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Chefe de Inteligência da polícia libanesa é morto no atentado no centro de Beirute

O líbanês Wissam al-Hassan - Mohamed Azakir / Reuters
O líbanês Wissam al-Hassan Imagem: Mohamed Azakir / Reuters

Do UOL, em São Paulo

19/10/2012 14h43Atualizada em 19/10/2012 16h45

A explosão de um carro-bomba na manhã desta sexta-feira (19) no centro de Beirute, capital do Líbano, seria dirigido contra o chefe de Inteligência da polícia libanesa, o general Wissam al-Hassan, que morreu na ação, informaram fontes policiais às agências de notícias internacionais.

"Eu só posso dizer que é verdade, ele está morto", afirmou uma autoridade não-identificada, que trabalhava com Al-Hassan.

A violenta explosão foi na hora do rush na cidade. Informações iniciais apontam que oito pessoas foram mortas e mais de 70 ficaram feridas. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. Este foi o maior ataque em Beirute desde 2008.

A participação de Al-Hassan foi crucial na investigação que desvendou os planos para um recente ataque a bomba que levou à prisão, em 9 de agosto, do ex-ministro libanês Michel Samaha, partidário do regime sírio de Bashar al-Assad.

Hassan tinha comandado as investigações nas quais Samaha foi acusado de ter planejado assassinatos contra personalidades políticas e religiosas no Líbano.

O principal responsável dos serviços secretos policiais, de 43 anos, tinha chegado na noite de quinta (18) a Beirute vindo do exterior, segundo a televisão local "LBC".

"Ele tinha levado sua esposa e seus filhos para Paris porque sabia que era visado", disse Samir Geagea, um dos líderes da oposição. Ele ainda acrescentou que o general havia acionado "medidas de segurança excepcionais" para se proteger de eventuais ataques.

Estava previsto que Hassan sucedesse no próximo ano o atual chefe da Polícia libanesa, Ashraf Rifi, quando este se aposenta.

O general assassinado - próximo ao grupo opositor Futuro, de Saad Hariri - estava no ponto de mira de grupos libaneses favoráveis à Síria como o Hezbollah (xiita), que tinham pedido sua renúncia.

Hassan também tinha colaborado nas investigações sobre o assassinato em 2005 do primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, de quem foi seu responsável de segurança, e de outros atentados terroristas dirigidos contra personalidades antissírias.

O atentado acontece num momento em que as tensões no Líbano estão crescendo por causa do conflito na Síria, palco de atentados e confrontos entre partidários e opositores do regime de Assad.