Boulos ataca Nunes e pede 'voto pela mudança' no 2º turno

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos atacou Ricardo Nunes (MDB), oponente direto agora no segundo turno, e disse esperar que a cidade "vote pela mudança". A declaração ocorreu após apuração dos votos na noite deste domingo (6).

Com 100% das urnas apuradas, Boulos teve 29,07% dos votos válidos contra 29,48% de Nunes, atual prefeito da capital paulista.

O que aconteceu

Boulos fez acenos a periferia, dizendo que foram foram os eleitores dos extremos da cidade que o levaram para o segundo turno. O candidato do PSOL também afirmou que quer dialogar com quem não votou nele.

O candidato voltou a ligar o adversário a Jair Bolsonaro (PL) e lembrou da atuação do ex-presidente durante a pandemia. "Nunes é o candidato que acredita que Bolsonaro fez tudo certo na pandemia, que no primeiro turno se colocou contra a vacina, que acredita que o 8 de Janeiro foi um encontro de senhoras, e não uma tentativa de golpe", disse.

Segundo o psolista, "a maioria do povo de São Paulo votou pela mudança". A disputa pelo segundo turno foi a mais acirrada da cidade de São Paulo. Pablo Marçal (PRTB) foi derrotado com 28,14% dos votos — a diferença de votos entre Nunes e Boulos foi de 25 mil.

Boulos disse que quer a "cidade para todos". Ao lado de sua candidata a vice Marta Suplicy (PT), ele afirmou que a dupla tem como missão "um projeto de justiça social, de cidade mais humana, para todos".

São Paulo é uma cidade potente, a cidade mais rica do Brasil e da América Latina. A nossa missão é fazer com que riqueza de São Paulo chegue para todos. Foram as periferias que nos levaram aos segundo turno.
Guilherme Boulos após confirmação do 2º turno

Queremos uma cidade mais justa, combater as desigualdades, fazer cidade para todos, que seja mais humana, sustentável. Uma cidade que combata as mudanças climáticas, que faça inovação, que coloque ao lado das grandes metrópoles globais.

O tom do discurso, que repetiu aos apoiadores minutos após falar com a imprensa, deve ser a tônica na reta final da campanha. Boulos deve tentar reeditar o mote "para derrotar o bolsonarismo" o mesmo de 2022 usado na corrida pela Presidência.

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Enquanto falava com os apoiadores, Boulos foi avisado pela equipe do apoio da candidata Tabata Amaral (PSB) no segundo turno. O psolista agradeceu e disse que telefonaria para ela. Ele afirmou que esperava poder contar com ela na reta final e elogiou o trabalho da deputada.

Apreensão e alívio

Boa parte da apuração dos votos foi tensa no local escolhida pela campanha do psolista para acompanhar a abertura das urnas. A equipe separou um andar para apoiadores — a imprensa ficou acomodada em um outro.

No momento em que Boulos passou Marçal e assumiu o 2º lugar, apoiadores comemoram. A situação ocorreu após 30% das urnas abertas. Apoiadores e pessoas da organização do evento passaram pelos corredores do prédio e se abraçaram.

O resultado das urnas foi comemorado por aliados de Boulos, que admitem que esperavam seguir para o segundo turno na liderança. Na sala em que o candidato do PSOL acompanhava a apuração o clima era de tensão, segundo interlocutores ouvidos pela reportagem. A família do psolista esteve com ele ao longo da contagem dos votos.

Quando 99% das urnas estavam apuradas, mais apoiadores chegaram ao local. As ministras Marina Silva e Sônia Guajajara ficaram ao lado de Boulos enquanto ele discursava. Os deputados petistas Rui Falcão, Paulo Fiorilo e Simão Pedro também participaram da comemoração.

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