Quem é Raquel Lyra, governadora eleita de Pernambuco
Raquel Lyra, de 43 anos, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) acaba de se tornar a primeira mulher a ocupar o posto de governadora do estado de Pernambuco. Formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, a advogada derrotou a rival Marília Arraes (Solidariedade), de 38 anos, no 2º turno das Eleições 2022.
O resultado foi uma virada para Raquel Lyra, que terminou o primeiro turno na segunda colocação, com 20,58% dos votos, enquanto Marília ficou em primeiro, com 23,97%.
Morte do marido
As Eleições 2022 foram marcadas por uma tragédia pessoal para a governadora eleita. O marido dela, Fernando Lucena, de 44 anos, morreu na manhã do dia 2 de outubro de 2022, horas antes do início da votação de primeiro turno, após sofrer um mal súbito.
Ela e o empresário estavam juntos há 29 anos e tiveram dois filhos: João, de 12 anos, e Fernando, de 10.
A então candidata a vice-governadora na chapa, Priscila Krause, chegou a dizer que a colega não votaria devido à fatalidade. Apesar do luto, Raquel mudou de ideia e votou em Caruaru (PE), sua cidade natal, aos prantos e acompanhada dos herdeiros.
Em seguida, a então candidata deixou seu colégio eleitoral e foi direto ao Cemitério Parque dos Arcos velar e sepultar Lucena. O enterro gerou muita comoção entre familiares, amigos e admiradores.
Apesar do embate eleitoral, Marília Arraes prestou sua solidariedade à adversária. "Eu e a minha família, neste momento, estamos profundamente consternados com esse acontecimento tão trágico e inesperado. Que a fé em Deus e o amor verdadeiro possam amparar a Raquel, seus filhos João e Fernando, toda a família e amigos neste momento de tanta dor e dar as forças que precisam para enfrentá-lo. Meus sinceros sentimentos", disse em nota.
No dia 12 de outubro, dez dias após o falecimento do marido, a política passou por uma nova intercorrência familiar. Ela precisou acompanhar o filho mais velho, João, de 12 anos, em uma cirurgia de urgência para retirada do apêndice, em Recife. O susto fez com que ela cancelasse todos os compromissos agendados para o dia 13.
Mas, afinal, quem é Raquel Lyra?
Raquel é a primeira mulher a assumir o governo do estado de Pernambuco, mas está longe de ser uma novata na política. A mais nova governadora é filha de João Lyra Neto, ex-prefeito de Caruaru e ex-governador de Pernambuco. Ela também é neta do ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Filho, e sobrinha do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra.
A governadora eleita já foi delegada da Polícia Federal, onde trabalhou entre 2002 e 2005. Nesse mesmo ano, foi aprovada para a Procuradoria Geral do Estado. De 2007 a 2010, ocupou o cargo de chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do governo de Eduardo Campos.
Com pós-graduação em Direito Econômico e de Empresas, a carreira política da governadora eleita começou oficialmente em 2010, quando se candidatou a deputada estadual e conquistou a maior votação entre as mulheres de Pernambuco, com 49.610 votos, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
No segundo mandato de Campos, ela se tornou Secretária da Criança e da Juventude e, em 2014, garantiu sua reeleição ao cargo de deputada estadual, mas, desta vez, com a terceira maior votação do estado.
Em 2016, Raquel se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e se tornou a primeira prefeita de Caruaru. Em 2020, ela conseguiu ser reeleita. A advogada deixou o mandato justamente para concorrer ao governo de Pernambuco.
Neutralidade
Durante o último mês, que antecedeu sua vitória nas urnas, Raquel não declarou apoio a nenhum dos dois candidatos restantes à presidência da República. Entretanto, na última semana, viralizou um vídeo de Raquel usando um adesivo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de a imagem não ter sido modificada, ela foi tirada de contexto. O adesivo foi colado no ombro da ex-prefeita de Caruaru por um eleitor bolsonarista sem ela perceber.
Oficialmente, Lyra recebeu o apoio de Túlio Gadêlha (Rede), namorado de Fátima Bernardes e deputado federal reeleito. A tucana ainda foi apoiada por Márcia Conrado (PT), prefeita de Serra Talhada e articuladora da campanha de Lula no sertão do estado.
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