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Tarcísio diz que há espaço para nomes do governo Bolsonaro em sua gestão

Tarcísio de Freitas, eleito governador de SP, em entrevista à Jovem Pan - Reprodução/Jovem Pan
Tarcísio de Freitas, eleito governador de SP, em entrevista à Jovem Pan Imagem: Reprodução/Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

31/10/2022 11h48

Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse hoje, em entrevista à Jovem Pan, que nomes do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado ontem por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), podem fazer parte de sua gestão.

A informação foi adiantada pelo UOL. Aliados especulam que Tarcísio e ala bolsonarista ficarão com a indicação para importantes secretarias, como as de Governo, Segurança Pública e Saúde. Os nomes, no entanto, não são adiantados porque essas fontes dizem que cabe a Tarcísio fazer os anúncios. Até por volta do meio-dia, Bolsonaro ainda não tinha se manifestado sobre sua derrota.

Assim como vinha dizendo durante a campanha, Tarcísio reafirmou que quer montar "o melhor secretariado possível", privilegiando técnicos nas posições de comando.

Há espaço para quem esteve no governo do presidente Bolsonaro? Sem dúvidas, desde que a gente tenha muita qualificação técnica. O que a gente vai buscar no fim das contas? Competência. Nós tivemos pessoas participando do governo Bolsonaro de muita aptidão, há pastas que deram muito certo e que deram certo porque o presidente trouxe gente muito técnica para fazer parte do governo. Essa mesma forma de lidar com a constituição do governo a gente vai trazer para cá
Tarcísio de Freitas, governador eleito de São Paulo, em entrevista à Jovem Pan

Por que Bolsonaro perdeu? Questionado a que atribuía a derrotada de Bolsonaro, Tarcísio listou as crises vividas no governo, como a recessão na Argentina, o desastre de Brumadinho, a guerra na Ucrânia e a pandemia da covid-19.

"A pandemia deixou muitas cicatrizes, machucou muitos brasileiros (...) A economia global se desorganizou, sofremos com a inflação. Agora, o Brasil soube lidar com isso, está crescendo, gerando emprego, aprovou reformas que são estruturantes. No entanto, muitas vezes as pessoas não percebem o que aconteceu, acho que a gente tinha uma sociedade que se machucou, que sofreu muito com as crises que vieram e que não percebeu o quanto nos avançamos. Foi uma disputa muito parelha", analisou.

Tarcísio disse ser muito grato ao presidente. "Se eu tive uma vitória no dia de ontem, eu agradeço muito ao presidente." Ontem, após a vitória, o novo governador realizou uma reunião com familiares e aliados num hotel em São Paulo, mas o clima não foi de comemoração intensa "em respeito a Bolsonaro", contou um participante do evento à reportagem.

De acordo com essa pessoa, Tarcísio fez um breve discurso e apenas agradeceu ao presidente e às pessoas que o ajudaram a se eleger.

Relação com Lula. Apesar do protagonismo de um papel que antes pertencia ao PSDB —o antagonismo ao PT em São Paulo—, Tarcísio disse que pretende ter uma "relação republicana" com o presidente eleito.

"Vamos buscar com o governo federal a melhor relação possível, o entendimento para defender o interesse de São Paulo, obviamente imprimindo nossas ideias, representando a direita, o pensamento conservador, liberal (...) O que a gente pode esperar da minha parte é muito pragmatismo", disse hoje.

Tarcísio afirmou que se houver uma reunião de governadores eleitos com Lula vai comparecer e, questionado se o parabenizaria, pela vitória, disse que isso "faz parte da democracia".

Até o momento, no entanto, Bolsonaro não se pronunciou sobre sua derrota nem conversou com o presidente eleito.