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Sakamoto: Resposta da imprensa a Trump mostra como tratar Pablo Marçal

A resposta da imprensa ao republicano Donald Trump na sua frustrada campanha à reeleição em 2020 — ele perdeu para o democrata Joe Biden —, pode mostrar como tratar Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo. A afirmação é do colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação do UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (23).

Tem um ponto que a resposta da imprensa ao Trump [nos Estados Unidos] pode ensinar o que fazer com o Marçal. Na eleição de 2020, quando o Trump tentou a reeleição e acabou perdendo para Joe Biden, a imprensa norte-americana discutiu bastante o que fazer. Porque o Trump fazia como o Pablo Marçal faz agora: fala o que quer, ataca, usa, grita, faz o escarcéu. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

O Trump mentia muito, era mitômano, ele não tinha compromisso nenhum com a realidade. Em 2016, aquele bando de doideira que Trump fazia a imprensa cobria loucamente, seja em política ou entretenimento, mas dando espaço para ele. O que aconteceu? Esse espaço que o Trump teve (...) foi retroalimentado pelas redes sociais e ajudou na eleição do Trump. Ou seja, a superexposição da mídia ajudou na eleição do Trump. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Entre as atitudes tomadas pela imprensa dos Estados Unidos, Leonardo Sakamoto cita que lá, quando Trump mentia, ele era interrompido e desmentido ao vivo.

Mas a mídia [nos EUA] se perguntou: o que fazer? Eles decidiram em 2020 nos EUA que iam cobrir o Trump. E na hora que ele mentisse, iam interromper e dizer que era mentira, dizer que era discurso de ódio. [Aqui no Brasil podemos] Fazer uma coisa que a imprensa não está acostumada a fazer: parar e falar, interromper a transmissão e colocar que aquilo não é fato. Fazer uma análise, separar o joio do trigo, o que é fato político relevante se publica e o que não é, não se publica quando é simplesmente para alavancar a imagem dele. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

É difícil, mas com Pablo Marçal é um desafio que a imprensa tem que ter. Vai ter que separar o joio do trigo, vai ter que tomar cuidado em fazer tração com bobagem. Não estou falando em ignorar o candidato, não é isso, estamos em uma democracia. Mas quando um candidato estiver produzindo lixo simplesmente para se firmar nas telas, a imprensa vai ter que fazer essa filtragem. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

É difícil, até porque isso garante audiência. O Pablo Marçal dá audiência para a imprensa, quando aparece o Pablo Marçal é que nem quando aparece o Bolsonaro, dá audiência. Porque gera polarização, gera pessoas muito contra e a favor e todo mundo clica. Mas a gente vai ter que fugir um pouco dessa armadilha para evitar exatamente ser corresponsável pela propagação de bobagem. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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