Laudo falso contra Boulos tem RG errado e assinatura de médico que morreu

O prontuário médico falso de Guilherme Boulos (PSOL) apresentado por Pablo Marçal (PRTB) nesta sexta (4) apresenta erro de português e a assinatura de médico que morreu. O documento aponta surto psicótico grave e uso de cocaína.

O que aconteceu

O médico que assina o documento falso está com o registro no CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) inativo desde 2022. No site do órgão, a situação do profissional aparece como "falecido".

Há erros de português, de digitação e o RG de Boulos tem um número a mais. Um dos trechos do documento divulgado por Marçal diz "encaminho o senhor Guilherme Castro Boulos, por minha [sic] atendido nesta data".

O documento foi publicado por Marçal em suas redes enquanto participava de um podcast na noite de sexta. O ex-coach associa Boulos, sem apresentar provas, ao uso de cocaína desde o início da campanha. Ele já foi condenado pela Justiça Eleitoral a apagar publicações sobre o assunto nas redes sociais.

Publicação de Marçal mostra prontuário médico falso de Boulos por surto psicótico
Publicação de Marçal mostra prontuário médico falso de Boulos por surto psicótico Imagem: Reprodução/Instagram

Boulos disse que adversário "não tem limite" e que o documento é falso. Em vídeo ao vivo nas redes, ele também pediu a prisão do administrador da clínica em que Marçal diz que ele foi atendido em 2021. "O dono da clínica tem um vídeo com o Pablo Marçal, é apoiador dele, e nós vamos publicar aqui no meu Instagram esse vídeo assim que eu terminar a live", afirmou.

No dia 19 de janeiro de 2021, data do falso laudo, Boulos fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Nela, o candidato fala, em transmissão da casa dele, sobre vacinação da covid-19. Ele também visitou um vereador de Osasco.

Cerca de duas horas depois da publicação de Marçal, o ex-coach disse que o Instagram removeu o post. "Parabéns pela democracia de esquerda", disse o candidato.

Ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça - eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir.
Campanha de Guilherme Boulos

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