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Centrão avança nas capitais e aumenta seu capital político

1.set.2020 - Presidente Jair Bolsonaro reunido com ministros e líderes do centrão para anunciar prorrogação do auxílio emergencial - Marcos Corrêa/PR
1.set.2020 - Presidente Jair Bolsonaro reunido com ministros e líderes do centrão para anunciar prorrogação do auxílio emergencial Imagem: Marcos Corrêa/PR

Camila Turtelli

Brasília

16/11/2020 07h43

Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Centrão teve um bom desempenho nas urnas ontem. Líderes do grupo que dá as cartas no Congresso conseguiram eleger afilhados e avançar para o segundo turno em cidades importantes no país.

As dez legendas do bloco (Progressistas, PSD, PL, PTB, Republicanos, PSC, Solidariedade, Avante, Patriota e Pros) fizeram ao menos 887 prefeituras, de acordo com os resultados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até a 1h de hoje.

O desempenho do Centrão, grupo liderado pelo deputado Arthur Lira (AL), contrasta com a atuação do PSL, que até o ano passado era o partido de Bolsonaro. O PSL minguou. O Centrão raiz, porém, deve aumentar seu capital político nas negociações do Congresso nos próximos dois anos.

O Progressistas, partido de Lira, avançou em cidades do Norte e Nordeste, onde Bolsonaro tenta aumentar sua popularidade. Cícero Lucena (PP-PB) foi para o segundo turno de João Pessoa, capital da Paraíba.

Apadrinhada pela deputada Jaqueline Cassol (Progressistas-RO), Cristiane Lopes conseguiu ir para a segunda rodada em Porto Velho, capital de Rondônia.

O crescimento da sigla comandada pelo senador Ciro Nogueira (PI) nessas regiões pode ter um peso importante nos próximos passos de Bolsonaro. Sem filiação desde o ano passado, o presidente é assediado pelo partido, pelo PTB de Roberto Jefferson e por uma ala do PSL, que quer o seu retorno.

PSD leva duas capitais

Ainda nas capitais, o PSD conseguiu reeleger, neste primeiro turno, o prefeito de Belo Horizonte (MG), Alexandre Kalil. Em Campo Grande (MS), Marquinhos Trad também foi reconduzido à prefeitura.

Comandado por Gilberto Kassab e com Fábio Faria ocupando o Ministério das Comunicações, o PSD também foi para o segundo turno em Goiânia (GO), com Vanderlan Cardoso.

Disputas no 2º turno

Com o apoio de Bolsonaro, o Pros conseguiu levar Capitão Wagner para a segunda rodada em Fortaleza (CE). O partido ocupa cadeiras da vice-liderança do governo Bolsonaro no Congresso.

O Republicanos avançou com Marcelo Crivella, que conquistou o segundo turno no Rio, com o apoio de Bolsonaro. O vereador Carlos Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, também estão na legenda.

Na lista dos partidos da base do governo, o Avante levou o ex-governador do Amazonas Davi Almeida para o segundo turno em Manaus, com aval do atual governador, Wilson Lima (PSC). O Patriota, por sua vez, passou para a segunda etapa da disputa em Belém (PA) com Delegado Eguchi.

Deputados

Dos 68 deputados concorrendo às prefeituras neste ano, poucos tiveram êxito. Oito vão seguir na corrida no segundo turno. O único eleito foi o deputado Juninho do Pneu (DEM-RJ), vice-prefeito na chapa de Rogério Lisboa (PP-RJ), em Nova Iguaçu (RJ).

No Recife, os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) vão rivalizar o segundo turno na capital de Pernambuco. O deputado Edmilson Rodrigo (PSOL) está no segundo turno em Belém (PA). Em Boa Vista (RR), Ottaci Nascimento (Solidariedade) também segue na disputa no segundo turno.

Ainda nas capitais, foram para o segundo turno os deputados federais JHC (PSB), em Maceió (AL), e Eduardo Braide (Podemos), em São Luís (MA). Darci de Matos (PSD-SC) foi para o segundo turno em Joinville e Margarida Salomão (PT-MG), em Juiz de Fora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.