Com críticas à guerra cambial, Dilma faz discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU
A presidente Dilma Rousseff irá fazer nesta terça-feira (25) o tradicional discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, que reúne líderes dos principais países do mundo.
Entre os temas abordados, ela fará críticas ao “tsunami monetário”, numa referência à falta de controle da guerra cambial, prejudicial às exportações dos emergentes. No seu discurso no ano passado na mesma ocasião, Dilma já havia feito críticas ao câmbio e ao protecionismo dos países industrializados. A abertura da sessão está prevista para as 10h (horário de Brasília).
Outro ponto que será alvo de críticas será a expansão do crédito nos Estados Unidos, na Comunidade Europeia e no Japão, com a injeção de recursos na economia pelos respectivos bancos centrais, o que impacta no comércio com os países emergentes.
Dilma também defenderá a busca da paz para os conflitos por meio do diálogo, sem intervenção militar, e o empenho dos países para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.
No seu discurso, a presidente deverá fazer ainda um balanço dos avanços obtidos na Conferência das Nações para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Dilma abordará também a necessidade de garantir apoio às vítimas de situações de crise, como é o caso da população síria, e defenderá o reconhecimento da Palestina como Estado autônomo.
Antes do início da assembleia, ela se encontra com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e diplomatas da organização. Segundo assessores, por enquanto, não há audiências previstas dela com o presidente americano, Barack Obama, nem com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, principal negociadora da União Europeia com os países que mais sofrem os impactos da crise econômica.
Relembre os discursos do Brasil em anos anteriores
A reforma do Conselho de Segurança da ONU é tema recorrente nos discursos dos governantes brasileiros na Assembleia Geral.
Há tempos o Brasil pleiteia uma vaga entre os cinco membros permanentes (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China). Estes países têm poder de veto no conselho, responsável por definir medidas e sanções nas principais questões globais.
Em seu discurso em 2011, a presidente Dilma Rousseff já havia abordado a crise econômica e defendeu o fim da guerra fiscal e monetária e do protecionismo.
Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupado com as eleições presidenciais, não foi à assembleia, onde foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Ele fez um balanço da gestão petista e falou sobre o desejo do país de integrar o Conselho de Segurança.
Em 2009, Lula havia pedido maior comprometimento da ONU em questões como o crescimento da África e expressado a necessidade de reformar o conselho.
A relação entre Brasil e Estados Unidos ficou tensa nos últimos dias após o governo brasileiro ter elevado as tarifas de importação de cem produtos para proteger a indústria nacional, medida duramente criticada pelos americanos.
O Brasil se defendeu dizendo que a decisão está de acordo com normas da OMC (Organização Mundial do Comércio).
A presidente chegou aos EUA no domingo (23), acompanhada da filha, Paula, e dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social).
Nesta segunda-feira (24), Dilma se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Retorno
No seu retorno a Brasília, Dilma irá receber na quinta-feira (27) o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, no Palácio do Planalto. A conversa deve girar em torno dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
O Brasil quer aproveitar as experiências da Olimpíada londrina, considerada exemplo de transparência e inclusão social. Também deve ser discutida a ampliação de projetos referentes ao Programa Ciência sem Fronteiras.
No dia seguinte, Dilma receberia o presidente do Egito, Mouhamed Morsi, mas a visita foi cancelada. (Com Agência Brasil)
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