Debate na Bahia: Jerônimo falta e é acusado de 'desrespeito' por ACM Neto
ACM Neto (União Brasil), candidato ao governo da Bahia, criticou o adversário Jerônimo Rodrigues (PT) por faltar ao último debate, que ocorreria na noite de hoje na TV Bahia (afiliada da TV Globo). Ele classificou a atitude do petista como "desrespeito" ao eleitor que aguardava um "confronto de ideias".
Com a ausência do petista, que fechou o primeiro turno à frente, com 49,45% dos votos, o ex-prefeito de Salvador foi entrevistado por 30 minutos pela jornalista Graziela Azevedo. O formato já havia sido acordado com representantes de ambas as campanhas.
"É o quarto debate que ele não comparece no segundo turno. Já no primeiro turno, eu tinha dito a ele: 'Jerônimo, marque o lugar e o horário, diga qual é o dia que você quer, que eu vou debater com você, olhando no seu olho'. Mas ele não aceitou. Antes de tudo, meu caro telespectador, um desrespeito a você. Jerônimo tenta com isso é esconder a sua história e o seu passado", afirmou ACM Neto.
Somente a poucas horas do início da transmissão, a assessoria do candidato informou que ele não participaria do evento.
"Ele tenta esconder que foi secretário de Educação do estado e deixou a educação da Bahia em penúltimo lugar do Brasil", acrescentou.
Pesquisa do instituto Ipec divulgada na última sexta-feira (21) mostra Jerônimo com 52% das intenções para votos válidos, ante 48% do ex-prefeito de Salvador. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.
Apesar das críticas ao concorrente, ACM faltou à maioria dos debates no primeiro turno, quando liderava com folga as intenções de voto. Ele foi a apenas a um - também realizado pela TV Bahia e a menos de uma semana da eleição. À época, Jerônimo já aparecia colado ao candidato do União Brasil.
ACM Neto também não participou da sabatina UOL/Folha. Aceitou o convite, mas nunca confirmou uma data.
Ataques à educação e promessa de IPVA zero
No início da entrevista, ACM Neto teve direito a fazer duas perguntas que seriam dirigidas a Jerônimo. Na segunda, questionou se o petista terá capacidade de governar a Bahia, na hipótese de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ser eleito.
"Estou preparado para governar a Bahia, seja com Lula ou com Bolsonaro, como fiz por oito anos como prefeito de Salvador. Inclusive governei com Dilma, do PT, e com Bolsonaro. Você disse recentemente em entrevista que só poderia cumprir o seu plano de governo caso o presidente fosse do seu partido. E caso não seja, como ficaria a Bahia?", disse ACM Neto, que tem evitado nacionalizar a disputa.
Na sequência, dirigiu ataques à gestão dos últimos 16 anos do PT baiano nas áreas da saúde, segurança pública e educação, pasta da qual Jerônimo foi secretário entre 2019 e o início deste ano.
Ao mencionar promessas para reduzir o desemprego na Bahia, ACM Neto assegurou que, se eleito, vai zerar o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para algumas categorias de trabalhadores.
"Pra você, meu amigo, que vive do aplicativo e moto, automóvel ou para você que é taxista, mototaxista, você que faz o transporte escolar: IPVA zero, pra sobrar dinheiro no fim do mês pra sua família e para você sustentar a sua família", declarou.
O ex-prefeito de Salvador também disse que pretende "tirar o ICMS" de ao menos 12 produtos da cesta básica.
Questionado sobre de onde virá o dinheiro para conceder tais isenções, o candidato respondeu que todas as propostas já estão calculadas. "O governo da Bahia tem condições, sim, de abrir mão desses impostos. Nesse momento, precisamos aliviar para o contribuinte", disse.
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