Marçal posta resposta de Boulos após acusá-lo, sem provas, de uso de droga

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) publicou em suas redes sociais um vídeo de direito de resposta do adversário Guilherme Boulos (PSOL) por associá-lo, sem provas, ao uso de cocaína.

O que aconteceu

Marçal foi obrigado pela Justiça Eleitoral a publicar o vídeo de resposta gravado por Boulos. Na última terça-feira (27), o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral em São Paulo) negou um recurso do empresário e considerou que ele fez uma acusação caluniosa contra o candidato do PSOL.

No vídeo, Boulos afirma que foi alvo de uma "invenção absurda". O psolista disse que suas duas filhas, adolescentes, foram hostilizadas na escola devido ao ataque propagado por Marçal e que "mexer com a honra e a família das pessoas não se faz".

Sem apresentar provas, Marçal tem associado Boulos ao uso de cocaína em debates, vídeos nas redes sociais e atos de campanha. Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que Marçal se baseou no caso de um homônimo de Guilherme Boulos que foi alvo de uma ação sobre posse de drogas, sem qualquer relação com o candidato do PSOL.

Em entrevista ao programa Roda Viva, ontem (2), Marçal voltou a se esquivar de provar a acusação contra Boulos. Ele deu a entender que não usou o caso do homônimo de Boulos e afirmou que apresentará provas no último debate antes do primeiro turno.

Todo mundo sabe que essa é uma acusação absolutamente mentirosa, desrespeitosa. Agora, infelizmente, tem gente que ganha a vida com isso. Não seria muito melhor tentar atrair a atenção das pessoas com proposta em vez de mentira e ataque?
Guilherme Boulos, em vídeo de resposta a Pablo Marçal

Publicação ultrapassa 6 milhões de visualizações

Vídeo de direito de resposta foi publicado ontem à noite e ultrapassava seis milhões de visualizações por volta das 12h desta terça-feira (3). O perfil de Marçal fez 19 publicações na sequência.

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"Capa" da publicação escolhida foi uma tela preta. Desta forma, os seguidores que entrarem nas redes do ex-coach só saberão que se trata do direito de resposta ao clicarem na publicação.

O direito de resposta de Boulos deve ser veiculado pelo dobro do tempo em que os vídeos com acusações sem provas ficaram no ar. Marçal também precisa realizar o mesmo "impulsionamento" dos outros posts, conforme decisão da Justiça Eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral de SP determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar Marçal por crime eleitoral contra Boulos. O promotor eleitoral Nelson dos Santos Pereira Junior entendeu que existem "indícios de prática de crimes eleitorais" na conduta do ex-coach.

Por consequência, na forma como veiculadas, essas publicidades ressaltam atingimento à honra e à imagem do autor, passível de potencialmente induzir o eleitorado em erro em relação a ele (autor), também candidato ao cargo de prefeito do município de São Paulo.
Trecho do voto do relator

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