Cinco dos 10 estados com mais ônibus abordados têm abstenção acima da média
Alagoas (23,30%), Goiás (20,74%), Maranhão (23,44%), Mato Grosso do Sul (22,35%) e Pará (22,64%) registraram índices de abstenção acima do verificado em todo país (20,57%) no 2º turno das eleições 2022.
Os estados estavam entre as 10 unidades da federação com mais ônibus abordados pela Polícia Rodoviária Federal. Completam a lista Paraná (18,63%), Pernambuco (17,32%), Rio Grande do Norte (17,44%), Santa Catarina (17,42%) e Sergipe (18,89%), com percentuais de abstenção menores do que os verificados em média no país.
Região mais afetada pelas blitze, o Nordeste teve índices de abstenção acima da média nacional em dois dos nove estados. São eles os já citados Alagoas e Maranhão. Ceará (17,14%), Paraíba (16,74%), Pernambuco (17,32%), Piauí (18,75%), Rio Grande do Norte (17,44%), Sergipe (18,89%) e Bahia (20,46%) tiveram taxa de eleitores que não compareceram abaixo da nacional.
A abordagem de ônibus no segundo turno das eleições presidenciais violou decisão de ontem do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, que proibiu "qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado aos eleitores".
O número de ônibus abordados pela PRF até o início da tarde de hoje foi mais do que o dobro do primeiro turno, quando 297 veículos foram parados. No Nordeste, a alta foi ainda maior, de 167%, já que a região teve 111 abordagens em 2 de outubro.
Moraes afirmou hoje, em entrevista coletiva, que as fiscalizações não interferiram no direito ao voto dos passageiros. Segundo o ministro, os ônibus abordados nas rodovias retornaram ao ponto de partida, ou seja, puderam seguir viagem.
A PRF e a PF (Polícia Federal) iniciaram operações relacionadas às eleições na última sexta-feira (28). Em coletiva de imprensa para anunciar o início da operação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que o objetivo era coibir crimes eleitorais, principalmente compra de votos e boca de urna, e atuar no transporte irregular de eleitores".
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