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Filha de Temer reafirma voto em Lula após pai ser chamado de golpista

Do UOL, em São Paulo

29/10/2022 11h01Atualizada em 29/10/2022 13h20

A filha do ex-presidente Michel Temer (MDB), Luciana Temer, reafirmou voto ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mesmo após ele chamar Temer de golpista.

Em um vídeo no Instagram, ela diz que "muita gente" a perguntou se vai continuar defendendo Lula após o insulto no debate presidencial de ontem, realizado pela TV Globo.

"Deixa eu explicar uma coisa para quem não entendeu: eu não defendo um homem, defendo um modelo de país, defendo um modelo de sociedade que não é possível, definitivamente, com um governante que desrespeita as instituições, que é favorável a crianças não frequentarem a escola, que é favorável ao armamento das pessoas e que tem falas e atitudes machistas, racistas e homofóbicas."

Luciana declarou que não é este país que ela quer para os filhos e netos. "Não é este país que quero deixar para os meus filhos e netos, aliás, não é um país que quero pra mim. Por isso, eu voto 13", disse. "Não é uma defesa do Lula, é uma defesa de um modelo de sociedade."

Durante o debate: O candidato petista diz que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "herdou" a presidência de um golpista. "Eu vou contar uma coisa: ele se esquece que ele herdou a Presidência do Brasil de um golpista, que foi dado o golpe junto com ele. Não foi da presidenta Dilma. Ele recebeu o governo de um golpista chamado Michel Temer, do qual ele ajudou a derrubar a Dilma."

Em entrevista após o debate, Lula ressaltou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) "foi um golpe". "Inventaram uma história, deram veracidade à história e tiraram uma mulher digna que ganhou eleições. Ele (Temer) pode não gostar, mas acho que a Simone (Tebet) não está aqui por conta dele, está por conta da campanha, virou personalidade importante. Uma mulher que participou ativamente na política", declarou.

O petista reiterou que Dilma sofreu "um golpe, inclusive dado por meu adversário (Bolsonaro)". "O povo pode ver o discurso que ele fez contra a Dilma no dia da votação. Não dá pra esconder isso. Não dá para fingir que não foi golpe."

Temer não declarou voto. O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou, ao jornal O Globo, que o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "está descompensado". Ao O Globo, Temer afirmou que correligionários o procuraram para falar que não votarão mais em Lula.

"Estou recebendo muitas mensagens aqui de gente que dizia que iria votar nele e não vai mais votar por causa disso. Muita gente do MDB está me mandando mensagem dizendo isso. Mas, coitado, não posso culpar ele. Às vezes, a pessoa está em um debate e diz coisas assim."

Logo após o 1º turno, Temer chegou a flertar com um apoio a Bolsonaro, segundo interlocutores. Contudo, ele acabou por dizer que irá votar em quem "defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país".