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Oposição a bolsonarista reúne de DEM a PSOL na capital do Ceará

Sarto (PDT) e Capitão Wagner (PROS), candidatos à prefeitura de Fortaleza em 2020 - Reprodução/Facebook
Sarto (PDT) e Capitão Wagner (PROS), candidatos à prefeitura de Fortaleza em 2020 Imagem: Reprodução/Facebook

Bruno Ribeiro

São Paulo

29/11/2020 08h18

Fortaleza terá neste domingo, 29, um segundo turno nacionalizado. De um lado, um candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Capitão Wagner (Pros). De outro, José Sarto (PDT), que conseguiu reunir partidos como DEM, PSDB, PT e PSOL no mesmo grupo. Mas a pesquisa Ibope divulgada no início da noite de sábado mantinha o pedetista Sarto numa situação confortável, com 61% de votos válidos, contra 39% de Wagner.

No começo deste ano, Wagner foi apontado como apoiador do motim promovido por uma parte dos policiais do Estado, quando PMs encapuzados percorreram ruas da capital e de cidades do interior, mandando o comércio fechar as portas. Exército e Força Nacional foram para o Ceará, e o candidato atuou na negociação, envolvendo o então ministro da Justiça Sérgio Moro. No fim, 168 PMs foram expulsos, incluindo o ex-deputado Cabo Sabino, aliado do capitão.

Embora Bolsonaro tenha citado em uma de suas lives semanais, que apoiava "um capitão lá" em Fortaleza, o candidato negou que fosse "bolsonarista". Seu programa de governo evitou características extremistas e falava na construção de "pactos". Wagner buscou associar sua imagem a Moro, que gravou um vídeo para o candidato. Na mensagem, Moro diz que não participa das eleições e destaca que não vota em Fortaleza, mas descreve a atuação do deputado federal nas negociações para encerrar o motim.

O apoio direto do presidente, na campanha, virou arma para o rival do PM reformado. Ressaltando a disposição "para o diálogo", Sarto se valeu também do fato de ser o candidato dos governos municipal e estadual e apoiado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para fazer uma campanha em que seu rosto dividiu espaço na campanha com uma série de rostos conhecidos do eleitorado.

Além de contar com uma coligação que incluiu dez partidos (como PSDB, PSD, PSB e DEM), no segundo turno ele obteve o apoio do governador Camilo Santana (PT) e de partidos como PSOL e PCdoB. Figuras como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declararam apoio a Sarto.

O pedetista tem sete mandatos seguidos na Assembleia Legislativa do Ceará. Atualmente, é o presidente da Casa. Por ser o candidato da situação, ao longo da campanha teve de comentar duas ações promovidas pela Polícia Federal em órgãos da prefeitura, em investigações sobre irregularidades na compra de respiradores e outros equipamentos médicos. A prefeitura chegou a processar um dos fornecedores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.