Candidatos repetem tática em debate e evitam perguntar para Marçal
No debate da Record neste sábado (28), os candidatos à Prefeitura de São Paulo voltaram a isolar Pablo Marçal (PRTB), evitando fazer perguntas para ele até que não restasse outra opção.
O que aconteceu
Quem podia escolher, não optou por Marçal. Nos dois primeiros blocos ninguém quis perguntar para o ex-coach por opção. Os primeiros blocos foram escolhidos pela emissora para que perguntas fossem feitas diretamente entre os candidatos. Primeiro, em ordem definida por sorteio. Depois, jornalistas tiveram a oportunidade de questionar e escolher quem respondia e comentava cada pergunta. Por fim, os candidatos puderam escolher quais adversários deveriam responder — nesse momento, Marçal ficou isolado de todos os demais candidatos.
No primeiro bloco, a última a questionar um adversário foi Marina Helena (Novo), só restou Marçal. Ela falou sobre o plano do ex-coach para reduzir impostos na capital paulista, mas ele desviou e comentou as falas do candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), dizendo que ele é pequeno demais para a prefeitura - foi nesse momento que Marçal chamou Guilherme Boulos (PSOL) de "Boules" e levou uma advertência.
No fim do segundo bloco, Datena (PSDB) foi obrigado a perguntar ao ex-coach. Só quando não restavam mais opções, o candidato tucano o questionou Marçal sobre segurança alimentar. "Quase 1 milhão de pessoas não vão comer. 800 mil pessoas têm certeza. Em extrema pobreza. Como resolver isso?", perguntou o apresentador.
Marçal respondeu fugindo da pergunta sobre alimentação e falando sobre a sua proposta de "jornada da prosperidade". "É M de mentalidade", respondeu o candidato, que afirmou estar fazendo jejum há cinco dias, consumindo nada mais que água.
O governo nunca vai acabar com sua fome, você vai sentir fome três vezes ao dia. O governo pode te dar suporte para você mudar sua mentalidade e você realmente prosperar.
Pablo Marçal, candidato do PRTB
Por fim, Marçal relembrou a cadeirada que recebeu de Datena. "Dá uma chance para alguém que é resistente, que aguenta a pancada, que não reage quando alguém agride", disse Marçal, que foi respondido por Datena: "Melhor respeitar a democracia do que apanhar."
Além de ser ignorado, Marçal perdeu 30 segundos no último bloco, dedicado às considerações finais. Em regra acordada pelos candidatos e pela Record os candidatos não poderiam se referir aos outros por apelidos ou nomes pejorativos. Ele chamou Guilherme Boulos (PSOL), de "Boules" e foi penalizado.
Participam desta cobertura: Anna Satie, Bruno Luiz, Caíque Alencar, Laila Nery, Manuela Rached Pereira, Rafael Neves e Saulo Pereira Guimarães, do UOL, em São Paulo, e Caio Santana, colaboração para o UOL
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