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Exército faz operação na ponte Rio-Niterói; trajeto leva o dobro do tempo

Do UOL, em São Paulo

30/10/2022 14h39Atualizada em 31/10/2022 04h18

Eleitores relataram hoje uma operação conjunta do Exército e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na Ponte Rio-Niterói, que conecta os dois municípios fluminenses. Por volta das 14h30 (horário de Brasília), o tráfego estava lento e demorava cerca de 28 minutos para cruzar no sentido Niterói —mais que o dobro do tempo normal do trajeto, de 13 minutos, de acordo com a concessionária EcoPonte.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram vários soldados no local.

O advogado Rodrigo Mondego, que já foi procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro) relatou que o policiamento é ostensivo.

"Logo após o pedágio, tinha dois comboios grandes do exército e carros da PRF, parando os carros com fuzis", contou. "Não por acaso, o complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, fica do outro lado da ponte, onde Lula teve a maioria dos votos no primeiro turno".

Mondego contou que tinha ido até o Salgueiro para conversar com moradores, que disseram que não tem ônibus circulando no local. A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro comunicou há pouco que abriu uma investigação preliminar para averiguar se as informações procedem.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fixou que as concessionárias "não podem reduzir o serviço público de transporte coletivo de passageiros habitualmente ofertado no dia das eleições".

A redução pode configurar dois crimes eleitorais: impedir ou embaraçar o exercício do voto, e ocultar sonegar ou recusar fornecimento regular de meios de transporte, alimentação e utilidades normalmente a todos, que podem render até seis meses de prisão e pagamento de multa.

O UOL entrou em contato com o Exército e com a PRF para averiguar o motivo da operação na ponte Rio-Niterói. Caso haja resposta, o texto será atualizado.