"Vivemos um inferno além do inferno", dizem pais de três crianças mortas no MH17
Um casal australiano afirma viver no momento “um inferno além do inferno” com a morte dos três filhos no voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil no leste da Ucrânia. As crianças viajavam na companhia do avô materno, que também está entre as 298 vítimas.
“Nossa dor é intensa e incessante”, escreveram Anthony Maslin e Rin Norris, em uma carta divulgada pelo site “Perth Now”.
Mo, 12, era o filho mais velho. A filha do meio, Evie, tinha 10 anos e o caçula, Otis, 8. A família australiana passava férias na Holanda. O pai de Norris, Nick, retornou com os netos para a Austrália, pois o casal decidiu ficar alguns dias a mais em Amsterdã.
“Nossos bebês não estão aqui conosco –e precisamos viver com esse ato de horror, todos os dias e todos os momentos para o resto de nossas vidas”, disseram.
Eles prosseguem a carta dizendo que nem mesmo as pessoas que atiraram no avião “merecem passar pelo o que eles estão passando”.
Corpos chegam à Holanda
Os dois aviões que transportam os primeiros restos mortais das vítimas do voo da Malaysia Airlines MH17, que caiu na semana passada no leste da Ucrânia, chegaram nesta quarta-feira (23) no aeroporto de Eindhoven, no sul da Holanda.
Familiares e amigos das vítimas, o rei e a rainha da Holanda e o primeiro-ministro Mark Rutte se encontravam na pista de pouso para assistir a chegada da aeronave do Exército holandês que transportava 16 caixões e do avião australiano com 24 corpos.
O processo de identificação pode "levar semanas ou até meses", afirmou Rutte.
O país decretou nesta quarta-feira dia de luto nacional em homenagem aos 298 mortos, dos quais 193 eram holandeses. Os primeiros 200 corpos retirados do local da queda chegaram a Kharkiv na terça-feira em um trem refrigerado.
A operação para encontrar mais corpos e garantir a integridade das provas no local do acidente continua.
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