O que disse jornalista da Band que acusou Datena de assédio sexual?

Durante debate na TV Cultura neste domingo (15), o candidato Pablo Marçal (PRTB) relembrou uma acusação de assédio sexual contra José Luiz Datena (PSDB). O caso ocorreu em 2019, quando uma ex-repórter do Brasil Urgente, da Band, registrou queixa contra o apresentador. Mais tarde, a jornalista recuou, e o processo foi arquivado. Em um outro momento, ela disse que foi induzida a retirar a acusação.

Relembre o caso

Bruna Drews denunciou Datena ao Ministério Público de São Paulo. Em janeiro de 2019, a jornalista acusou o apresentador pela conduta dele em uma confraternização de trabalho. Ele teria dito que ela não precisava emagrecer porque já "era muito gostosa", que já tinha se masturbado pensando nela e que achava "um desperdício" a profissional "namorar uma mulher".

Episódio teria ocorrido em 7 de junho do ano anterior. Na época da acusação, Bruna disse que procurou um advogado logo após o assédio, mas foi orientada a esperar para fazer a denúncia até "fundamentar toda a nossa história" e ter testemunhas. Além disso, falou que teve uma grave crise de depressão e pânico depois do ocorrido.

Jornalista também moveu ação trabalhista contra a Band. Segundo ela, a emissora foi conivente com as atitudes do apresentador, pois, ao enviar uma carta à empresa comunicando sobre o assédio, teria recebido como sugestão: "Fica em casa um tempo, descansa."

Datena negou as acusações e abriu processo contra Bruna. Ele afirmou à época se tratar de "calúnia" e que Bruna teria problemas "psicológicos, problemas de família, pessoais e trabalho". Também, processou a ex-repórter por difamação e calúnia. "Na comemoração, repeti a ela que ela era muito bonita e que não precisava emagrecer, porque ela já era competente. Tirando isso, todo o resto é mentira, calúnia e delírio", disse o apresentador.

Bruna retirou acusações oito meses depois. Em outubro de 2019, assinou uma carta em que recua em relação às declarações contra Datena.

Pouco depois, ela afirmou que a retirada foi sob pressão. Em entrevista a Universa, ela disse que foi induzida a assinar o documento devido à pressão que estava vivendo.

Queria colocar uma pedra em tudo o que aconteceu, para que nem eu e nem o Datena tivéssemos mais prejuízo com isso. Fui induzida pelos advogados dele e mal instruída pelos meus advogados, que garantiram que tudo ficaria em sigilo, porque eu não aguentava mais.
Bruna Drews, em 2019

Processo foi arquivado. A jornalista afirmou que o arquivamento ocorreu "inexplicavelmente", sem que ela fosse ouvida pela polícia. Como Datena a havia processado, ela se viu no papel de ré. "Eu não tenho dinheiro e nem saúde para enfrentar esse processo", disse na ocasião, alegando sofrer de estresse pós-traumático devido ao trabalho na Band. Disse ainda que teria se aposentado por invalidez pelo INSS.

Continua após a publicidade

Eu assinei a carta na esperança de respirar, de me livrar daquilo. Mas eu reitero que o assédio aconteceu. Temia pela minha integridade, mas não vou mais temer.
Bruna Drews, em 2019

Lembrança levou à cadeirada

No debate deste domingo, Marçal citou o caso de assédio do segundo bloco do programa. Datena se disse inocente, falou que o caso foi arquivado e acrescentou que esse foi um tema que gerou "grande problema" para a família dele. "Foi uma acusação e a polícia não viu prova nenhuma, nem o Ministério Público, que arquivou o processo. A pessoa que me acusou se retratou publicamente em cartório, pediu desculpas."

No quarto bloco, Marçal voltou a provocar Datena. Ele perguntou quando o tucano iria deixar a disputa eleitoral, ao que o apresentador usou seu tempo de resposta para voltar a se defender da acusação de assédio. Quando a palavra voltou a Marçal, o ex-coach disse que Datena "não era homem" para enfrentá-lo. A isso se seguiu a agressão. Datena usou uma cadeira para bater no adversário.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.