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Em entrevista, Gilad Shalit diz esperar que acordo sobre presos "favoreça a paz" entre israelenses e palestinos

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

18/10/2011 07h33Atualizada em 18/10/2011 09h53

Em suas primeiras declarações após ser solto, o soldado israelense Gilad Shalit afirmou que espera que o acordo para a troca de prisioneiros entre Israel e Hamas ajude a buscar a paz entre os povos israelenses e palestinos.

“Espero que este acordo favoreça a paz entre palestinos e israelenses e à cooperação entre os dois povos”, afirmou, em entrevista a uma emissora de televisão egípcia.

O israelense acrescentou que ficaria “muito feliz” se os presos palestinos que continuam nas cadeias israelenses -- são cerca de 6.000 -- fossem libertados para retornar às suas famílias.

O soldado também disse que está bem de saúde e com saudades da família. “Claro que sinto saudades da minha família e dos meus amigos.”

Ele também declarou que “sabia” que ia ser solto. “Foram longos anos, mas sabia que ia chegar o dia em que fosse libertado.”

Shalit contou que soube da notícia da sua libertação há uma semana. “Não posso descrever meus sentimentos então [quando soube]. Senti que me esperavam momentos muito difíceis.”

O soldado israelense já chegou na base militar de Tel Nof, no centro do país, onde se encontrará com sua família pela primeira vez após mais de cinco anos de cativeiro.

Por outro lado, comboios de ônibus que levam os primeiros presos palestinos soltos já chegaram à Faixa de Gaza e à Cisjordânia.

Na Faixa de Gaza, três veículos do Hamas e um da Cruz Vermelha abriram caminho a um comboio composto por oito ônibus. Na Cisjordânia, um comboio de vários ônibus se dirige à cidade de Ramallah, onde deve ser recebido pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Acordo histórico

O soldado Gilad Shalit foi solto na madrugada desta terça-feira (18), no Egito, após o acordo entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

A libertação de Shalit foi possível após o aval da Suprema Corte israelense, que rejeitou quatro recursos de parentes de vítimas de atentados.

Segundo o acordo, Shalit seria trocado por 1.027 prisioneiros palestinos, dos quais 477 seriam soltos antes de sua libertação. Dentre esses, 280 haviam sido condenados à prisão perpétua pela morte de civis israelenses.

Israel terá agora de cumprir a segunda parte do acordo. Nos próximos dois meses, 550 outros prisioneiros devem ser libertados. Os nomes desses presos ainda não foram definidos.

*Com informações das agências internacionais