Nunes elogia indicado de Bolsonaro, mas adia escolha de vice

Após almoçar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), elogiou o indicado deles para vaga de vice na disputa eleitoral, o ex-comandante da Rota Ricardo Nascimento Mello Araújo.

O que aconteceu

Nunes afirmou que há "argumentos fortes" a favor do indicado de Bolsonaro, mas adiou a decisão sobre quem deve ser seu vice. "A gente está tentando ver se faz isso até a semana que vem. Vamos dialogar com todos os partidos", afirmou o prefeito à imprensa.

O almoço foi marcado após Tarcísio falar publicamente que defende o nome de Mello Araújo para posição. Ele é coronel da Polícia Militar de São Paulo e foi presidente da Ceagesp.

Anúncio da pré-candidatura de Pablo Marçal (PRTB) levou Tarcísio a defender o coronel. As pesquisas de intenção de voto mostram que parte dos votos bolsonaristas pode migrar para o coach.

Pré-campanha de Nunes se articulava para definir o vice próximo das convenções partidárias — que se iniciam em julho. Os últimos dias pressionaram o prefeito a tomar uma decisão, que deve ser antecipada e divulgada na próxima semana.

Outros nomes surgiram nos últimos meses como alternativa para a posição. É o caso do deputado Tomé Abduch, deputado pelo PL, e da delegada Raquel Gallinati (PL). A ala do PL que não contempla os bolsonaristas também é favorável a esses nomes.

Após falar com jornalistas, Bolsonaro deu a Nunes a medalha de "imorrível, incomível e imbrochável". Ele também disse que não tem o que falar a respeito de Marçal — que buscava apoio do PL.

O que dizem os envolvidos

Tô fechado com ele [Nunes] desde o primeiro momento. Estamos começando bem esse diálogo. São bons nomes, mas a gente espera que cada um traga as suas razões para a gente bater o martelo.
Jair Bolsonaro, ex-presidente

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Agradecemos tudo que ele fez na Ceagesp. [...] Nós não vamos decidir o vice agora, o coronel Mello tem a indicação, tem a simpatia de Bolsonaro e do governador Tarcísio. A questão de discussão do vice vai ser quando falarmos com todos os partidos.
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo

Vamos aguardar e ver o que acontece. Se essa missão acontecer [de ser pré-candidato a vice], vou entender como uma missão divina. Se por ventura entrar, não é para perder, é para ganhar.
Ricardo Mello Araújo, ex-Rota

O mais importante é o projeto em que a gente acredita e tem certeza que é o melhor, que vai dar resultado e muitos frutos.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo

Quem é Mello Araújo

Mello Araújo ficou à frente do comando da Rota entre 2017 e 2019. Quando assumiu o cargo, ele defendeu, em entrevista ao UOL, abordagens diferentes para pessoas na periferia e em regiões nobres.

Ele representa a terceira geração de sua família na Polícia Militar de São Paulo. "Meu pai aposentou como coronel da Polícia Militar — inclusive, comandou o Choque aqui em São Paulo. O meu avô entrou como soldado e saiu como coronel, na época da Força Pública - lutou na Revolução de 1932. Então, eu sou a terceira geração. O ser policial militar é sonho de criança", disse em 2017, ao UOL.

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Presidiu a Ceagesp em 2020 até o final do mandato de Bolsonaro. Seu entorno defende sua gestão à frente da Ceagesp, mas há sindicalistas que o criticam. Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que o Ministério Público do Trabalho ajuizou uma ação contra a companhia com base nos relatos dos funcionários de militarização dos espaços e abusos.

Em suas redes sociais, Mello Araújo afirma que é bacharel em direito e em educação física. Ele também cita um mestrado em fisiologia do exercício pela USP (Universidade de São Paulo).

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