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"Não é por aí, o resultado da urna é soberano", diz Tarcísio sobre atos

Tarcísio de Freitas em entrevista ao Metrópoles - Reprodução/Metrópoles
Tarcísio de Freitas em entrevista ao Metrópoles Imagem: Reprodução/Metrópoles

Do UOL, em São Paulo

31/10/2022 13h11

O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse hoje, em entrevista ao portal Metrópoles, acreditar que a paralisação de caminhoneiros após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve prosperar e que o resultado das urnas é "soberano".

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caminhoneiros bolsonaristas fecharam trechos de rodovias em pelo menos onze estados e no Distrito Federal para contestar o resultado das eleições. Até o momento, Bolsonaro ainda não se manifestou sobre sua derrota.

"Entendo que é uma categoria que ficou muito próxima do presidente, entendo que eles devem estar muito chateados, como estou também. Mas acho que não é por aí, o resultado da urna é soberano. A gente agora precisa pensar como construir o Brasil do futuro, como nos reposicionar, sendo críticos naquilo que eventualmente aconteça de errado, sendo propositivo onde tiver que ser propositivo, incentivando aquilo que for bom pro Brasil. Entendo que a gente tem um Congresso hoje majoritariamente de centro-direita que vai fazer um bom debate", disse Tarcísio, ao ser questionado sobre o movimento.

Pontos de bloqueio. Segundo um balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) nesta manhã, há 47 bloqueios registrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Goiás e Distrito Federal.

Mais cedo, havia ao menos 70 pontos de bloqueio, mas, segundo a PRF, "o total de interdições vem caindo".

Em nota, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, informou que não existe qualquer manifestação organizada e que a categoria reconhece o resultado das eleições.

Relação com Lula. Mais cedo, em entrevista à Jovem Pan, o governador eleito repetiu que buscará "a melhor relação possível" com o governo federal para defender os interesses de São Paulo. "O que a gente pode esperar da minha parte é muito pragmatismo", disse.

Tarcísio afirmou que se houver uma reunião de governadores eleitos com Lula vai comparecer e, questionado se o parabenizaria, pela vitória, disse que isso "faz parte da democracia". Até agora, Bolsonaro não parabenizou o presidente eleito.

Ele também disse que nomes do governo do presidente podem fazer parte de sua gestão. "Há espaço para quem esteve no governo do presidente Bolsonaro? Sem dúvidas, desde que a gente tenha muita qualificação técnica. O que a gente vai buscar no fim das contas? Competência", afirmou.