Lores: Pesquisas provam que todos os candidatos a prefeito de SP são fracos
Para o colunista do UOL Raul Juste Lores, as últimas pesquisas eleitorais sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo mostram que todos os candidatos são fracos para o eleitor paulistano.
Faltam menos de seis semanas para a eleição e nenhum candidato à Prefeitura de São Paulo chega a 30% das intenções de votos. É uma prova de que todos os candidatos são fracos para o eleitor paulistano.
Em eleições passadas, já tinha gente com 35% ou 40% de intenções a essa altura (...). É raro, em São Paulo, um prefeito no poder tão impopular. Tirando o Haddad, que sofreu do mesmo mal. O Kassab se reelegeu sendo um prefeito bastante mediano. O Bruno Covas, que também era mediano, se reelegeu facilmente. Raul Juste Lores, colunista do UOL
Essa falta de crescimento das intenções acontece diante da fragmentação da direita, segundo o colunista.
Pablo Marçal copia muito o Jair Bolsonaro. Essa espécie de raiva sem foco contra o sistema e no grito convence muitos eleitores que de fato estão bravos com a situação da cidade. Eu entendo completamente, se você é paulistano, hoje você está sofrendo com ar seco inacreditável, você está em um transporte ruim ou preso em um congestionamento. Os projetos habitacionais são minúsculos. O centro melhora um pouco e regride um tanto. Então há justificação pra gente achar que São Paulo está no caminho errado.
O problema, e como Bolsonaro comprovou nos seus quatro anos de Presidência, é que nem sempre quem mais grita ou demonstra essa raiva contra o sistema tem qualquer ideia do que fazer diferente. Até pode prometer fazer diferente, mas por não estudar acaba sendo o mais do mesmo. (...) Nunes, por ser situação, tem que defender o seu governo, então ele não pode usar a grande arma do bolsonarismo que é a raiva.
Então de um lado tem uma direita fragmentada. A esquerda não tem um candidato forte, a rejeição do Boulos é fortíssima. A Tabata não parece que vai crescer... E tem esse espólio do bolsonarismo, como eu falei, ele faz essa mímica bolsonarista (...). Marçal está parecendo mais bolsonarista do que o Nunes, que deveria ser o candidato bolsonarista. Raul Juste Lores, colunista do UOL
Para Lores, os candidatos deveriam falar mais de propostas para a cidade e menos sobre a vida pessoal.
Espero que os números comprovem, principalmente para os candidatos que não crescem, que a gente já cansou de vídeo sobre família. Eu acho que Boulos e Tabata, que estão na oposição, têm que nos dar um pouquinho de descanso. Eu já sei a história da mãe e do pai da Tabata, onde ela estudou. O pai e a mãe do Boulos. Eu acho que tem esse excesso de perfil pessoal na campanha. A Tabata quer mostrar o quão humilde a família dela é e o Boulos quer mostrar o quão burguesa a família dele é... E o Nunes mostrando o governo dele.
As pesquisas estão iguais há meses. Se a gente não tem, a essas alturas, um candidato que sequer tenha 30%, é porque qualquer um deles tem uma margem de crescimento enorme. Então o Marçal está trazendo uma novidade, horrorosa na minha opinião, enquanto as outras campanhas estão no piloto automático há meses. Então que setembro seja o mês de ter alguma proposta, que seja. Raul Juste Lores, colunista do UOL
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