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Mãe de brasileiro preso nos EUA sofre com a falta de notícias: "só queria ouvir a voz do meu filho"

Do UOL, em Sorocaba

14/01/2014 21h03

Nenhum contato ou notícia. Até agora, a família do brasileiro Francisco Fernando Cruz, 22, preso nos Estados Unidos desde quinta-feira (9) por suspeita de ameaça terrorista, não tem notícias sobre o estado dele. A mãe do rapaz, que vive em Sorocaba, cidade que fica a 98 quilômetros de São Paulo, reclama de ainda não ter recebido nenhuma informação direta do filho pela polícia ou Consulado.

"Eu só queria ouvir a voz do meu filho dizendo que está tudo bem, que ele está sendo bem tratado", diz Cláudia da Cruz, mãe do rapaz. Ela afirmou que, desde domingo (12), quando  recebeu a notícia da prisão pelo telefone, por um representante do Itamaraty, está em desespero em busca de ajuda. "Eu não tenho de ir para lá e não sei o que fazer. Estou desesperada sem saber como o meu filho está". Ela diz que Francisco já tinha um emprego certo no Brasil e que não acredita nas acusações. "Eu tenho certeza de que tudo isso não passa de um mal entendido. Meu filho não é terrorista, isso foi uma brincadeira", afirma.

Francisco foi preso em Miami, nos Estados Unidos, por ser suspeito de ter enviado e-mails de alerta de bomba em um voo que partiria da cidade da Flórida para Brasília. As mensagens foram destinadas à polícia e à TAM Linhas Aéreas. A prisão foi realizada quando o rapaz, que mora há dois anos no país, tentava embarcar justamente no avião que teria alertado que seria alvo de um atentado. A família descobriu a detenção quando a irmã de Francisco fez uma busca na internet com o nome dele. "Vimos que ele era acusado de ter ameaçado ter uma bomba no avião. Foi um choque para todos", diz Fernanda Camila Cruz. 

Segundo a polícia de Miami, por causa do teor do e-mail, houve um rastreamento para identificar o local de onde as mensagens foram enviadas. Francisco teria escrito o alerta em dois computadores: um de uma faculdade e o outro do apartamento onde morava, em Montclair, Nova Jersey. No momento em que embarcava, o jovem foi abordado pela polícia, mas nada foi encontrado que pudesse colocar risco ao voo. O assunto virou notícia em vários veículos de comunicação dos Estados Unidos.

Em depoimento, Francisco confirmou ter enviado os emails e explicou que só fez isso para verificar se as autoridades teriam condições de identificar o remetente. Na tarde desta terça-feira, ele foi ouvido por um juiz no Centro de Detenção Federal em Miami em um pré-julgamento, e ficou determinado que o brasileiro não poderá responder ao crime em liberdade.

No dia 24 de janeiro ele terá uma nova audiência, quando será determinada a pena para o crime de ameaça à segurança do transporte aéreo. Ele poderá pegar até cinco anos de prisão, além de multa no valor de US$ 250 mil. Enquanto isso, o jovem segue incomunicável nos Estados Unidos.