Topo

Atirador que morreu em prédio da Marinha serviu na reserva e falava tailandês

Aaron Alexis, 34, é apontado como o atirador responsável por 12 mortes em uma base naval em Washington DC (EUA), nesta segunda-feira (16) - divulgação/FBI/AP
Aaron Alexis, 34, é apontado como o atirador responsável por 12 mortes em uma base naval em Washington DC (EUA), nesta segunda-feira (16) Imagem: divulgação/FBI/AP

Do UOL, em São Paulo

16/09/2013 19h29

O FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos) identificou Aaron Alexis, 34, como o responsável pelas mortes de 12 pessoas em uma base naval em Washington DC nesta segunda-feira (16). O homem foi morto no local ao atirar contra um agente de segurança e agiu sozinho, de acordo com informações da polícia.

Nascido no Brooklyn, em Nova York, e morador de Fort Worth, no Estado do Texas, Alexis era um ex-prestador de serviços das Forças Armadas dos EUA e teria servido na reserva da Marinha entre maio de 2007 a janeiro de 2011, segundo agências de notícias.

O tiroteio ocorreu pela manhã, por volta de 8h20 (horário local), e o nome de Alexis foi revelado em uma entrevista coletiva à tarde.

O FBI pede qualquer tipo de informação sobre o suspeito.

“Nós queremos aprender tudo o que pudermos sobre suas ações mais recentes”, disse Valerie Parlave, assistente de direção do FBI.

Inicialmente, não foi divulgado como o homem teve acesso ao prédio da Marinha em Washington e ainda não se sabe quais seriam as razões para o crime nem se houve participação de outras pessoas.

Segundo o "Washington Post", Alexis prestava serviços na área de computação por meio da empresa The Experts e, aparentemente, tinha um cartão de acesso governamental, que pode ter dado a ele acesso ao prédio da Marinha e a outras instalações militares. A informação foi confirmada ao jornal pelo diretor da empresa, Thomas Hoshko.

De acordo com Hoshko, Alexis trabalhava atualmente com a Hewlett Packard em reparos técnicos. 

“Ser exonerado das atividades militares não desqualifica uma pessoa automaticamente de conseguir um emprego como prestador de serviço ou um certificado de segurança [para acessar as instalações]. Depende de quais são as circunstâncias”, disse Hoshko. “Obviamente ele era bem qualificado. Isso [o tiroteio] aconteceu e chocou a todos nós.”

Antes de afirmar que Aaron agiu sozinho, a polícia chegou a procurar outros dois suspeitos. Um deles foi localizado e liberado em seguida, após ser constatado que não houve envolvimento na ação. As buscas pelo outro foragido continuam: um homem negro, com idade por volta de 50 anos, vestindo o que poderia ser um uniforme militar verde-oliva.

No início da noite, o prefeito e representantes da polícia e do FBI voltaram a divulgar informações sobre o caso, mas sem novidades, inclusive sobre a participação de uma segunda pessoa no crime. Gravações em vídeo do tiroteio estão sendo avaliadas e não existem indícios, até o momento, de que os possíveis motivos para a ação no prédio da Marinha tenham ligação com atos terroristas. 

Veja o local do tiroteio

Frequentador de templo budista

Segundo reportagem do jornal “The Washington Post”, Alexis ia com frequência a um templo budista em Fort Worth e falava tailandês, assim como outros frequentadores. Ele também trabalhava como garçom em um restaurante de comida tailandesa.

Duas vezes por semana, Alexis fazia meditação no centro Wat Busayadhammavanaram, onde se mostrava uma pessoa gentil.

“Eu não achava que ele podia ser tão violento”, disse J. Sirun, assistente dos monges no centro. “Não teria me surpreendido se soubesse que ele se suicidou, mas não pensava que ele pudesse cometer assassinato.”

Mau comportamento e prisão em 2004

Em 2011, após uma série de problemas relacionados a mau comportamento, Aaron Alexis teria sido exonerado da reserva da Marinha, segundo informações de um oficial à agência Reuters.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, não informou especificamente quais problemas levaram ao desligamento.

Em maio de 2004, Alexis foi detido em Seattle, no Estado de Washington, após atirar nos pneus de um carro estacionado, em um momento de fúria.

As vítimas, dois trabalhadores da construção civil, disseram à polícia que Alexis saiu de uma casa nas proximidades, tirou uma pistola de sua cintura e disparou três tiros nos pneus traseiros do veículo. A alegação de Alexis para o descontrole foi ter sido desrespeitado pelos homens.

Registros da Justiça indicam que ele foi liberado sob a condição de não manter contato com os trabalhadores.

Nesta segunda-feira (16), a polícia de Seattle divulgou que detetives falaram depois com o pai de Alexis, que informou que o filho tinha problemas relacionados ao controle da raiva. (Com "Washington Post" e agências de notícias)