Ataque a prisões mata ao menos 38 no Iraque e causa fuga de centenas
Pelo menos 38 pessoas morreram, 39 ficaram feridas e centenas de presos perigosos fugiram após ataques contra as prisões de Abu Ghraib e Taji, no Iraque, na madrugada desta segunda-feira (22). Entre os que escaparam estariam quatro líderes da milícia islâmica Al Qaeda, segundo a agência de notícias "Al Jazeera".
O porta-voz do Ministério da Justiça do Iraque, Hamed al Musawi, disse nesta segunda-feira (22) que nove terroristas suicidas detonaram explosivos presos em seus corpos. Três carros-bomba explodiram, e cerca de cem bombas e dezenas de foguetes foram lançados contra os presídios. Os mortos são oito recrutas da polícia, 21 detentos e os nove terroristas suicidas.
As autoridades formaram um comitê especial para contar o número de detentos em ambas as prisões. O porta-voz do Ministério da Justiça não confirma que houve fugas.
Por outro lado, o deputado Hakem al Zamli, membro da comissão de segurança e defesa do Parlamento, disse à imprensa que entre 500 e mil detentos fugiram de Abu Ghraib, entre eles alguns líderes da Al Qaeda.
Segundo Zamli, os autores dos ataques tiveram ajuda dos guardas de segurança das prisões para realizar os atentados e facilitar a fuga de membros da Al Qaeda.
As duas penitenciárias são as maiores do Iraque e nela estão presas centenas de pessoas por crimes de terrorismo, muitos deles militantes da Al Qaeda, além de criminosos comuns.
Prisão de Abu Ghraib foi símbolo de escândalo
A prisão de Abu Ghraib, a 25 quilômetros de Bagdá, foi um dos símbolos da ocupação americana no Iraque. Em abril de 2004, fotos correm o mundo com imagens que detalhavam os maus-tratos infligidos aos prisioneiros por soldados americanos.
Nas imagens, pirâmides de presos nus, detentos com correntes no pescoço, presos ameaçados por cachorros e obrigados a se masturbar.
O governo de George W. Bush disse à época que os abusos foram cometidos por alguns militares, e não de modo sistemático. Onze soldados americanos foram condenados a penas que foram desde a expulsão do Exército até dez anos de prisão.
Mais tarde, Bush diria que o episódio foi "o erro mais importante" cometido pelos EUA.
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