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NSA coletou 200 milhões de SMS por dia, segundo nova denúncia de jornal

Do UOL, em São Paulo

16/01/2014 17h16

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos coletou mais de 200 milhões de mensagens de texto (SMS) por dia, em todo o mundo, segundo reportagem do jornal britânico “The Guardian” publicada nesta quinta-feira (16).

O objetivo da agência de espionagem norte-americana era extrair dessas mensagens informações como localização, rede de contatos e dados de cartões de crédito.

A nova denúncia envolvendo as ações da NSA é resultado de uma investigação conjunta entre o jornal britânico e o canal de TV “Channel 4 News”, também do Reino Unido, com base em material cedido por Edward Snowden, ex-colaborador da agência. 

De acordo com a reportagem, a NSA usou os dados dos SMS para extrair informações sobre planos de viagem, agendas de contatos, transações financeiras e mais, inclusive de cidadãos que não estavam sob suspeita de prática de atividades ilegais.

Uma apresentação de 2011 da agência --intitulada “Mensagens de texto SMS: uma mina de ouro a se explorar”—revela que o programa “Dishfire” coletou, em média, 194 milhões de mensagens por dia em abril daquele ano.

Em média, a cada dia, a NSA tinha condições de captar:

- mais de 5 milhões de alertas de ligações perdidas, para uso na análise de conexão entre contatos;
- detalhes de 1,6 milhão de passagens nas fronteiras diariamente, a partir de serviços de roaming;
- mais de 110 mil nomes, de cartões de visita eletrônicos, com a possibilidade de extrair e salvar imagens;
- mais de 800 mil transações financeiras;
- dados de geolocalização de mais de 76 mil mensagens de texto por dia.

Os documentos entregues por Snowden sugerem que comunicações entre números telefônicos dos EUA foram removidas ou “minimizadas” da base de dados da NSA, mas aquelas de outros países foram retidas. Há indicações de que o serviço de inteligência britânico (GCHQ) acessou esses arquivos da agência para pesquisar comunicações consideradas “irrelevantes” entre britânicos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve se pronunciar nesta sexta-feira (17) sobre o que fará a respeito das 46 recomendações que recebeu após uma equipe independente revisar, a seu pedido, os trabalhos realizados pela NSA.