Famosos 'puxam' votos? Veja em quem os partidos apostam para disputa em SP
Os partidos em São Paulo têm preparado quais serão os candidatos que terão a difícil missão de serem os "puxadores de voto" para a Câmara Municipal. Famosos, apadrinhados políticos e veteranos estão na lista como figuras estratégicas para ampliar bancadas para 2025.
O que aconteceu
Legendas apostam em nomes conhecidos de dentro e de fora da TV. A apresentadora Léo Aquila (MDB), o humorista Marquito (Republicanos), o ator do Teste de Fidelidade Marcos Oliver (PSD), o ator de Sintonia e rapper Sandrão RZO (PT) e a jogadora Tandara do Vôlei (PL) são alguns dos possíveis puxadores de voto.
Nomes notabilizados por ligação com causas também podem ter apelo nas urnas. A bancária Ana Carolina Oliveira (mãe de Isabella Nardoni, morta em 2008), o advogado Ari Friedenbach (pai de Liana Friedenbach, morta em 2003) e a ativista pet Luísa Mell (União) vão concorrer a vagas na Câmara Municipal por Podemos, PSOL e União Brasil, respectivamente.
Candidatos apadrinhados por lideranças políticas também estão na mira. No PSOL, Débora Lima e Amanda Pascoal têm ligação com Guilherme Boulos e com a deputada Erika Hilton — a mais votada do PSOL em 2020—, respectivamente. No PL, a ex-comentarista da Jovem Pan Zoe Martinez é apoiada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No PSB, Tabata Amaral já fez elogios à advogada Mayara Torres. As duas estavam juntas no debate promovido pelo Estadão/Terra nesta quarta (14). O União aposta na candidatura da pastora Sandra Alves para angariar mais cadeiras. A ministra de Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), apoia a candidatura de Marina Bragante (Rede).
Na busca pela reeleição, veteranos também ajudam na busca por votos. Aurélio Nomura (PSD), Eliseu Gabriel (PSB), Paulo Frange (MDB) e Roberto Trípoli (PV) estão há 20 anos na Casa e podem obter boas votações. Vereadores como Silvia da Bancada Feminista (PSOL), Thammy Miranda (PSD), André Santos (Republicanos) e Rute Costa (PL) estão entre os políticos mais bem votados em 2020 e tentam a reeleição neste pleito.
Puxadores existem pela forma como candidatos são eleitos. Para se tornar vereador, um candidato precisa ter, pelo menos, 10% do quociente eleitoral. O indicador é o resultado da divisão do número de votos válidos para o cargo pelo número de vagas disponíveis. No caso da Câmara Municipal de São Paulo, são 55.
Outra condição para eleição é que o candidato esteja entre os mais votados do partido. Isso é necessário porque a distribuição das vagas a serem ocupadas por cada legenda se dá em função do quociente partidário, que é o indicador que resulta da divisão do número de votos de um partido ou da federação pelo quociente eleitoral.
Em 2020, São Paulo (SP) teve quociente eleitoral de 92.738. Ao todo, foram cerca de 5 milhões de votos válidos para vereador, cargo para o qual havia 55 vagas disponíveis. À época, o candidato eleito com menor votação foi Rinaldi Digilio (do então PSL, hoje União Brasil), com 13.673 votos — acima dos 10% do quociente naquele ano.
Metas para bancadas maiores são ousadas
Siglas querem aumentar bancadas ou até dobrar número de vagas no Legislativo paulistano. O União Brasil planeja eleger de 10 a 12 vereadores — hoje o partido tem sete cadeiras. O cacique Milton Leite não vai concorrer a reeleição. Com isso, "sobram" seis vagas, excluindo os candidatos à reeleição, para possíveis novos parlamentares. A sigla registrou a candidatura de 39 nomes que não estão na Câmara hoje.
A maioria dos partidos busca reeleger os atuais vereadores e aumentar ao menos uma cadeira. A meta do Republicanos é que todos os candidatos atinjam votações que lhes deem chance de serem eleitos.
A estratégia de siglas como o Republicanos é evitar casos como o do Major Palumbo (PP) e Renata Falzoni (então PV). Os políticos superaram o número do quociente eleitoral, mas não foram eleitos em 2020. Isso porque seus partidos não alcançaram a porcentagem necessária. Palumbo assumiu em 2022 a vaga de Faria de Sá, que morreu naquele ano.
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