Média de apreensões em dinheiro vivo no segundo turno aumenta 11 vezes
A quantidade média de apreensões de dinheiro vivo ao longo do segundo turno das eleições municipais aumentou mais de 11 vezes em relação à primeira fase do pleito. É o que mostra análise do UOL com base em números divulgados pela Polícia Federal.
O que aconteceu
Na segunda-feira depois do primeiro turno, em 7 de outubro, a corporação informou que houve R$ 21,8 milhões de dinheiro em espécie apreendido ao longo do pleito. Uma média de menos de R$ 4 mil para os mais de 5.570 municípios do Brasil.
Neste domingo, somente até as 9h30 da manhã, a PF informou que houve R$ 24,08 milhões apreendidos ao longo das eleições, ou seja, R$ 2,28 milhões apenas no período do segundo turno.
Como só há eleições de segundo turno em 51 municípios, isso significa uma média de apreensão de R$ 44 mil por disputa. Em outras palavras, um aumento médio de mais de 11 vezes.
Apreensões de dinheiro vivo
- 1º turno: R$ 21,8 milhões (R$ 3.913 por município)
- 2º turno: R$ 2,8 milhões (R$ 44.705 por município)
Apesar disso, na data deste domingo, até as 13h30, não havia apreensões de dinheiro vivo no Brasil, segundo a PF. O diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou ao UOL que o clima estava bem tranquilo, "mais parado do que água de poço".
Pastores dizem que entregaram dinheiro 'por não ter experiência nesse tipo de distribuição'
Pastores presos no sábado em Manaus após tentarem distribuir R$ 38 mil em dinheiro vivo numa igreja prestaram depoimento à Polícia Federal. Dois pastores da Igreja Pentecostal Unidos do Brasil - Flaviano Negreiros e Werter Oliveira - afirmaram que o dinheiro tinha origem num aliado da campanha do prefeito candidato à reeleição, Davi Almeida (Avante). O nome da pessoa seria Eliézer.
Os dois negaram compra de votos, mas admitiram que distribuir dinheiro vivo às vésperas do segundo turno foi um "erro". Eles disseram que o dinheiro serviria para pagar despesas de pastores numa convenção da igreja. No entanto, na convocação, feita por whatsapp, Negreiros ressaltou que só poderiam participar aqueles que "votavam em Manaus".
Oliveria falou sobre o motivo de não usarem Pix ou transferência bancária para distribuírem o dinheiro aos pastores: "Que receberam o valor em espécie e que não tinham experiência nesse tipo de distribuição. Declarou que a reunião foi tratada como algo interno e informal e que não houve divulgação pública, justamente para evitar problemas."
Afirmou que, apesar da proximidade das eleições, não houve pedido direto de votos aos pastores e obreiros, embora tenha reconhecido que a ajuda financeira poderia ser interpretada como contrapartida indireta.
Depoimento do pastor Werter Oliveira
O UOL procurou a assessoria de Davi Almeida e aguarda contato.
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