Abstenção é maior da história em São Paulo e supera votos de Boulos

A taxa de abstenção do segundo turno das eleições neste domingo (27) foi a maior da história da cidade de São Paulo.

O que aconteceu

31,4% dos eleitores paulistanos não compareceram à urna. O percentual corresponde a quase 3 milhões de pessoas (2.940.360).

O número é maior do que os votos recebidos pelo candidato derrotado, Guilherme Boulos (PSOL). O deputado obteve 2.323.901 votos, ante 3.393.110 do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB).

A zona eleitoral da Bela Vista, na região central, foi a que registrou a maior abstenção, de 39%. Foi nesta zona, que atende os bairros da Consolação, Liberdade e Sé, onde Boulos obteve a sua maior votação no primeiro turno.

Já o Jardim Helena, no extremo leste, foi a zona em que os eleitores mais compareceram. Na zona que compreende os bairros Jardim Noemia, Parque Paulistano e Vila Mara, a taxa de abstenção foi de 28,4%.

O índice também supera o registrado nas eleições de 2020, que aconteceram em meio à pandemia de covid-19. Naquele ano, a abstenção foi de 29,29% no primeiro turno, e de 30,81% no segundo.

Antes da pandemia, a eleição anterior também havia batido recorde de abstenção. Em 2016, quando São Paulo elegeu João Doria (PSDB) em primeiro turno, 21,84% do eleitorado paulistano não foi votar. Somados, os eleitores ausentes e os que votaram em branco ou anularam superaram os que escolheram Doria. Foram 3.096.304 os que não escolheram um candidato; Doria obteve 3.085.187 votos.

Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou neste ano que é necessário fazer um estudo para entender os motivos para as ausências crescentes. "Depois que terminar as eleições, vamos pesquisar os locais, quais eleitores deixaram de votar, se são homens, mulheres, os estados e os municípios [em que estão registrados]", falou a ministra no último dia 6, após o primeiro turno da eleição. "Em geral, fazemos a apresentação do número pela média nacional, mas a causa é local."

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