Com frente de esquerda, Fuad Noman (PSD) é reeleito prefeito em BH

Fuad Noman (PSD), atual prefeito de Belo Horizonte que buscava a reeleição com apoio do presidente Lula (PT), venceu a disputa no segundo turno após derrotar o bolsonarista Bruno Engler (PL). O vice será Álvaro Damião (União Brasil).

O que aconteceu

Com 100% das urnas apuradas, Fuad Noman obteve 53,73% dos votos válidos (670.574 votos). Bruno Engler somou 46,27% (577.537).

Em discurso lido após a vitória, Fuad agradeceu os votos que recebeu no segundo turno e falou em "virada histórica" —Engler concluiu o primeiro turno na frente. Também citou partidos que o "abraçaram" durante a campanha, entre eles, o PSD, União Brasil, Avante e Solidariedade.

Fuad criticou Engler, sem citá-lo nominalmente, dizendo que o "adversário não teve limites em difamá-lo".

Apesar do radicalismo e da delinquência da outra campanha, mantive a linha e o respeito às regras do jogo. Jamais pensei em me vingar dos ataques e nem dividir a nossa cidade. Sou o prefeito de todos.
Fuad Noman, em discurso após a vitória

O prefeito reeleito agradeceu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Também citou partidos que o "abraçaram" durante a campanha, entre eles, o PSD, União Brasil, Avante e Solidariedade.

"O trabalho venceu! Agradeço imensamente a todos que acreditaram, caminharam junto, e depositaram sua confiança em nós. Vamos trabalhar mais quatro anos para fazer de BH uma cidade melhor para todos!", afirmou o prefeito em post no Instagram.

Noman, 77, é economista de formação e já teve passagem pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), além de cargos de confiança no governo de Minas Gerais.

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Reuniu "frente de esquerda". No início da campanha do segundo turno, Noman recebeu mais apoio do presidente Lula. Além disso, contou com a ajuda dos rivais do primeiro turno Rogério Correia (PT) e a deputada federal Duda Salabert (PDT). Já o Republicanos, de Mauro Tramonte, e o Novo ficaram ao lado de Engler.

Candidato derrotado, Bruno Engler, 27, é deputado estadual pelo PL. Ele está em seu segundo mandato e foi o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Belo Horizonte.

Primeiro turno foi acirrado. Em meados de julho, Noman estava "embolado" nas pesquisas com outros candidatos, como Engler, Gabriel Azevedo (MDB), Duda Salabert (PDT), Carlos Viana (Podemos) e Rogério Correia (PT). Todos eles viram Mauro Tramonte (Republicanos) liderar a disputa por algum tempo, mas, na reta final, o também deputado estadual despencou.

Nas urnas, Engler liderou o primeiro turno com 435.853 votos (34,38% do total válido), e Noman teve 336.442 votos (26,54% do total). Tramonte ficou em terceiro com 192.991 votos (15,22% do total).

Quem é Fuad Noman

Tornou-se prefeito de Belo Horizonte em 2022. Ele assumiu o cargo após a renúncia de Alexandre Kalil (Republicanos), que se candidataria ao governo de Minas Gerais naquele ano.

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Foi secretário do governo de MG por oito anos. Formado em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, Noman começou a trabalhar no serviço público como funcionário do Banco Central. Foi secretário da Fazenda de MG entre 2003 e 2006 e secretário de Transportes e Obras Públicas entre 2007 e 2010.

Atuou no FMI. Em sua trajetória, Noman trabalhou como secretário-executivo da Casa Civil no governo de FHC, além de consultor do FMI e presidente da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais) em 2011.

"Perdeu confiança" de ex-prefeito. No primeiro mandato de Alexandre Kalil (2017-2020), Noman foi secretário de Fazenda de Belo Horizonte. No segundo (2021-2022), vice-prefeito, herdando o cargo após a saída do titular. Entretanto, em agosto, Kalil disse ao jornal O Globo que não confia no sucessor e que a gestão atual é um "desastre".

Saúde e mobilidade são desafios de Belo Horizonte

Segundo pesquisa de opinião do Instituto Opus, de 2023, os principais problemas de Belo Horizonte são a saúde, de acordo com 26% dos entrevistados; transporte público (23%), defeitos no asfalto e na pavimentação (4%) e o trânsito (2%).

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