Nunes diz que errou ao instituir passaporte de vacina da covid-19

Durante agenda de campanha nesta quinta-feira (19), o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), disse que errou ao instituir o passaporte da vacina da covid-19 durante a pandemia na cidade.

O que aconteceu

"Se fosse hoje, eu não teria feito o passaporte da vacina", disse o emedebista. Segundo o candidato à reeleição, ele não mudou de posição, mas "fez uma correção". Em janeiro de 2022, uma medida da prefeitura entrou em vigor e exigia a apresentação do passaporte para eventos realizados na cidade. No documento precisava constar o registro de duas doses da vacina contra o coronavírus. No ano anterior, Nunes já havia anunciado a medida para estabelecimentos da capital.

A declaração ocorre três dias após o prefeito dizer ser contra a obrigatoriedade da vacina, ao podcast do bolsonarista Paulo Figueiredo. "Tenho muita tranquilidade, depois de toda experiência, e tenho humildade para te falar que hoje sou contra a questão da obrigatoriedade [da vacina]", disse Nunes. Para o canal "Te Atualizei", em entrevista na quarta (18), ele classificou a decisão como "ação errada e equivocada".

O candidato disse ser a favor da vacina. "Tem uma série de vacinas que são importantes para saúde das pessoas", declarou.

O discurso atual do prefeito destoa de declarações dadas no passado, inclusive durante a pandemia, em defesa da vacinação na capital. O fechamento de comércios, medida adotada pelo governador à época João Doria (PSDB) para restringir a circulação de pessoas e evitar a disseminação do vírus, também foi criticada por ele no podcast. "Está provado que foi errado, até por conta do que está vindo agora de estudo", disse.

Nunes se coloca como candidato de centro, mas tem reforçado postura conservadora e de direita. No podcast do Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, ele defendeu anistia aos presos pelo 8 de janeiro também. Figueiredo mora nos Estados Unidos e é um dos investigados pelos atos antidemocráticos.

Se fosse hoje, eu não teria feito o passaporte da vacina. A grandeza de um gestor também é isso, de reconhecer aquilo que, depois de ter alguns dados, cometeu algum erro. Hoje eu não faria o passaporte, então não tem mudança, a não ser o reconhecimento que eu não faria.
Ricardo Nunes em agenda de campanha

Nunes faz agenda com Tarcísio

O candidato à reeleição fez agenda no Mercado de Pinheiros, na zona oeste, com Tarcísio de Freitas (Republicanos). A presença do governador de São Paulo na campanha de Nunes tem sido importante para atrair mais votos da direita, avaliam aliados do prefeito.

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A dupla passou por diferentes lojas, posou para fotos e falou de propostas. Tarcísio tem sido o principal padrinho político de Nunes — o governador participa, por exemplo, de inserções na propaganda eleitoral na TV.

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