Após UE e EUA imporem sanções, Putin ameaça expulsar empresas de energia
Depois de criticar duramente nesta terça-feira (29) as novas sanções impostas ao país pelos EUA e pela União Europeia em retaliação à tensão política e militar que se estabeleceu na Ucrânia --nos últimos dias, especificamente no leste do país-- a Rússia anunciou que pode rever a presença de empresas norte-americanas e europeias.
O anúncio foi feito pelo próprio Vladimir Putin e atinge especialmente empresas do setor de energia em tom de ameaça, sobretudo aos EUA, que decidiram impor barreiras a sete russos e 17 empresas ligadas a Putin nesse novo pacote de sanções -- uma medida com vistas a impactar a economia russa atingindo uma de suas produções mais importantes: a de gás natural.
Hoje, a EU anunciou o congelamento de bens e a proibição de viagens de 15 russos e ucranianos em resposta às ações da Rússia na Ucrânia, um dia depois de os EUA anunciarem sanções.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, criticou as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia devido à crise na Ucrânia, dizendo que as punições desafiam o bom senso e são o trabalho de políticos ocidentais fracos "tentando pôr a culpa em outros".
"Rejeitamos sanções em quaisquer de nossas relações, especialmente aquelas patrocinadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que desafiam o bom senso em relação aos acontecimentos na Ucrânia", afirmou Lavrov durante uma visita a Cuba.
"As tentativas de culpar outros é o resultado de políticos fracos, ou daqueles políticos que entendem que suas ambições geopolíticas fracassaram e estão tentando culpar outros", disse Lavrov.
A Rússia anexou a região da Crimeia depois que o presidente ucraniano pró-Moscou Viktor Yanukovich foi deposto em fevereiro por manifestantes que exigiam laços mais próximos com a Europa. Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de incitar uma campanha separatista no leste ucraniano, região predominantemente de etnia russa, uma acusação que Moscou refuta.
Lavrov está fazendo uma viagem planejada há tempos à América Latina nesta semana e recebeu nesta terça-feira o apoio do ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, que disse que seu país "rejeita energicamente" as sanções.
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