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Funeral de chefe de inteligência da polícia acaba em protestos e violência em Beirute, no Líbano

Parte da multidão que compareceu ao funeral entrou em choque com a polícia em Beirute - Maya Alleruzzo/AP
Parte da multidão que compareceu ao funeral entrou em choque com a polícia em Beirute Imagem: Maya Alleruzzo/AP

Do UOL, em São Paulo

21/10/2012 12h45

Acabou em violência, neste domingo (21), em Beirute (Líbano), o funeral do chefe da inteligência da polícia libanesa, o general Wissam Hassan, morto na sexta-feira (19) após a explosão de um carro-bomba.

Milhares de pessoas se juntaram no centro de Beirute neste domingo para o funeral. A polícia fez disparos para o alto e atirou bombas de gás lacrimogêneo para impedir que manifestantes entrassem na sede do gabinete do primeiro-ministro Najib Mikati.

O ex-primeiro-ministro Saad Hariri acusou o ditador sírio, Bashar Assad, de estar por trás do ataque que matou Hassan. A oposição libanesa exige a renúncia do premiê, cujo governo inclui o grupo xiita Hizbollah, aliado da Síria.

O ataque de sexta-feira, durante a hora do rush, levantou temores de que a guerra na Síria respingue no Líbano, palco de uma guerra civil de 1975 a 1990. A instabilidade aumentou nos últimos meses no Líbano como consequência do contágio da crise na Síria, cenário de atentados e duros enfrentamentos entre partidários e detratores do regime.

Rebeldes acusam Síria e Hizbollah

Os rebeldes sírios acusaram, neste sábado (20), o regime de Damasco e o grupo xiita libanês Hizbollah de estarem por trás do atentado.

Em comunicado, o Exército Livre Sírio (ELS) condenou o atentado, e pediu aos libaneses que "frustrem os planos" do ditador sírio, Bashar Assad, e do líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah.

Segundo os rebeldes, o ataque de sexta é "um episódio da série de atos terroristas produzidos por Assad e seus aliados" no Líbano, em alusão ao Hizbollah.

O ELS reiterou seu pedido para que o Conselho de Segurança da ONU e a Liga Árabe mantenham uma reunião de emergência a fim de analisar a evolução da crise na Síria e no Líbano, assim como o envio de tropas internacionais a ambos os países. religiosas libanesas estão divididas entre aquelas que apoiam Assad e as que estão do lado dos rebeldes, apesar da política de Mitaki de "dissociação", que tenta em vão isolar o país do tumulto na nação vizinha.

Premiê libanês ofereceu renúncia

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse neste sábado (20) que ofereceu sua renúncia ao presidente Michel Suleiman, e disse considerar necessária a formação de um governo de união nacional perante a crise política aberta após o ataque da véspera.

"Não estou preso ao posto e suspendi todas as decisões à espera das consultas do presidente", declarou Mikati.

(Com informações das agências de notícias)