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Gastos nas eleições americanas batem novo recorde e chegam a US$ 6 bilhões

Fabiana Uchinaka

Do UOL, em Chicago (EUA)

01/11/2012 06h00

Os gastos com as eleições norte-americanas deste ano bateram um novo recorde e chegaram a US$ 6 bilhões, tornando esta disputa a mais cara da história do país. E a diferença não é pouca: US$ 700 milhões a mais que em 2008, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Centro para Políticas Responsáveis, da Open Secrets, uma ONG apartidária que pesquisa como o dinheiro arrecadado é usado pelos políticos nas eleições e nas políticas públicas dos Estados Unidos.

Eleições 2012 nos EUA
Eleições 2012 nos EUA
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O grupo havia calculado, no início de 2012, que as eleições nacionais custariam US$ 5,8 bilhões, o que já era um recorde. Mas, faltando menos de uma semana para a votação, os dados da Comissão Eleitoral Federal foram revisados e o valor dos gastos foi projetado em US$ 6 bilhões. Deste total, US$ 2,6 bilhões envolvem diretamente as eleições presidenciais, US$ 1,82 bilhão corresponde à disputa pelas vagas da Câmara e do Senado e o resto foi gasto pelos partidos em comitês e convenções, por exemplo.

Além disso, segundo a Open Secrets, grande parte do dinheiro investido neste pleito corresponde à verba levantada por organizações independentes --cerca de US$ 970 milhões. Esta é a primeira eleição presidencial em que vale a decisão da Suprema Corte, conhecida como "Cidadãos Unidos contra Comissão Eleitoral Federal", que desde 2010 permite que grupos façam doações ilimitadas a comitês de apoio ou a candidatos políticos, chamados de super PACs (political action committee).

"Na nova paisagem do financiamento das campanhas, pós-Cidadãos Unidos, estamos vendo níveis de gastos históricos estimulados por grupos dominados por um pequeno número de indivíduos e organizações que fazem contribuições excepcionais", explicou Sheila Krumholz, diretora-executiva do centro.

Os gastos dos super PACs, de acordo com o levantamento, cresceram de US$ 19 milhões na primeira semana de setembro para US$ 33 milhões na primeira semana de outubro. Na semana que começou no dia 21, o montante pulou para US$ 70 milhões.

A Open Secrets ressalta, porém, que o tanto de dinheiro não contabilizado que circula pelas campanhas ainda permanece um mistério que "deve levar anos" até que seja solucionado.

Republicanos em vantagem

Os analistas acreditavam que a nova lei de financiamento de campanha beneficiaria o Partido Republicano, porque os ultraconservadores são extremamente organizados e costumam ter muito dinheiro para investir na disputa. E é exatamente isto que está acontecendo.

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O Centro para Políticas Responsáveis confirma que a balança pesou fortemente para a direita neste ano, mas também é fácil notar que o clima é de desespero na campanha do presidente Barack Obama, candidato à reeleição. Só nos últimos seis dias, o comitê democrata disparou 15 e-mails pedindo doações.

"Mitt Romney e os republicanos têm US$ 45 milhões a mais no banco do que nós para o empurrão final da campanha. Juntamente com grupos independentes, eles estão gastando mais em quase todos os Estados nesta semana. Isso é um problema, pessoal, a menos que você tome posse desta campanha agora mesmo. Por favor, doe US$ 5 ou o que você puder", diz o texto que ora é assinado pela primeira-dama Michelle Obama, ora pelo vice-presidente Joe Biden.