"Femen Brasil não existe mais", diz líder ucraniana; Sara Winter afirma que grupo continuará
Uma das fundadoras do grupo feminista Femen, a ucraniana Alexandra Shevchenko, 25, afirmou em entrevista ao jornal Zero Hora publicada neste sábado (18) que o rompeu com o grupo no Brasil. "Não temos mais Femen Brasil. A pessoa que nos representava, a Sara Winter, não faz parte do nosso grupo, tivemos muitos problemas com ela. Ela não está pronta para ser líder”, disse a ativista.
A líder do grupo afirmou ainda que o grupo brasileiro “não nos representa”, sem entrar em detalhes sobre os motivos da decisão de encerrar as atividades no país. Ela disse que em breve uma nova filial do Femen será inaugurada no Brasil.
Em entevista ao UOL, Winter disse que ninguém entrou em contato com as militantes do Brasil para notificar um possível desligamento, mas afirmou que "nós não assinamos nenhum contrato, usamos o nome porque nos identificamos com as ideias. Vamos continuar trabalhando, independente de qualquer mudança no nome do nosso grupo".
A brasileira confirmou atritos com a direção do grupo na Europa. "As ucranianas são muito autoritárias. Em vários aspectos discordamos da postura delas, como no caso do comportamento discriminatório que elas tem com relação às mulheres islâmicas. Somos a favor da pluralidade religiosa", disse.
Até segunda-feira (20) o grupo vai se pronunciar oficialmente sobre as declarações de Shevchenko.
No Facebook, diversos perfis de grupos feministas comemoraram o término das atividades do grupo no país, que já foi criticado por não se articular com outras entidades e pelos métodos controversos de protesto.
Sara, que ao 19 anos resolveu se articular para criar uma célula do Femen no Brasil e passou por treinamento em Kiev para representar o grupo, acabou envolvida em uma série de polêmicas desde que ganhou projeção nacional com o movimento.
A imagem de uma cruz no peito de Winter, levantou a dúvida sobre se ela teria pertencido quando jovem a um grupo neonazista, coisa que depois ela classificou de "erro do passado". Seu "nome de guerra" também seria uma referência ao movimento nazista. Depois, ela contou que havia entrado para o mundo da prostituição muito cedo, por isso passou a combater a atividade.
Grupos feministas também criticam duramente as posições assumidas por Winter à frente do movimento. Eles consideram que ela não conhece com profundidade o feminismo e defende bandeiras contraditórias ou que não fazem sentido para a realidade brasileira.
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