouTube
Empresa investigada pelo MP aparece no uniforme e tem produtos exibidos durante entrevistas coletivas do Corinthians Imagem: Reprodução/YouTube

Patrocinadora do Corinthians e alvo de denúncia de assédio eleitoral, a empresa de bebidas Poty não chegou a um acordo com os denunciantes em reunião realizada no começo da tarde desta sexta (28), com representantes do MPT (Ministério Público do Trabalho) e outras entidades.

De acordo com denúncia registrada por representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no último domingo (24), funcionários da Poty, que tem sede no município de Potirendaba (440 quilômetros de São Paulo), estão sendo constrangidos a não votar em Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, candidatos do PT à Presidência e ao governo do estado, respectivamente.

Feita de forma remota, a reunião de hoje durou cerca de uma hora. Participaram representantes da Poty, CUT, MPT e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de São José do Rio Preto e região.

No encontro, representantes do sindicato informaram que não conseguiram localizar entre os funcionários da Poty quem confirmasse os relatos de assédio eleitoral na empresa. Sócio proprietário da companhia, José Luiz Franzotti negou que os episódios tenham acontecido e demonstrou indignação a respeito, de acordo com a ata da reunião.

No fim, o MPT propôs que Poty e CUT chegassem a um acordo, o que não aconteceu. Diante da situação, os promotores deram um prazo de cinco dias para que representantes da central sindical informem os dados da pessoa que formulou a denúncia original.

Oo MPT dará prosseguimento as investigações para obter provas sobre o suposto caso de assédio eleitoral.

Membros da Poty manifestam apoio a Bolsonaro nas redes sociais

Dados da Receita Federal apontam Jose Luiz Franzotti como administrador da Poty. Em vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram no último dia 1º, o empresário afirmou ser "de direita" e pediu votos para Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo.

"Estamos sendo governados hoje por um presidente que, às vezes até, acho ele um pouco truculento. Às vezes até um pouco mal-educado na sua forma de falar, na sua forma de expressar", afirma Franzotti. "Mas tenho certeza de uma coisa: tudo que ele faz, tudo que ele tem feito, é sem dúvida procurando cuidar das pessoas", diz ele no vídeo.

Atual prefeita de Potirendaba, Gislaine Franzotti é identificada como uma das sócias da Poty no site da prefeitura do município. Em seu perfil no Instagram, há fotos com Tarcísio e Bolsonaro - além de vídeos que mostram sua participação nas manifestações organizadas por apoiadores do presidente no último 7 de setembro.

Procurados pelo UOL, a Poty e o Corinthians ainda não comentaram o caso. Este texto será atualizado assim que houver retorno das entidades contactadas.

Já a Prefeitura de Potirendaba informou que "nenhum servidor público municipal foi perseguido, coagido ou assediado durante esta gestão".

"A Prefeita tem sim um posicionamento político, mas ela não concorda, não compactua e repudia qualquer tipo de ato que atente contra a liberdade de expressão de cada um", informou o órgão em nota.

A Poty é parceira do Corinthians há três anos. Atualmente, sua marca aparece estampada na parte traseira do calção dos jogadores, também na identidade visual das entrevistas coletivas e em placas de publicidade do CT Joaquim Grava, onde o elenco treina.

A empresa também mantém relações comerciais com o Palmeiras, de quem é a atual fornecedora oficial de água. Antes disso, esteve no uniforme do São Paulo e no ano passado forneceu bebidas ao GP de Interlagos de Fórmula 1.