Femen diz que fim da filial brasileira se deu por 'abuso econômico'
O grupo feminista Femen divulgou nesta segunda-feira (20) um comunicado dizendo que o fim da filial brasileira da entidade se deu por ‘abuso econômico’ e ‘falhas organizacionais’. No sábado (18), a líder do grupo Alexandra Shevchenko já havia dito que “a pessoa que nos representava [no Brasil], a Sara Winter, não faz parte do nosso grupo, tivemos muitos problemas com ela. Ela não está pronta para ser líder".
De acordo com a nota, Winter não tem mais o direito de usar o nome da organização, logotipo, o termo sextremista (sextremist, em inglês) e a coroa de flores, símbolo das manifestações do grupo.
Segundo o comunicado, nos próximos seis meses o Femen vai abrir uma nova filial no país para substituir a comandada por Winter. Um endereço de email foi criado para responder às dúvidas das ativistas brasileiras - brazilfemen@gmail.com.
Procurada pela reportagem, a líder do grupo brasileiro disse que iria se manifestar em breve sobre o assunto.
No sábado, Winter chegou a afirmar que "nós não assinamos nenhum contrato, usamos o nome porque nos identificamos com as ideias. Vamos continuar trabalhando, independente de qualquer mudança no nome do nosso grupo".
No Facebook, diversos perfis de grupos feministas comemoraram o término das atividades do grupo no país, que já foi criticado por não se articular com outras entidades e pelos métodos controversos de protesto.
Sara, que ao 19 anos resolveu se articular para criar uma célula do Femen no Brasil e passou por treinamento em Kiev para representar o grupo, acabou envolvida em uma série de polêmicas desde que ganhou projeção nacional com o movimento.
A imagem de uma cruz no peito de Winter, levantou a dúvida sobre se ela teria pertencido quando jovem a um grupo neonazista, coisa que depois ela classificou de "erro do passado". Seu "nome de guerra" também seria uma referência ao movimento nazista. Depois, ela contou que havia entrado para o mundo da prostituição muito cedo, por isso passou a combater a atividade.
Grupos feministas também criticam duramente as posições assumidas por Winter à frente do movimento. Eles consideram que ela não conhece com profundidade o feminismo e defende bandeiras contraditórias ou que não fazem sentido para a realidade brasileira.
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