Tales: Ataque de Marçal mostra que jornalista deve ter direito de resposta

O ataque de Pablo Marçal (PRTB) ao colunista do UOL Josias de Souza no debate Gazeta/MyNews de ontem com candidatos à prefeitura de São Paulo revela a necessidade de se conceder direito de resposta também aos jornalistas, avaliou o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (2).

Josias questionou Marçal sobre uma fala do candidato ao Flow Podcast, quando disse que "no processo eleitoral, você precisa ser um idiota. O empresário respondeu que "o jornalismo tem militância poderosa". "Queria ser nobre, Josias, mas você não é nobre no seu jornalismo", completou Marçal.

Há uma questão que precisa ser pensada para os próximos debates. O sujeito agride o Josias; deveria estar na regra: se agrediu jornalista, o jornalista terá direito de resposta.

Se fosse dado esse espaço ao Josias, tenho certeza de que ele desmancharia Marçal com educação e inteligência, com a técnica que tem. Tem que haver isso dentro dos debates, já sabendo que há essas figuras. Atacado, um jornalista pode ter direito de resposta. Tales Faria, colunista do UOL

Tales ressaltou que Marçal repete Bolsonaro quanto ao tratamento hostil à imprensa. Para o colunista, os próximos debates precisam estabelecer regras para que os jornalistas se defendam quando forem atacados pelos candidatos.

Se não, fica fácil para Marçal, que faz como Bolsonaro fazia quando montava o cercadinho e batia nos jornalistas, cercado por bolsonaristas. Se alguém retrucasse, corra risco de levar uma paulada no meio do caminho. O que os jornalistas tiveram que fazer? Abandonar o cercadinho.

Mas não dá para abandonar um sujeito que está disputando o primeiro lugar nas pesquisas em uma eleição. Terá que haver regras para responder a esse sujeito quando ele vier com esse tipo de ataque. Tales Faria, colunista do UOL

Mediadora do debate: Quase saí do púlpito para apartar Marçal e Datena

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Mediadora do debate Gazeta/MyNews entre candidatos à prefeitura de São Paulo, Denise Campos de Toledo quase desceu do púlpito para conter o bate-boca entre José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB).

Naquele momento, senti que tinha que enfrentar o confronto pessoal entre os dois. Tentei segurar o Datena. Já estava havendo uma provocação de bastidores muito pesada dos dois lados. Datena também não teve um bom comportamento o tempo todo e estava muito irritado com Marçal, talvez até por conta do debate da Band.

Já havia esse problema e eu estava ouvindo as provocações, pedindo para o Datena permanecer quieto e não entrar na pilha. Isso era muito importante. Já havia feito sabatinas com todos eles, então já sabia o que esperar de um e de outro. Eu me preparei para não entrar na pilha.

O que eu queria era evitar o confronto físico, porque sabia que comprometeria todo o debate. Seria difícil retomá-lo depois. Chamei os seguranças, e tivemos o cuidado de ter alguns a mais. Uma das regras que colocamos foi que, no descumprimento às regras e na insistência, poderíamos retirar alguém do palco, inclusive com auxílio de seguranças.

No fim, Datena se acomodou e percebi que precisava falar mais sério com ele, para que voltasse ao púlpito e mantivesse a tranquilidade. Fui criticada por tirar o direito de resposta do Marçal, mas foi porque ele fez provocações adicionais. Quase eu saí do púlpito para apartar se não houvesse uma solução. Denise Campos de Toledo, apresentadora da TV Gazeta

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