'Depois eu parecia o Gandhi', diz Datena após rivais subirem tom em debate
O candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) disse que, após os primeiros conflitos no debate da rede Globo, na noite desta quinta-feira, ele parecia o líder pacifista indiano Mahatma Gandhi.
O que aconteceu
Datena disse que o debate foi bom até determinado ponto e que depois foi "desvirtuado". "Depois só eu parecia o Gandhi. Começaram a dar porrada ali, quase que eu estava saindo fora", afirmou o apresentador, sobre o clima do debate. Após um início sem ataques pessoais entre os candidatos, o debate esquentou com trocas de ofensas e acusações, mas Datena não se envolveu nas trocas de farpas.
"Parte [do debate] atingiu o objetivo, e outra parte tem que ser jogada fora", avaliou. Além de Datena, participaram do debate da Globo os candidatos Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB).
O apresentador não disse quem apoiará no 2º turno, caso não avance. "Parece que vai ter surpresa, mas, se não tiver, prometo que não vou apoiar ninguém", declarou
Datena também disse que seu desempenho durante a campanha "não foi dos melhores" e que o PSDB "estava ferido". "Não tivemos nem um pouquinho do que os outros candidatos tiveram, eram verbas milionárias", afirmou. "Todo mundo acredita em Deus, mas milagre, não. Eu sou um milagre, já sofri tantos problemas físicos. Pelas pesquisas, é claro que não chegaria no segundo turno. Posso até não chegar, mas eu acho que o pessoal vai ter uma surpresa com o número de votos que vou ter. Meu desempenho não foi dos melhores, reconheço."
O candidato tucano elogiou a cobertura eleitoral e disse que não aceita desmoralizarem a imprensa. Ele relembrou os ataques a jornalistas durante os debates. "A imprensa brasileira continua sendo uma das mais combativas do mundo". Ele lembrou de ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro à imprensa durante a pandemia.
O apresentador disse ainda estar no fim da carreira. "Não preciso fazer média, como disseram, estou em fim de carreira mesmo. (..) Quem fica 50 anos trabalhando com vocês, é porque tem alguma coisa boa para dar. Não permitirei colocarem na imprensa a culpa de uma cobertura desonesta."
"O que está no extremo não é legal"
Marçal questionou Datena se ele acredita que a "extrema esquerda" poderia governar São Paulo. "Você acredita que o extremismo, de extrema esquerda, pode governar São Paulo?", disse Marçal.
Datena respondeu dizendo que estar nos extremos "não é legal". O apresentador afirmou ainda que há políticos bons "na esquerda e na direita". "Há gente boa na esquerda e na direita", afirmou, citando o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Mas o que está nos extremos só tem coisa ruim."
O apresentador fez comparações com personalidades como Josef Stalin, Mao Tsé-Tung, Benito Mussolini e Adolf Hitler. "O que está no extremo não é bom. O que está no centro só vai ser bom se o centro não continuar mantendo reféns prefeitos, governadores, presidentes da República, trocando por cargo e por emenda. Mas o que tem na extrema é muito ruim."
Não tenho nada contra cara de esquerda, mas que jogue o jogo democrático, que tenha boas ideias. O cara de direita, que tenha boas ideias. Eu não tenho nada contra esse tipo de gente, mas quem usa violência da extrema esquerda e extrema direita, isso é muito condenável.
José Luiz Datena, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB
* Participaram desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Caique Alencar, Fabíola Perez, Gilvan Marques, Laila Nery, Rafael Neves, Saulo Pereira Guimarães, Uesley Durães e Wanderley Preite Sobrinho, do UOL , em São Paulo, e Letícia Polydoro e Caio Santana, colaboração para o UOL
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