Dilma diz que relação com Paraguai ficou intacta mesmo com suspensão do Mercosul

Em Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    A presidente Dilma Rousseff recebe o chefe de estado do Paraguai, Horacio Cartes, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda-feira (30)

    A presidente Dilma Rousseff recebe o chefe de estado do Paraguai, Horacio Cartes, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda-feira (30)

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (30), após reunião com o presidente paraguaio, Horacio Cartes, que a relação do Brasil com o país vizinho se manteve intacta mesmo com a suspensão do Paraguai do Mercosul, e citou como exemplo as obras de uma linha de transmissão da usina de Itaipu até uma subestação na região metropolitana da capital paraguaia, Assunção.

Em declaração à imprensa, Dilma defendeu que o momento é de aproximação com o Paraguai e que a relação com o país tem um "potencial muito maior".

"O Paraguai está em processo de volta para o Mercosul", disse a presidente a jornalistas. "O Brasil tem todo o interesse nessa volta... a nossa relação bilateral, como vocês podem ver, nós mantemos intacta. Não houve consequência nenhuma."

A presidente comemorou informações sobre o avanço das obras da linha de transmissão, com inauguração prevista para novembro, acrescentando que seu funcionamento permitirá a atração de investimentos e contribuirá para a industrialização do país vizinho. Dilma disse ainda que a obra constitui um "símbolo" da integração das nações do Mercosul.

A construção da linha de transmissão é uma das mais importantes do Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul), e a maior parte dos investimentos partiu do Brasil.

Dilma citou ainda a expectativa de iniciar em breve a construção de uma segunda ponte sobre o rio Paraná, considerada "mais um elo" entre os dois países.

"Tudo o que aconteceu não afetou. Nós não deixamos que afetassem as relações concretas que existem entre os nossos países", afirmou.

O Paraguai foi suspenso do Mercosul após o processo político no Senado do país, em 2012, que destituiu o então presidente Fernando Lugo, uma manobra considerada antidemocrática pelos membros do bloco. A Venezuela foi, em seguida, admitida sem o consentimento do Paraguai, causando um impasse jurídico.

A suspensão imposta em junho de 2012 não implicou em sanções econômicas e perdeu o efeito após a posse de Cartes, permitindo que o país voltasse ao Mercosul, também integrado por Brasil, Argentina e Uruguai. A expectativa é que o Paraguai seja novamente incorporado ao bloco em 2014.

A reinserção foi um dos principais temas da reunião com Dilma, que reiterou ao presidente paraguaio "a importância que o Brasil dá à participação do Paraguai no Mercosul".

"Nós sermos capazes, no Mercosul, de integrar da Patagônia ao Caribe --portanto estou me referindo à Venezuela--, torna a nossa região como um tecido multilateral muito mais forte", disse a presidente.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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